quarta-feira, 22 de junho de 2011

Pecados Mortais: Avareza

Espio esta cidade decadentista,
E reparo numa menina inocente.
Embora se exiba forçadamente,
Como só fosse, fogo-de-vista...

Porque dá para ver no teu olhar,
O que tu me desejas transmitir,
Como a maneira de pensar e agir,
Pois quem desdenha, quer comprar.

E avançando a passos controlados,
Com os truques e trunfos na manga.
Que escondes algures nessa tanga,
Que sobressai pelas vestes ousadas.

Seduzes-me piscando esse olhinho,
Como fosses uma mística fadinha,
Que dá tudo ao troco de nadinha,
Ao pobre miserável e coitadinho.

E assim eu sigo-te por esses becos,
Atraído por essa tua grande avareza.
Enquanto finjo ser uma fraca presa,
Com os lábios vazios e secos.

E é numa dessas malditas veredas,
Que eu dou-te o que mais desejas.
Enquanto me apalpas e tanto beijas.
Com a tua mão nas minhas moedas.

Mas eu também sou um velhaco,
E não há cá honra entre ladrões
E com a mais cínica das simulações
Eu meto o dedo, no outro buraco.

Porque o seu glúteo é uma mina de ouro.
E eu sou um homem ganancioso.

Blackiezato Ravenspawn

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