quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Os Filhos Do Sol E Da Lua: 6 Minutos De Eterna Magia (Crepúsculo)

Hoje! Não importa o que fizeste
Nem o que deixaste para amanhã
Porque o destino pode ser agreste
E não existir para vós o antemanhã.

Pois nada disso é mais importante
Do que ocorrerá nestes momentos
Deu-se o início do ultimo instante
E o mais misterioso dos tempos.

Nesta hora tudo o que perderam
Pode ser magicamente retribuído
Como tudo o que assim ergueram
Pode ser tragicamente destruído.

Por isso preparai-se minha gente
E manifestai as restantes energias
E aproveitai com graça, sabiamente
Os meus minutos de eterna magia.

Dou-vos seis minutos para cantarem
E seis minutos para o que tiver de ser
Como seis minutos para dançarem
Das várias maneiras que vos apetecer

E então, estão mesmo à espera do quê?
Com apenas cinco minutos para agir?
Não interessam agora os porquês!
Os cinco minutos estão se a extinguir!

Quatro minutos para escolherem
Quatro minutos para mudar o mundo
Quatro minutos para se perderem
Algures num sonho, bem profundo.

Três minutos de enorme coragem
Três minutos de extrema convicção
Três minutos de tranquila aragem
E três minutos de sublime perfeição.

Dois minutos para intensos desejos
Dois minutos para grandes favores
Para darem abraços ou últimos beijos
Aos vossos amigos e aos vossos amores.

Um minuto de elegante excelência
Um minuto de majestosa soberania
Um minuto da mais pura inocência
Como um minuto de suave nostalgia.

Rápido! A ampulheta está a expirar
E já não sobra quase tempo algum
A areia cai, as cortinas vão-se fechar
Em cinco, quatro, três, dois, um...

Tudo o que acontece no crepúsculo
Fica guardado no relógio da eternidade
O dia deita-se, relaxando os músculos
E a noite mostra a sua sensualidade.

Zero...

A linha ténue que separa
A realidade da ficção
E que assim se encara
Entre a ciência e religião
Como do Sol e da Lua
E da serenidade e da melancolia
Quebra-se diariamente...
Em seis minutos de eterna magia.

Mas parece que ninguém sabe...
Até hoje.

Blackiezato Ravenspawn

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A Minha Alma

Eis ela, adorável e pequena
Esta misteriosa, alma minha,
Tão curiosa e tão exuberante
Como elegante e bonitinha.

Ela que adora imenso cantar
E vestir-se com todas as cores,
Quando suspira com o vento
O aroma de todas as flores.

Ela que brilha com estrelas
Valendo mais que diamantes,
Mais suave que a própria seda
E a mais fiel dos meus amantes.

Quando se esconde em mim
Lá dentro do nosso coração,
Tranquila na sua crisálida
Debaixo do véu da escuridão.

Que eu uso para lhe proteger
Dos perigos que vêm de fora,
Pois ela só mostra a sua beleza
Quando acha que está na hora.

Porque tu és um pouco tímida
Nisso tenho que te ser franco,
As pessoas dizem que és negra
Mas és mais pura que o branco.

Tu que dormes sempre em paz
Apesar de um pouco rabugenta,
Transparente e sem tonalidade
Porque senão serias cinzenta.

Também não possuis formas
Nem feições ou mesmo cara,
Apenas és o que mais desejas
Fluindo turva... Como clara.

Ao teu gosto, como te apetecer... Não é?

É pois.

Blackiezato Ravenspawn

Quero Mais! (Fama)

Algumas pessoas fartam-se de perguntar
- O que devo fazer para te agradar?
Mas a maior parte delas não tem noção
Do que ao certo fazer para me encantar.
E assim ajoelham-se na minha corte
Bajulando-me coitados, com figuras tais,
Perguntando - Vossa alteza. Que desejais?
E eu respondo - O que achas? Quero mais!

De vocês que se vendem baratos
Por uns simples níqueles de fama,
Para viverem um sonho acordado
Algures na calçada, fora da cama.
Vocês que me dão as vossas vidas
Em troco da minha falsa graça,
Só para se sentirem bem convosco
Lá nos cafés, ou nessas praças.

Mas os vossos esforços dão o poder
Que qualquer entidade, mais deseja
As vossas lágrimas fazem-me crescer
E regam as minhas sementes da inveja.
Neste circulo dos que vão e dos que vêm
Rastejando-se como tontos e anormais,
Repetindo - Vossa alteza. Que desejais?
E eu respondo - Já vos disse! Quero mais!

Eu meto nos placares a vossa propaganda
E vocês dobram-se de costas para mim,
Uns baixam as calças, outros até engolem
Até quando eu achar que merecem o fim.
A eles todos postos de rabo empinado
A apanhar as moedas que atiro ao chão
Dizendo - Vai devagar, por favor fama
Mas eu continuo-os a fodo-lhes à cão.

Para mais tarde as putinhas aparecem
Na Internet, na Rádio e na Televisão,
Cambaleando na magnifica passerelle
Para entreterem a sua população.
Sorrindo falsamente, cheios de dores
Levando-me seriamente a pensar,
Que depois de se levar muito no rabo
Pode ser mais fácil, mas doí ao cagar

E é isso o que eu estou a fazer para vocês!
A cagar-me forte e feio enquanto vocês comem e engasgam-se nas vossas merdas!
E sabem o que eles dizem no final?
- Quero Mais!
Então, tomem aí mais fama aos montes de fezes.

Porque a verdadeira "merda" é considerada "ofensiva" e é censurada nos mídia.

Blackiezato Ravenspawn

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Solidão II

Ela
Que se passa, meu querido
E porque estás tão cansado.
Doí-te algo, estás ferido
Ou simplesmente, desanimado?

Não te gosto de ver assim
Deves ter algo para desabafar,
Sabes que podes confiar em mim
Pois estou aqui para te ajudar.

Fiz-te algo, estás magoado?
Diz-me lá o que a tua alma tem,
Porque nunca te vi tão calado
Até parece que não estás bem.

Então, fala comigo por favor!
Como costumavas falar dantes...
Diz-me o que tens tu meu amor,
E porque te encontras tão distante?

Ele
Não se passa nada, minha querida
Nem algo de jeito se passou...
Não fiques triste, assim ressentida
Desculpai o tédio, que por mim falou....

Talvez porque continuo na mesma
Com a minha vida sempre igual...
Mais lenta que uma pobre lesma
E já nem sem o que fazer afinal...

Apenas vejo os meus dias passar
Sem nada mesmo querer fazer...
E nem sinto grande vontade de falar
Quanto mais de assim viver...

Caminho para um beco sem saída
Perdido numa estrada sem retorno.
Algures entre o sonho e a vida,
Nem quente'efrio, mas sim morno.

Ela
Bem me parecia que te sentias sozinho,
Por isso deite-mo-nos neste leito.
Juntinhos-agarradinhos no nosso ninho,
Comigo encostada, no teu peito.

Pois nunca terás outra rapariga,
Que entenderá bem esse coração.
A não ser eu, a tua especial amiga
A doce e suave, menina solidão.

Por isso relaxa, meu caro bem,
Na tua carinhosa e bela chuchu.
Como nunca jamais, amou alguém
Como tens amado, sempre tu.

E cantemos ambos - la lalala-la
E depois continuemos - la lalala-li...
Despe-te meu amor e vem cá,
Para dormi-mos juntos aqui...

Blackiezato Ravenspawn

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Às Cavalitas

Vem rapariga, não sejas modesta,
Sobe para cima das minhas costas.
E esquece tudo o que não presta,
Pensa só no que tu mais gostas.

Pois hoje serei o teu cavaleiro,
A tua espada e a tua vanguarda.
E não importa qual os roteiros
Se és nobre, ou mesmo bastarda.

Ajoelho-me a ti, em teu serviço
E levar-te-ei onde mais quiseres.
Ao fim do mundo, se for preciso,
Onde desejar a rainha das mulheres.

As tuas palavras, são me ordens,
Minha querida alteza, tão bonita.
Eu sou o mais sortudo dos homens,
Por vos ter as minhas às cavalitas.

Blackiezato Ravenspawn

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Não Escrevo Um Caralho

Não arranjo um trabalho
E nem escrevo um caralho.
Eis uma rima reciclada
De outra poesia falhada.

Eu, este velhaco nobre
Cavaleiro de falsa prata.
Um Lorde embora pobre
Sem chapéu, fato e gravata.

Que não faz nada de jeito
E que nem espera respeito.
Pois não desejo o que vejo
Ou cobiço, ou mesmo invejo

Apenas fodo bonitas linhas
Pois não existe mais alguém.
Porque nenhuma das menininhas
Gosta de mim, um zé-ninguém.

Nem escrevo de forma certa
Não sou escritor, nem poeta.
Rabisco desalmado ao calhas
Pelo lixo em busca de tralhas.

Como um vadio, sem-abrigo
Que nunca será como tu.
Mas sabes que mais, amigo
Divirto-me para chuchu

A escrever caralhadas que algum dia vais mamar.
Ah... Olha essa carinha laroca cheia de espórra!

E risse.

Blackiezato Ravenspawn

Povo

Acordem escravos latejantes
Porque é tempo de trabalhar
E de voltar a caminhar
Nesta passadeira rolante
Que não pode mesmo parar
Senão passarão sede e fome
Que tende drasticamente a acelerar
Pois o prejuízo já é enorme

E é preciso ainda mais dinheiro
Fundos que nunca os vão ver
Apesar do povo assim os merecer
Dentro dos seus mealheiros
Para investir no futuro
Nas crianças que nascerão
Num clima horrível e duro
Sem esperança e solução

Neste solo que continua deserto
Com a sua natalidade estagnada
Nesta terra que não produz quase nada
Pois aqui as coisas nunca bateram certo
Desde que o fabuloso senhor cavaco
Matou as pescas e a agricultura
Enquanto o povo homenageava Baco
Para curar as suas amarguras

E a vossa juventude de merda
Caminha desunida, desorientada
A sonhar com canções encantadas
Invés de plantar o grão e a erva
Enquanto o país se endivida
E ninguém parece querer saber
Pois é mais importante falar da vida
Do outro quem se quer foder.

E assim vocês brincam a cabra-cega
Atrás de coisas desnecessárias
Enquanto as classes elites, ordinárias
Roubam-vos e não levam nega
Da justiça comprada com capital
Pelos grandes senhores feudais
Que exploram de uma forma surreal
A vocês, tansos e anormais

E às putas baratas e aos bastardos
Na mão de políticos corruptos
Que vos roubam todos os frutos
Dos burros que carregam fardos
Para manter as bases de uma nação
Onde os abençoados vivem o sonho
Enquanto os outros olham para o chão
Com tristeza, de um jeito medonho

E cada vez à menos e menos trabalho
Nesta embarcação chamada Portugal
Que é liderada pelos capitães do mal
Os mesmos que não valem um caralho
E vos enrrabam a torto e direito
Levando a tripulação a abandonar
Sem orgulho e sem respeito
Até este país velho, se afundar.

E é isto, o que vocês são...
Porque eu não me conformo.
Pois eu sou o bárbaro selvagem que pilha histórias.
E o que corvo que aguarda pelos corpos tombarem no chão.
Porque para mim...
Vocês já estão todos mortos
Só que ainda não notaram.

Agora façam algo de especial... Porque onde há moscas, há merda.
E o cheiro excita-me de uma maneira estranha.

Blackiezato Ravenspawn

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Cosmos: "Big Bang"

Entre os corpos nus do Limbo e da Eternidade,
Quando tudo era nada e onde o vazio era inteiro.
Algures num tempo, inatingível pela humanidade
Onde não existia últimos, quanto mais primeiros...

Quando o Caos amava totalmente a sua irmã
E não existia o ontem, nem mesmo o amanhã.
Nem mesmo a fortuna, nem mesmo a perdição
Pois a Ordem compreendia bem o seu irmão...

E quando o barulho era um sussurro oculto
E o silêncio gritava ruidoso com vozes astrais
E o amor e ódio dormiam juntos - Luz e Vulto
Tornando a realidade e o sonho ambos iguais...

O Compositor e Maestro coordenou a orquestra,
E deu-se o crescendo - A majestosa chama mestra!
A expressão da sua sensibilidade em cadeia de explosões,
Originando o universo e as múltiplas dimensões...

Dando o inicio à vida
Que se irá expandir conforme o seu tempo e a sua vontade
Para os confins do universo...
O Big Bang - A Harmonia da Perfeição.

Blackiezato Ravenspawn

Cosmos: "Big Crunch"

Fui plantando algures na verde primavera,
Na célebre estação, onde toda a beleza impera.
E rompi o solo algures a meio de Dezembro
Vivendo como flor, desde que eu me lembro...

A florir e a despetalar - sempre fiel à natureza!
Sobre a vontade das eras e das suas danças.
Como do frio que estupra as árvores indefesas
Mais do vento que sequestra, as nossas crianças...

No decorrer desses ciclos de nascença e morte,
Nestes testes para definir quem são os mais fortes.
E assim os sábios perseguem a absoluta verdade,
Para escaparem ao aborrecimento e à gravidade...

Enquanto o universo arrefece lentamente
E a luz a busca o conforto no colo da escuridão.
Obedecendo ao Deus do Cosmos; Ao omnipotente
Que nos devorará um dia, na sua implosão...

Quando a entropia trouxer o final
Dar-se-á o recolher das massas e das energias gastas
Para voltarmos todos às origens...
O Big Crunch - A Harmonia da Dissonância.

Blackiezato Ravenspawn