quarta-feira, 23 de junho de 2010

Sonho Lúcido

Acordo confuso
Enquanto as minhas
Memórias
São apagadas
Progressivamente
À medida que me entranho
Noutra vida...

Agora já me lembro...
Lá está ela
Aí que preguiçosa...
Espreguiçando-se
Tão inocente
Está a ficar cada vez mais
Carinhosa e gordinha.

Toco na sua barriga
Macia e redondinha,
As Mulheres já são um mimo
E há vezes que ainda ficam mais
Aproximadamente
Nove meses.

Ela diz,
Que o filho é meu...
Nosso!
Sim, nosso, diz ela
Enquanto sorri.

Quero passear
No mundo
Que construímos juntos
Selados
Pelas nossas
Mãos

Percorrendo a vila
Encarcerada
Pela natureza.

Quero que o mundo
Te olhe com respeito
Para ti, minha Rainha
Matriarca da minha
Prole...

Quero ser o teu protector
O guardião dos teus
Segredos
Quero ser a tua almofada
Dos teus sonhos
E a tua outra parte
Do teu coração.

E enquanto gemia
Com os meus beijos
No seu pescoço
Com as minhas carícias
No seu rosto
Ela disse...
Mas tu és tudo isso!

Mas isto não faz sentido...

E acordo ainda mais cansado
Do que antes estava...
Antes, de dormir.

Outro sonho lúcido
Todos começam
Da mesma maneira
A mente para por momentos
E alma toma total controlo
De mim.

E acabam todos exactamente
Iguais! Com a tal deixa,
Mas isto não faz sentido.
Perdido na realidade
Com o corpo todo fudido
Como tivesse andado
Dentro da minha
Própria infinidade
E a única coisa
Que consegue quebrar
Este feitiço de preguiça
É escrever
O que se passou.

E só quando
Tiver guardado
Todas essas vivências
Numa folha

De papel.
É que me lembro
Quem eu sou
Na verdade.

Parece que afinal
Ainda preciso
De um café
E de um cigarro...
A minha cabeça doí
E sinto-me
Como merda...

Blackiezato Ravenspawn

1 comentário:

  1. Também acordo assim de manhã, mas tou a tentar mudar muita coisa aqui por casa.

    ResponderEliminar