quarta-feira, 22 de junho de 2011

Pecados Mortais: Avareza

Espio esta cidade decadentista,
E reparo numa menina inocente.
Embora se exiba forçadamente,
Como só fosse, fogo-de-vista...

Porque dá para ver no teu olhar,
O que tu me desejas transmitir,
Como a maneira de pensar e agir,
Pois quem desdenha, quer comprar.

E avançando a passos controlados,
Com os truques e trunfos na manga.
Que escondes algures nessa tanga,
Que sobressai pelas vestes ousadas.

Seduzes-me piscando esse olhinho,
Como fosses uma mística fadinha,
Que dá tudo ao troco de nadinha,
Ao pobre miserável e coitadinho.

E assim eu sigo-te por esses becos,
Atraído por essa tua grande avareza.
Enquanto finjo ser uma fraca presa,
Com os lábios vazios e secos.

E é numa dessas malditas veredas,
Que eu dou-te o que mais desejas.
Enquanto me apalpas e tanto beijas.
Com a tua mão nas minhas moedas.

Mas eu também sou um velhaco,
E não há cá honra entre ladrões
E com a mais cínica das simulações
Eu meto o dedo, no outro buraco.

Porque o seu glúteo é uma mina de ouro.
E eu sou um homem ganancioso.

Blackiezato Ravenspawn

Espelho

Fito este espelho fascinante,
Talvez um pouco comovido
E não sei o que dizer perante,
Ao reflexo que me é atribuído.

E assim sorrio estúpido, face a ele,
Embora não possua nenhuma razão.
Será que o meu sorriso é todo dele,
Ou será também, minha criação?

E cada vez que o olho mais e mais
Ainda menos sei o que lhe dizer...
Direi-lhe as palavras mais leais?
É porque me está a apetecer...

E assim perco-me no teu olhar,
A pensar ainda no que te direi.
Enquanto tu insistes em me mostrar
A tal pessoa que me tornei.

Mas nada surge e então eu saio,
Da tua presença, do teu alcance.
De onde eu medito e me abstraio,
E daquele que me põe em transe.

E aí tu perguntas-me - Onde vais?
E eu contemplo-te curioso de novo.
Para sorrir contigo um pouco mais,
Enquanto perco o meu tempo todo.

E no final decido o te que dizer,
À minha imagem, ao meu clone.
E beijando-o com grande prazer
Eu digo - Amo-te Ravenspawn...

Já nem me lembrava o quanto belo eu sou...

Blackiezato Ravenspawn

Pecados Mortais: Preguiça

És uma moça em contínuo estágio,
Que a vive a vida perseverante.
Algures no teu mundo distante,
Ao teu andamento, em adágio.

Tens todo o tempo a teu dispor,
E nem sabes como o aproveitar.
Pois tranquila deixas-te estar,
Sobre o peito de um sonhador.

Sobrecarregando as minhas pernas,
Com esse sonho, com essa paixão.
Que não tem cura, nem redenção,
Como sofresses por eras eternas.

E o meu corpo torna-se pedestral,
E o meu coração torna-se teu ninho.
Onde sossegada bebes o teu vinho,
Tão serena e tão natural...

Como de quem desconhecesse a seca,
Como de quem bebe para esquecer.
Como a criança que não quer crescer,
Porque a alma não quer nem peca...

Sendo uma romântica incansável,
Que acaba abatida por vários tiros.
Disparados por lamentos e suspiros
Por um queixume interminável.

Ai preguiça, minha querida preguiça...
Tu que em mim te abraças e tanto colas.
Acaricia-me por favor as minhas bolas,
Chupando-me devagar, a minha piça...

E depois adormece com ela na boca...
Como uma bebé a mamar.

Blackiezato Ravenspawn

Escritores De Segunda Classe

Somos aqueles terríveis espiões
Que se mascaram de escritores
Nada mais que velhacos cabrões
Que sequestram grandes amores
Trancamo-las em diversas celas
Deveras secretas e esquemáticas
Todas essas damas mais belas
Com várias rimas problemáticas
Criamos, modificamos e destruímos
As bases de todo o pensamento
Depois fugimos, desvanecemos
Com a mentira, com fingimento
Somos os plagiadores de ideias
Audazes farsantes bem treinados
Com um arsenal de palavras letais
Que matam os mais sensibilizados
Somos os maiores dos criminosos
Que estão à solta nas vossas cidades
Com planos maldosos, perigosos
Repletos das mais vis atrocidades
Não somos nenhuns ricos artistas
Apenas legiões de tristes falhados
Poetas miseráveis decadentistas
Com os seus egos deveras quebrados
Que não passam de um sinistro vulto
De alguém que diz-se ser, um escritor
E de quem se martiriza num culto
Venerando um falso redentor
Representamos o frágil que se parte
A copia que não vale grandes tostões
E é por isso que a nossa infame arte
Tende-se a suicidar nas vossas visões
Gememos como cães aleijados
Como amargurados e sensíveis
Com os corações amaldiçoados
Obliterados por pragas invisíveis
E assim brincamos com as palavras
Para semear e colher um impasse
Tal e qual as galdérias e as cabras
Como escritores de segunda classe...

Blackiezato Ravenspawn

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Pecados Mortais: Luxúria

Olhai para si minha cara dama,
Como vós desfilais na calçada.
Sempre sublime e bem aprumada,
Ai que duquesa de enorme fama!

Seus cabelos são pristinos,
E a sua voz, lindas músicas.
Que encantam as vias públicas
Tal e qual o soar dos sinos..

E toda a gente a si, se ajoelha,
À sua beleza e a sua bela luxúria.
Enquanto as outras na sua lamúria,
Invejam, franzindo a sobrancelha.

E é essa reflexão que eu contemplo,
Dessa sua elegância de primeira.
Que surpreende esta vila inteira,
Fazendo de si, um grande exemplo.

Porque a sua pele é de realeza pura,
E os seus olhos são como cristais.
De uma raridade que nunca vi tais,
Repletos de paixão e rica ternura.

Por isso dê-me a grande cortesia,
De cear junto a si, minha graça
Indo embora comigo desta praça,
Para o meu palácio de fantasia...

Porque a rainha das jibóias,
Merece as mais exóticas oferendas.
Por isso tirai a saia, tirai as rendas
E olhai para estas duas jóias!

Oh! Bravo, Ambrósio... Posso ficar com elas?
- Só se ficar com o conjunto inteiro...
São de onde?
- O minério foi extraído de Angola e a peça foi trabalhada em Portugal...
Oh! São deveras fabulosas e sublimes.
- Obrigado Madama...

Blackiezato Ravenspawn

Sinceridade

A mentira triunfa sobre a verdade
E as pessoas abdicam da realidade,
Para receber a cínica hipocrisia
Que lhes domina, hoje em dia.

Porque a pura e honesta sinceridade,
Tende a gerar em torno da calamidade,
Sendo às vezes tão cruel e tão fria,
Que só nos magoa e nos humilha.

Tal e qual uma perversa dominatrix,
Mas eu aguento toda com ela toda.
Pois sou robusto como o Obélix
E o resto que bem se foda...

E assim a minha alma desespera,
E nenhuma humildade quase resta...
Porque a maior parte não é sincera
E esta sociedade... Não presta.

Por isso dá-me mais por favor! Mais e mais!
- Beija o chicote, então...
Sim... Senhora sinceridade...
- Bom menino, agora implora para ejaculares.

Blackiezato Ravenspawn

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Batalha Contra O Tempo

Eu sinto esta dura maldição,
Bem abaixo da minha pele.
Que lacera o meu coração,
Oh Cronos, vós sois cruel.

Pois o meu sonho está pendente,
Embora o meu destino esteja traçado.
Nos confins da minha mente
Algures escondido, enterrado.

E eu continuo à sua procura,
Embora não o consiga alcançar.
Pelejando numa batalha dura,
Que é impossível de ganhar...

E tu sadicamente sorris,
Do meu contínuo sofrimento.
Com as gargalhadas mais vís,
Que ecoam pelo vento...

E nesta noite à sombra da lua,
Com estes olhos tão cansados.
Peço assim por sua ajuda,
Com estes joelhos, dobrados.

Que a Luna de prata querida,
Me traga paz por um momento.
Porque em toda a minha vida,
Eu tenho lutado contra o tempo...

Mas estes noites passam a voar,
Que às vezes mal as consigo ver.
E as dores tendem a duplicar
Tão difíceis de se conter...

E a insanidade também governa,
Aqueles dias tão lentos e calmos.
Onde a tortura torna-se eterna,
Terrível, imedível a palmos.

Porque na maior parte das vezes,
Parece mesmo que não vale a pena.
Todos os sacrifícios e desfechos esses,
Que me prendem na mesma cena.

E o dia acaba por que rasgar a noite,
De novo com aquela luz dourada.
Enquanto eu temo pela negra foice,
Que venha e me transforme em nada.

Porque eu tenho tanto que fazer,
Mas infelizmente, fica tudo a meias.
Tornando-se inútil, vou-me dissolver!
Na tempestade temporal de areias.

E é por isso que tendo a fugir,
Dessas algemas do tormento.
Enquanto sonho e tento dormir,
Para cair no esquecimento...

Mas o tempo não para...
Tique-taque, tique-taque.
E continua no ataque...
Tique-taque, tique-taque.
Mas o tempo não para...
Tique-taque, tique-taque.
E continua no ataque...
Tique-taque, tique-taque.

Sem dar tréguas.

Blackiezato Ravenspawn

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Nébula

Parte I - Valquíria
À beira o meu decadentismo
Caí no poço, num abismo
E uma valquíria assim desceu
Dos céus para me vir buscar
E é através do seu gracioso canto
Que um novo poder em mim nasceu
Tão poderoso! - Não consegui controlar!
Tal magia, tal encanto.
E é acariciando o meu cabelo
Com os seus olhos deveras brilhantes
Tão claros como o próprio gelo
Como tão ricos como os diamantes
Ela que me pegou-me gentilmente ao colo
Tirando-me daquele cruel solo
Livrando-me de toda a perdição
Mas eu neguei! Gritando - Não!

Eu ordeno-te! Vem até mim!
Pois eu vou-te mostrar o teu fim!
- Este homem está insano...
Não! Calai-vos seu profano!

Parte II - Sopro da Morte
Deixai-me, ó branca valquíria
Pois ainda não estou morto
E quem é que ainda diria?
Que possuía forças no corpo?
Eu poderei ter morrido nove vidas
Mas levantar-me-ei para viver dez
Subjugando as mortes mais temidas
Com os meus punhos, com os meus pés.
Por isso vinde, ó cruel ceifeira
Vinde aqui enfrentar este alguém
Porque eu não vivi a minha vida inteira
Para acabar como outro ninguém
Então vinde-me abraçar
Vinde dos confins do além
Pois os teus ossos desejo quebrar
Por isso vem, morte! Vem!

Parte III - Pássaro de Hermes (Canto da Valquíria)
Libertai então essas vossas assas
Deveras pristinas e deveras aladas
E voai com honra o mais alto possível
Até aonde nenhum pássaro o foi capaz
Quebrando as barreiras do impossível
Para alcançar a vossa merecida paz.
Vai lá meu pássaro de Hermes!
Ide lá devorador de vermes!
Vai e fura o tecto dos humanos
Alcançando o chão das divindades
Para gritares através dos anos
Todas essas vossas verdades...

Parte IV - Dimensões
E assim penetro galáxias distantes
Sublime como os raios de luz
A velocidades alucinantes
Que só esta arte assim produz
Levando o carácter altíssimo
De toda a minha humanidade
Com um grande expoente grandíssimo
Multiplicado pela insanidade
Queimando essa energia sonhadora
A partir destas minhas emoções
Desta alma nobre e conquistadora
Que atravessa as dimensões
Sempre fulminante sem parar
Mais rápido que o Deus do vento
- Vai lá pássaro estrelar!
- Só falta o teste do tempo!

Parte V - Mestres do Tempo
- Vibrantes luzes no mar de estrelas
- Tão céleres que torna-se difícil vê-las
- Pássaro de Hermes, quem é ele?
- De onde vens? Quem vos sois?
Sou um poeta! E sou aquele!
Que vai dividir! O cosmos em dois!
Rasgando... Rodopiando...
Em espiral... Numa dança espacial...
Mestres do tempo! Saiam da frente!
Capa de chamas! O corpo está quente!
Pois carrego fogo! Neste meu sangue!
E no meu coração! O segundo Bigbang!
Perfurando... E depois quebrando...
As paredes. De todo o surreal...
Navegando... Mais tarde tomando.
O título... De mais um imortal...
- Loucura! Não vais aguentar!
- Os limites! Não são para se partir!
- Irás-te desintegrar! Irás congelar!
- Não irás as destruir, não iras conseguir!
- Só alcançaras um trágico sofrimento
- Se continuares nesse pavimento
- Não vás pássaro cósmico estrelar!
- Pois assim não vais aguentar!
Agora é inútil e tarde de mais
Pois já selei o meu pensamento
Vou ser o primeiro dos mortais
A partir as algemas do tempo!

Parte VI - Fénix
- Vai então e liberta-te dessas correntes
- Com as vossas chamas ardentes
- E entrai nos confins dos desconhecidos
- Pelos mais buracos negros dos infinitos
- Nesses vazios mais que temidos
- Que por nós outrora ditos
- Aqueles que foram pelas eras negados
- Mas agora por ti desvendados
- Por isso. vai Fénix poderosa!
- Vai lá criatura auspiciosa!
- Incinera estrela fervorosa!
- Irradiando a tua vontade luminosa!

Parte VII - Desintegração Cósmica
Que dor imperdoável
Desintegrador de matérias
Que destino inegável
Que feridas tão sérias
A essência desvanece
A minha força se esgota
E o meu fim acontece
No decorrer desta rota
Perco a minha visão
Derrotado, resignado
E assim caio em ilusão
Eviscerado, ceifado
Exausto e à deriva
Ausente dos meus
Dá-me mais uma tentativa
Por favor, ó Deus!

Parte VIII - Escadaria Estrelar
- Ele lutou por tais sonhos esses
- Acabando num altar de bronze
- Morreu oito, nove e dez vezes
- Mas infelizmente, não se ergue onze.
- Agora carrego o corpo do meu amado
- Através da escadaria estrelar
- Criada pelo rasto do seu enorme fado
- Que não foi capaz de aguentar
- Imortal julgou-se ele
- E olha o que aconteceu
- E agora ninguém o apele
- A não ser somente eu
- E olhando para dentro de si
- Apenas vejo tristeza e frustração
- Nada mais que resta de ti
- A não ser uma lamentação
- Fecha os olhos meu querido
- Deste o melhor que podias dar
- E embora que não seja merecido
- Eu mesmo assim irei-te levar.
- E então subiremos juntos
- Por entre esses mundos
- Por uma escadaria estrelar.

Parte IX - A Sinfonia de Fogo e Gelo (Condensação)
Aceitas-me nesses teus braços
E dás-me todo esse conforto maior
Aquele que não encontrei nos outros abraços
Enquanto buscava por algo melhor
Agora sinto-me tonto, a delirar
Assistindo a visões frígidas de ardor
E os meus olhos tendem a fechar
Contendo nada mais que ódio e amor
Ó Valquíria levai-me daqui
Envolto nesse tenro conforto
Porque na dor eu vivi
Com as leis que não concordo
Leva-me para aquele lugar
Onde todas as estrelas vão morrer
Para toda a eternidade dormitar
E mais tarde me perder
Leva para essa doca estrelar
Para esse cósmico porto
Onde os todos barcos vão atracar
E onde eu naufragarei morto
E assim a minha vida finda
E o meu espírito já nem vê-lo
Morrendo numa morte tão linda
Aonde o fogo torna-se em gelo

Parte X - Nébula
- Chorando lágrimas de ferro e aço
- Criando nuvens de névoa e pó
- Algures num distante espaço
- Onde ele padece distante tão só
- A Valquíria deixa-o no seu trono
- Aquele que se julgava imortal
- Agora no seu desejado sono
- Numa dimensão de cristal
- Com tons de azuis e violetas
- Verdes e outros fluorescentes
- Rochas gélidas e outros cometas
- Sobre efeitos convalescentes
- Numa bela galáctica monção
- Cujo ele agora tanto se prende
- Aquele que morreu no verão
- Tornando-se Inverno para sempre
- Carregando absoluta harmonia
- Pela infinidade deste universo
- Deixando a sua ultima poesia
- Na imensidão do grande vazio
- Aonde acaba disperso
- Eternamente no frio.

A sua tumba torna-se num jardim eterno de milhares de flores cósmicas.
Os astronautas passam e contemplam tal cenário magnífico de enorme beleza.
Enquanto filósofos questionam-se como é que a morte foi capaz de trazer algo assim...
Uma estrela magna... Transformou-se em nébula.

Blackiezato Ravenspawn

A Mensagem De Um Poeta Falhado Para Os Futuros Próximos

Sou apenas mais um poeta falhado,
Apesar de não acreditar nesta definição.
Porque faço desta arte o meu legado,
Sacrificando o meu frágil coração.
E se procuras regalais e recompensas,
Não faças das palavras o teu cantinho.
Se o fizeres, é porque não pensas,
E estas a andar num mau caminho.
Não contes também com salários,
Porque isto torna-nos em nómadas.
Novos explorados, ex-sedentários,
Que abdicaram de vidas cómodas.
Nem existe o devido mérito aqui,
Nem monções de grande apreço.
Só aquelas palavras que tanto escrevi,
A medida que esmoreço.
E se procuras aqui a maior fama,
E o deleito de todos os prazeres.
Para te gabares a alguém na cama,
Mais vale a pena, o esqueceres...
Porque agora a nossa poesia,
Tende a ser difícil de se reconhecer.
E se alguma vez chegar esse dia,
Será muito depois de eu morrer.

E assim a minha alma se interroga,
Se vale a pena mesmo escrever.
E ela responde - Eu sou a droga
Que te ajuda a esquecer...
Não abdiques desta crença,
Embora seja difícil de se crer.
Porque sem ela enfrentaras doença,
E irás possivelmente padecer.

Ou viver...
No vazio doentio da normalidade...
Sucumbindo...
Mais a tarde à tua insanidade.


Blackiezato Ravenspawn

Neo-Portugal I - Eutanásia

Portugal encontra-se senil, à toa,
Tão velho que mal consegue respirar.
Atado a uma sociedade nada boa,
Que o insiste em torturar.
Mas o capitalismo mantém o vivo,
Ligado a um pulmão artificial.
Que bombeia esse ar nocivo,
Do fundo monetário internacional.
Porque deixamos tal acontecer,
Porque prolongamos o seu sofrimento?
Será que que gostamos de sofrer?
Ou não existe discernimento.
Para prosseguir de novo em frente,
Com um novo plano, com uma nova acção.
Apresentando um trabalho competente,
Em nome desta pobre nação...
E não me refiro a vós políticos,
Nem os vossos pseudo-ideais.
Nem aos investidores míticos,
Nem aos ignorantes anormais.
E se não existe esse alguém,
Nem alguma cura na nossa farmácia.
Duvido que um milagre existira também,
Então desligai as máquinas. Eutanásia!

Blackiezato Ravenspawn

sábado, 11 de junho de 2011

Coragem

Era um daqueles dias para esquecer,
Pois nenhum de nós estava a contar.
As faces já se estavam a entristecer,
E os corpos já estavam a fraquejar

Os homens tornavam-se meninos,
Os nossos egos foram assombrados.
Estávamos fragilizados, desunidos
Sem esperança, quase derrotados.

As nossas pernas também tremiam,
E alguns já pensavam em fugir.
Porque assim já não existiam,
Grandes chances para se subsistir.

E no auge daquele vil enredo,
Expressando a sua camaradagem.
Ele fez-se à carga, sem medo
Com o seu punho de coragem.

E de seguida avançamos todos nós,
Moralizados com aquele fulgor.
Sincronizados pela sua voz,
Sem recuar e sem temor.

...

Embora tenha sido tudo em vão,
Termos aceitado tal desafio.
Que nos subjugou no cruel chão
Obliterados sem dar um pio.

Mas ele não se conformou e não se calou,
Apesar de termos sido, resignados.
E mesmo assim fez força e se levantou,
Ainda com os seus ossos, quebrados...

E a dor que antes nos dominava,
Foi espantada pela sua presença.
E dele uma nova energia, emanava,
De uma forma deveras extensa...

Sentia-mo-nos como cavaleiros,
Debaixo do seu sábio comando.
Soldados de elite, verdadeiros
Duques Honrados, caminhado.

E foi no final desse atribulado dia,
Que ele fez valer a nossa jorrada hemácia.
Gritando com toda a raiva que possuía,
Mais alto que o inferno - Demáaaciaaaa!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Pecados Mortais: Gula

Oh formosa diva comestível,
Vinde a mim saciar esta fome.
Que infelizmente nunca some
Sendo deveras apetecível...

Com essa tua bela silhueta,
Tão abastada e tão nutrida.
Cheia de graça e de tal vida,
Que é imune à ampulheta

E alimenta este meu corpo,
Que ainda pede por mais.
E que nunca saciara jamais,
Até dar consigo em morto.

Deixai-me petiscar levemente,
Mordiscando a tua entrada.
De uma maneira desalmada,
Como fosse um lobo demente!

Porque essas tuas curvas,
Fazem-me chorar uma monção!
De um prazer e de uma emoção!
Águas puras e nada turvas.

E assim eu te lambo, depois trinco,
Mais do que consigo mastigar,
Mesmo de quem quer se engasgar,
Sem vergonha e sem afinco.

Pois senhora, eu não vos minto!
Porque por si este coração pula,
Descontrolado por imensa gula
Tal e qual um nobre faminto.

"Por isso fode-me com mais força
Até a minha pélvis rachar.
Aiiiiiiii! Que Mulher roliça..."

Blackiezato Ravenpsawn

sábado, 4 de junho de 2011

Força da Natureza

Eu sou um alquimista quase louco
E os teus elementos, deveras estudo.
Porque não me contento com tão pouco,
Pois desejo saber, mesmo tudo...

Elemento Terra - O seu corpo
Esse teu corpo é a terra mais fértil,
Composta pela mais rica flora.
Embora sejas frágil, não és nada débil,
Pois abalas comigo, a qualquer hora.
Tremendo quando achas preciso,
Apesar de seres tão serena e tão calma.
E é nesse teu tão confortável piso,
Em que me deito, tranquilizando a alma.

"Ela veste todas as cores da Primavera..."

Elemento Fogo - As suas emoções
E as tuas emoções são como fogo,
Que ilumina os confins do meu ser.
E assim eu te peço e eu te rogo,
Para que nunca pares de me aquecer.
Mas às vezes és como um vulcão,
Que explode agressiva, sem avisar.
Lançando lava que tende a deslizar,
Pelos rios, até ao meu coração...

"Ela é intensa como os raios de sol do Verão..."

Elemento Ar - O seu espírito
Mas o teu espírito é livre como o ar,
Possuindo o charme de todos os ventos.
Que passam por mim a suspirar,
Tomando controlo destes momentos.
Em que me encontro só, a meditar
Porque razão te quero perceber...
Mas acabo apenas por entender
Que és a minha razão de respirar.

"Ela é misteriosa como os ventos do Outono..."

Elemento Água - A sua mente
E és água clara, fonte de frescura,
Apesar de mutável ser a tua mente.
Que pode ser tão densa, como dura,
Quando congelas assim, de repente...
Nesses demónios frígidos de neve,
Quando te vejo a entristecer.
Mas na realidade tornaste leve,
Quando eu consigo, te derreter...

"E ela é pura como a neve do Inverno..."

E é assim que eu te descrevo,
Com a maior absoluta grandeza.
E no final, eu percebo
- Mulher, És uma força da natureza!

Blackiezato Ravenspawn