quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Misantropos I - Eremitas Urbanos

Perguntam ao solitário
Porque se isola das cidades?
Será para desfrutares da sua solidão?
A resposta é simples; "Claro que Não"
Talvez é porque este mundo
O Continua a desiludir
E ele não é mártir, ele não quer sofrer
E desde quando é que isso se tornou um prazer?

Ele que ouve as pessoas a praguejar
Entoando palavras que agora são banais
Involuntariamente quase sem pensar
No acto dos seus discursos normais

Criando-se monstros, invés de crianças
Com a mesma fórmula de uma reles educação.
Igual a Responsabilidade, vezes as experiências
Sobre a raiz do sonho, menos a emoção

E a ignorância com o passar do tempo
Sempre Gerou a velhice invés da sabedoria
E se pensares por um breve momento
Os velhos continuam senis; "Quem diria..."

"Sarcasmo!" Adultos que se tornam autómatos
Perdem o seu nome e ganham uma referencia.
Com um novo rótulo, com um novo sabor
Mas na realidade com a mesma essência.

Tu que cospes na calçada,
Porque urinas nos becos das cidades
Será para mostrar a tua desilusão?
A resposta é simples; "Acho que não"
Talvez é porque viverá petrificado
Com uma gárgula assente numa fachada
E isso torna-o num maníaco depressivo
Ou talvez num piromaníaco compulsivo

Não à nada que ele mais gosta
Que um cigarro na sua boca
Aquela que diz sempre as verdades
Embora seja considerada louca

E mais um aborrecimento constante
DO sabor de uma habitual derrota
Que é dissipado com doses de chocolate
De todos os tipos e ás vezes com bolota.

Ele que cresce para seguir o modelo
De uma criatura urbana da sua nação
Lutando nas labaredas de um ardente gelo
Como uma espécie em vias de extinção

E assim ele mendiga o seu pão
A uma sociedade que nos faz acreditar
Num conto de fadas para todos
Que tanto nos insistem em contar

«Oiço vozes do meu pensamento»

Cada vez que vejo as suas propagandas...
Mãe! Eu não vou mudar!
Dá-me vontade de os estrangular
Não é uma fase! Eu sempre fui assim!
Nunca gostei tanto de madrugar
Acho que me vou matar
É tão bela a cidade vazia
Ninguém se irá importar
Deviam todos morrer
Amor? Tu não tens o suficiente
Queimados num grande incêndio
Clichés? Não és tu, sou eu?
Nunca senti tanto ódio
Mas porquê, eu?
Meus olhos queimam
Nem quero saber
Medo... Paranóia... Histeria
Há mais peixes no mar!
Não consigo parar de tremer
A agua está envenenada.

«E abro os meus olhos para algures
E vejo:»

Pessoas à volta da fogueira...

Que se alimenta da misantropia...

E assim eles cantam a noite inteira...

Até ao começo de um novo dia...

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