Caminhas pela cidade
E testemunhas os demais,
Que passam como nuvens
Todas diferentes, todas iguais.
Essas milhares de vozes
Que tendem a chocar entre si
E é na multidão em que te perdeste
Que tu te questionas - O que farei aqui?
Sentes-te deveras estranho
Como fosses um agente infiltrado,
Que foge assim das pessoas
Sem saber de quê, assustado!
Desintegrando-se aos bocados
Com a solidão que sente,
Dessa emoção que não sabes
Se é fria, ou mesmo quente...
E assim morres um pouco
Devido ao ar que tu expiras,
Vendo as crianças que lá brincam
Que geram a nostalgia que tu inspiras.
E assim és de novo coberto
E sorris para ti sem saber a razão,
Por esse manto de magia
Que te faz cócegas no coração...
Então voltas assim a casa
E escreves tudo o que vistes lá,
Tudo o que ninguém não sabe
Nem que nunca o saberá...
Revelando o que mais sentes
Através de um acto de criação,
Escondido nos teus suspiros
Perdidos em alguma emoção.
Como tivesses parado o tempo!
Enquanto te fechas só para ti,
Gritando descontrolando bem alto
- Como eu vim parar aqui!?
E aí o vento torna-se denso
E tu te perguntas algo assim.
- Porque razão eu me preocupo e sofro
- Com algo que não faz parte de mim?
E o sépia paralisado do tempo
É substituído pela cor do presente,
E todos continuam a andar de novo
Cada um com as suas vidas pendentes.
E é por isso que hoje cantamos juntos
E talvez amanhã desaparecemos...
Pois só quando passamos a defuntos
É que notam o que nós fizemos.
Blackiezato Ravenspawn
E lá deixamos a nossa marca. ORA! Tem de ser, somos Alguém.
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