quarta-feira, 13 de julho de 2011

Estava Pedrado?!

Tudo começara quando estava sozinho,
A escrever no café, num dia de Julho.
Até aparecer o meu amigo Coutinho,
A convidar-me para fumar um "tartulho".
Tentava, mas infelizmente nada saía,
Então fechei o caderno e aceitei de imediato.
Pondo de parte a minha fiel poesia,
Para fumarmos num sítio, mais pacato.

Então, fomos no seu carro até ao pinhal
E eu comecei logo a queimar o haxixe.
Passou alguém de mota naquele local
Mas não nos ralamos - olha que se lixe...
E depois de estar completamente desfeito,
Juntei mais o tabaco e meti na mortalha.
E agora com ele enrolado, devidamente feito,
Beijamo-lo como fosse a nossa medalha.

Depois de o fumarmos deixou-me em casa,
Mas eu já estava a ficar meio alterado.
A ficar cansado com a visão baça,
E com um andar um pouco, cambaleado.
Então regressei de novo para o pinhal,
Para me deitar mais um pouco ao sol,
Pois estava uma brisa tão descomunal.
Que me deixou tão relaxado e mole.

E senti-me como uma livre criança!
Enquanto pela relva, eu rebolava...
Envolto numa alegre mística bonança
Tão tranquila que nem acreditava!
Bem, eu queria também me levantar,
Mas o meu corpo não me respondia.
Tinha a garganta seca e faltava-me o ar
E o cansaço ao chão, tanto me prendia

E assim fiquei imensamente pedrado,
Naquele feliz e sublime dia de verão.
Como tivesse sido violentamente pregado,
Bem acariciado neste confortável chão.
Enquanto eu estupidamente, sorria,
Sem saber qual mesmo a grande razão
E a maior parte das vezes até parecia,
Que ia ter um ataque de coração...

Depois ficou frio... E eu fui para casa dormir.

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