quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Dupla Perfeita II - Alter Ego

Eu saí de casa e tentei fugir dela!
Mas infelizmente, não consegui...
E agora chove a ira de uma Rainha!
Neste dia... De São Valentim...
E galopando ainda mais rápido,
Que a própria velocidade do amor em si...
Eu pergunto aos céus qual será a razão.
Desta maldição que tenho em mim?...

"Maldição!?"

"Nós estamos deveras apaixonados!
Como ousas descartar-me assim?
Depois destes anos tão bem passados!
Onde o nosso amor nunca teve fim!
Qual é a razão que te leva a correr?
E porque tencionas hoje em fugir?
Deste fogo que insiste em arder?
E de tudo o que tu estás a sentir?!"

E por mais que a tente evitar,
Ela continua ainda com razão...
Não tenho coragem para a matar,
Nem para me livrar desta tentação.
Os seus chamamentos não param!
O meu casaco já plana no ar!
As minhas forças já se esgotaram!
Socorro! Ela vai-me apanhar!

"Aonde pensas que vais meu caro?
Saindo das fronteiras do meu domínio?
E mesmo que a chuva apague o teu faro
Não conseguiras escapar do teu declínio.
Eu irei-te sempre encontrar...
Eu sou a razão do teu desassossego!
E não interessa como isto poderá acabar
Pois eu sou o teu Alter Ego!

Larga-me! Larga-me!
"Oh... Não sejas assim..."

"Lembras-te quando eras mais jovem
E ninguém te via, como alguém especial?
E agora... Que cresceste e te tornaste homem
Continua o mesmo enredo e o mesmo final.

Mentiras!
"Haha... Claro..."

"Chama-me invejosa! Se tanto quiseres!
Mas eu só zelo pelo o que é meu...
E não interessa a luta que tu deres
Eu controlarei todo o que é teu!"

É verdade...
"Fala mais alto... Não te ouvi"

Então o que se meu passa querido?
Porque ficaste mudo subitamente?
Não sabes a razão desse gemido?
Queres que te refresque a mente?

Não...

"Então porque saíste do nosso palácio?
E me abandonaste à minha própria sorte?
Apesar de negativo, ainda continuar o rácio
Das tuas fugas em direcção a norte..."

Essa resposta terá de ficar para outro dia...
"Não fujas!"

"Tu não me consegues evitar!
Tu não me consegues destruir!
E apesar de tanto te torturar
Tu não ponderas em desistir.
Dessas demandas estúpidas e suicidas,
Que te fazem percorrer pelo o além.
Através dos limites das nossas vidas,
Em direcção as terras de ninguém."

Eu escondo-me dela como um espectro,
Nós mausoléus da minha insanidade.
Agoniado a caminhar um simples metro,
À custa desta ansiedade.
E assim fujo dos carros de fogo,
Como uma raposa amedrontada.
Enquanto ela se jubila no seu logro,
Quando eu sou o infiel, desta cruzada.

Eu oiço os seus lobos a uivar,
Todos eles ditam a minha sina
E todos eles desejam-me capturar,
Para me entregar a sua menina.
Não existe caminho por onde fugir
Não existe castelo onde me refugiar.
Talvez deva mesmo parar e reflectir
Antes que me acabem por matar.

"Só agora, no início da madrugada?
Porque demoraste tanto a chegar?
Gostaste ao menos do trilho da caçada?
Hahaha! Estava a brincar...
E agora que está de volta à sua amada
Não tenha vergonha de falar...
Aí... Nem sabes o quanto preocupada,
Tu me deixas ficar..."

"Não falas?"
Para quê?

"Porque a mesma história se repetiu,
Embora não tenha percebido direito...
Como vossa excelência tende e conseguiu,
Ser tão insensível a meu respeito?
Eu bem o devia castigar,
Por esse tal infame acto.
Mas eu só lhe desejo beijar,
Quando lhe sinto o seu tacto."

"Lembre-se que nós estamos casados,
Por isso faça o favor e aja como tal.
Como um lindo casal de enamorados,
Juntos no bem como no mal.
A porta ficara assim fechada,
Prepara-se para o eclipse lunar...
Pois você deixou-me irritada
Que mal me consigo controlar!"

O meu corpo está acorrentado
Nestas terríveis algemas de terror
Sinto-me fora de mim, hipnotizado.
Vulnerável as garras da dor...
E porque razão tanto me torturas?
Ó tu agreste e fulminosa chama!
Com várias adagas frias e duras,
Que me crucificam numa cama.
Gritando por ajuda enquanto luto,
Nas teias de uma grande aranha.
Sendo injectado por veneno bruto,
Que me paralisa e me aranha
O meu corpo que não aguenta,
Como todo esse vil processo,
Deixando a mente quase tonta
E o meu espírito tão possesso.
Pela infinidade de emoções,
Forjadas nas nossas fornalhas,
Que ateiam os nossos corações
Como milhões de acendalhas!
Eu cheguei ao meu limite!
Eu não consigo aguentar mais!
E por mais que pense e que acredite
Nunca saberei jamais...

Definir o amor.

"Ele estava agachado no chão,
Enquanto via o seu outro, na água.
No sigilo de uma simples reflexão
Que lhe mostrava, solidão e mágoa."

"Ele rasgou a sua negra pele
Enraivecido como uma fera
Forjando com o seu pincel
Como o Adão fez com a Eva."

"E por mais impenetrável
Que assim seja à sua entrada,
E por mais que inevitável
Seja ignorar a sua chamada."

"E por mais longe que ele esteja.
Bem distante além das milhas,
Oiço uma alma que lacrimeja...
Dentro de todas essas escotilhas."

"Podes tentar iludir o mundo inteiro,
Com os teus belos vitrais surreais...
Mas nunca conseguiras. Meu matreiro.
Mentir à pessoa que te ama mais.

"Alter Ego"

Blackiezato Ravenspawn

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