terça-feira, 22 de novembro de 2011

Amor-Amor

Qual é a coisa mais importante
Mais bela e mais galante
Que percorre para além do cosmos distante
À procura dos seus amantes?

Não é amor... Mas sim amor-amor
Que amamos tanto e tanto
Ao ponto de se tornar como um cancro,
Apegando-se a nós como um tumor.

Sendo a morte subtil, a heroína decadente
Que se infiltra, corroendo as veias
Queimando o coração, enlouquecendo a mente,
A dose diária que tomamos a meias

Em convívios sociais, nos nossos cantinhos,
Onde nos embebedamos desmedidamente com o teu vinho
E não importa se é seda, ou mesmo linho
Pois a saudade é a mesma, quando sozinhos.

Ai amor-amor, tu que fazes solitários cometas,
Vaguear por essas vielas mais obscuras.
Sonhando com nébulas de tais formosuras
Enquanto as luas seduzem os seus planetas.

E até mesmo os buracos negros misantropos
Sentem as luzes. Querem obtê-las!
Porque não se saciam com tão pouco
A não ser com o brilho das várias estrelas.

Pois tu fazes-nos sentir de novo garotos,
Apesar de algumas vezes seres engodos.
Feitos de segredos que escondem logros
Embora só queiras o bem de todos.

Até mesmo daqueles que temem a agulha,
Descontrolados pelas próprias emoções.
Mas quando se vêm no mar de indecisões
Tu és a voz corajosa que diz - Mergulha!

E é assim no final escutando o choro de Lúcifer,
Que depena nas minhas preces com rancor.
Tal e qual uma orgulhosa mulher
Que não admite, embora deseja...

Amor-amor.

Blackiezato Ravenspawn

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