sábado, 20 de março de 2010

Mercúrio Chora Sobre O Colo De Vénus

Estava preso aqui em casa
Sentado, quieto e sem fazer nada.
Debruçado sobre uma tábua rasa
Enquanto pensava na minha bela amada.

Parada está a minha mente,
Sem ideias de jeito e sem nada para escrever
Como está este tempo, frio e nada quente
Enquanto penso no que fazer.

Levantei-me da cadeira
E dirigi-me à janela para fumar
Chovia a tarde inteira
Um pouco oblíqua mas sem parar.

Tirei, e acendi um cigarro
Enquanto os meus olhos focavam.
Pessoas à beira de um carro
Que saíram deste e depois andaram,
Em direcção a sua casa
Onde repentinamente entraram.

Mercúrio, o elemento da água
Como a própria rainha do Inverno
Que chora e lamenta a sua mágoa
Neste solo húmido e terno

Neste solo, que agora não está congelado
Mas sim colorido e cheio de grande vida.
Encantado de verde e um pouco alagado
A casa das flores e da Terra Mãe querida.

Mercúrio chora sobre o colo de Vénus
Como quem chora por grande fraqueza.
Pela agonia dos seus Invernos
Onde a solidão se tornou em tristeza.

Vénus deu-lhe o seu carinhoso conforto
Para Mercúrio poder chorar
Em solo, que agora é vivo e não morto
Porque a sua água tem o poder de criar.

Mercúrio parou de chorar
E Vénus sorriu para esta.
Com um grande desejo de a abraçar
Enquanto lhe beijava a testa.

Vénus o elemento terra, a Primavera.
Disse a Mercúrio para não se sentir mal
Que a sua chuva traz o fim, como gera
A energia mais pura e mais sensacional.

Já chorei no colo da minha mãe,
Como Mercúrio já o fez muitas vezes.
Como assim, a minha mãe também.
E como alguns estarão fazer...
Ao longo dos meses.

Blackiezato Ravenspawn

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