sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Olhos De Tédio

E é assim de tanto esperar por nada,
Que a barba cresce e a vontade decai.
A alma amolece, mas não está cansada,
Junto com o corpo que também cai.
Numa cadeira em grande aborrecimento,
Aonde não resta quase nada para eu fazer.
Neste café aonde passo o meu tempo,
Sem saber mesmo o que escrever.

E é no plano desta enfadonha visão,
Que veja passar uma jovem ucraniana.
Que me sorriu, embora não tenha feito questão
De a elogiar de uma forma quotidiana.
Passando com os seus cabelos dourados,
Mais os seus belos olhos azulados.
Mas não tenho emenda, que triste remédio,
Perdia-a por causa destes olhos de tédio.

Que não foram capazes de mostrar postura,
Por se acharem tímidos, embora perversos.
Não hesitando em guardar a sua figura,
Em simples tontos e ridículos versos...
E é passando deslumbrante, só de passagem
Que aqueces o meu clima, ó lorinha.
Neste deserto onde és uma miragem,
De um oásis cuja a água nunca será minha.

E assim enfrento este calor de verão,
Enquanto a caneta em vão peleja.
Para preencher este vazio no meu coração,
Com um fraco poema e uma cerveja.

Blackiezato Ravenspawn

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