sábado, 15 de outubro de 2011

O Bicho Papão

Existia uma abominação de grande pansa,
Conhecida por se esconder na escuridão.
Que eu imaginava quando era criança,
A quem lhe chamavam de bicho papão.

Cresci e nem dei pelo tempo passar,
Que propriamente nem me lembrei de tal.
Dessa besta que me desejava devorar,
E atormentar o meu espírito jovial.

Mas hoje lembrei-me dessa tonta criatura,
Aquela que se escondia debaixo da cama.
De uma forma sinistra, vil e tão obscura,
O meu fim do mundo, o meu trágico drama.

E eu olhei...

Mas não existe tal ridícula tontice,
A não ser os meus chinelos de lona.
Ai meu Deus! Que filha de putice!
Não pode ser! Uma bicha papona?

- Sim, sou eu a suprema prima-dona!
- Que te cantava o terror a noite inteira!
Ai sim? Então cala-te e vai dar a cona
Pois vazia, está a minha carteira...

*

- Oh... Apesar do nosso hiatos, temos que admitir que já andamos nisto à tanto tempo...
E eu acho que já era tempo de levarmos a nossa relação a sério...

Quê? Desta vez vais mesmo me comer?

- Sim.

Então chupa com cuidado ou parto-te os dentes!

*

Porque eu... Eu é que era o meu próprio monstro.
E essa tal entidade, o meu reflexo.

O bicho papão, não passa do meu avatar da perversão.

Blackiezato Ravenspawn

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