segunda-feira, 21 de junho de 2010

Brisa Prateada

Sinto os primeiros raios de sol
Que trespassam a minha casca
E me chamam solenemente
Com as suas mãos calorosas
Puxando suavemente
Para o exterior
Como fosse uma mãe delicada
Que dá à luz ao seu filho

Saio daquele lugar quente
Que costumava chamar casa
Para um lugar mais fresco
Mais amplo e mais vivo
Onde a melodia do vento
Leva os nossos zumbidos
Pulando de planta em planta
Aos nossos mais queridos

Espreguiço-me elegantemente
Soltando as minhas asas
Gigantes e cintilantes
E voo pela corrente
Para me deitar
Num mar de flores
Deixando o aroma das minhas asas
Cair sobre as minhas primas
E durmo no coração delas

Acordo com o soar
Da sua bela canção
E com as suas antenas
Que roçam nas minhas
E movida pelo rasto
Que deixei na atmosfera
Em forma de esporos
Chega ela
Virtuosa
Querida e bela

Levanto-me
Como tivesse
Todo o tempo do mundo
E depois de esticar
As minhas asas ao céu
Com um simples abanar
Sou projectado
Para o exterior
Do meu sonho de jade
De mãos dadas
Junto com ela

Deixando um rasto
Pela cidade
Através de um fio de fumo
Que é expelido pela minha boca
Em tons de cinzento
E as minhas asas
Só são vistas
Dentro do meu pensamento
Enquanto as borboletas
Voam magníficas
Ao meu redor

Blackiezato Ravenspawn

1 comentário:

  1. Digo, isto recorda-me uma borbuleta. Que linda. Descreveste tudo o que ela faz na sua vida. <3

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