Vim ao ano dois mil e trinta,
E vejo-me parado no mesmo lugar.
Mas ainda sou fiel à minha tinta,
Que eu uso para procrastinar.
Velho, mas com espírito jovem
E através dos Verões, amadureci.
Apesar de ainda não ser homem,
Até parece que nem eu cresci.
Tenho a face esquerda rasgada,
Com uma cicatriz de veterano.
Mais a sua íris esbranquiçada,
Talvez provocada por um engano.
De um passado que não esqueço,
Situado num futuro melancólico.
E neste presente que eu desconheço,
Também reparo num alcoólico.
Além de várias mulheres formosas,
Tão bem casadas e eu tão sozinho.
Enquanto escrevo poesia e prosas,
Com um foleiro e triste vinho.
Continuando a brincar aos poetas,
E aos ricos senhores, intelectuais...
Que cumpriram sempre grandes metas,
Em nome dos seus egos magistrais.
E tu, árvore da minha bela vida,
Que agora possuis quarenta anéis.
Permaneces em pé, embora partida
Com os teus mil castanhos papeis.
Dando guarida a um novo infante,
Desta misteriosa nova geração.
Embora te sintas um pouco distante.
Daquela antiga e jovial emoção.
E assim cambaleando, eu mal respiro.
Doente e farto de toda a sociedade.
À espera que o meu ultimo suspiro,
Me traga de novo, a liberdade...
E tu rapaz que foges do estrilho,
Que ecoa de uma forma crónica.
Esquece-me lá isso, ó meu filho.
Com o poder da tua harmónica.
Mostra-me de novo a juventude,
Dando ao flagelo, um antecipado fim.
Com a tua magna e maior virtude,
Ao som dos Azuis de Carmesim.
Blackiezato Ravenspawn
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