quarta-feira, 11 de maio de 2011

Fanatismo

Isto é a história de um homem, que cria num Deus
E que foi enterrado pela mão de alguns Ateus.
O mesmo que partilhou a tal espiral mortal,
Com as restantes almas, que serviam um mal...
E ele foi o ceifeiro sagrado, que perseguiu os infiéis,
Em nome da religião e das suas dogmáticas leis.
Mas essa sua existência, tão infelizmente findou
Tal e qual todas as vidas, que este quitou...

Ele pintou as vestes sagradas, com o sangue dos inocentes,
Tudo por causa de credos e de filosofias diferentes...
E eu pergunto a mim mesmo, para que raio isto serviu?
Se a redenção não se deu, nem mesmo existiu?
Ele foi uma simples peça, neste imprestável tabuleiro,
Movido sobre os caprichos, de um homem interesseiro.
Esse mesmo que tanto dizia, trazer a suprema paz,
Mas gerar ainda mais ódio, foi o que ele foi capaz...

Ele viveu iludido por um líder, cegado pela magna luz,
A mesma que lhe trouxe, a uma antecipada cruz...
A um pesadelo horrível, a esse eterno castigo,
Levando toda a sua dor e arrependimento consigo...
E na realidade, esse invisual fui mesmo eu,
Que seguiu uma visão, que a igreja lhe prometeu...
E com todo o meu fervor, assim eu vos servi
Mas nenhum anjo apareceu, quando eu faleci...

Caí no abismo, na ignorância da humanidade,
Condenado a sofrer por toda a eternidade.
Aonde eu agora partilho, todas estas histórias,
Com os demais que julgavam, seguir as maiores glórias.
Soldados, mártires, como bombistas suicidas,
Homens venerados, como vários ocultistas...
Porque todos nós, fomos alvos de hipnotismo
Causado apenas, pelo nosso fanatismo.

Piscinas de sangue... Salas de tortura...
Prisioneiros mutilados, de uma forma crua.
Círculos de fogo, vultos e quimeras!
De três cabeças, mais outras terríveis feras...
Chamas que congelam toda a essência humana,
Num horror diário algures numa dimensão profana.
E agora pago por tudo... Pois eu assim mereci...
Mas p'ra quê crer uma fé? Se eu acabei aqui?!

Blackiezato Ravenspawn

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