quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Desintegra-me

Espero ansiosamente pelo dia
Em que alguém, me pegue pela mão...
Sem estar a contar, de repente...
E que me atire para o chão.

Que me desfaça em bocados
Loucamente sem pensar
Puxando pelos meus cabelos
Como quem força, uma flor a germinar.

Que me esgane
Furiosamente...
Incinerando-me nas suas mãos
Enquanto armazena
As minhas cinzas
Nos confins dos seus pulmões.

Que me expulse
Do seu corpo!
Da sua boca!
E da sua vida...
Por um fio de fumo
Que escapa por uma janela
E que se perde, à deriva...
Pelo horizonte desconhecido
Na corrente que vier
Ou talvez num cenário cinzento
De uma cidade qualquer

Viajando com os ventos

Que arrastam consigo
Todos os meus pensamentos
Para lugares longínquos
Espalhados pelo mundo fora
Misturando-me com
Gases,
Poeiras
E diversos aromas
.
Que enriquecem a minha mente
Pelos anos fora...
Desde o norte a sul
Como do oriente ao ocidente...

E que no final da viagem
Após condensar tudo o que sinto
Acima das nuvens...

Cairei de novo
Nos seus braços
Em forma de gotas
Cristalinas...
Que deslizam pela sua silhueta
Em forma de jóias
Que adornarão o seu corpo....

E assim espero por alguém
Que se engasgue em mim...
Nessa riqueza que verá
Diante do seu desejado peito
E que me desintegrará
Com todo o merecido direito.

Mas espero que não me digas.
Que me amas... Por favor...
Porque eu necessito muito mais do que isso
A que eles chamam de "amor".

Apenas desintegra-me...

Uma vez mais...

Blackiezato Ravenspawn

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