domingo, 26 de fevereiro de 2012

Dominatrix II

Serei eu mesmo a única pessoa?
Que anseia tanto, por bem sofrer...
De uma forma peculiar, mas tão boa
Melhor do que qualquer outro prazer?
Porque todos os sonhos que tenho
Todas essas - minhas fantasias!
Fazem-me implorar de um jeito tão estranho
Pelas mais tremendas e bizarras agonias.

Domina... Domina...
Domina. Dominatrix!
Vem a mim, minha vil Senhora
Sua sádica e cruel dominadora.
Domina... Domina...
Domina... Dominatrix!
Tu és aquela que alguma vez quis
Ó minha amável e soberana imperatriz.

Eu quero que ela me chicoteie
Impiedosamente, sem cessar
Como também quero que me odeie
Ao ponto de eu sangrar - e gritar!
O nome dela, como o mais bravo
Sem receio algum, sempre voraz!
Recebendo o título de fiel escravo
E ela da macabra e terrível capataz!

Domina... Domina...
Domina. Dominatrix!
Vem a mim, minha vil Senhora
Sua sádica e cruel dominadora.
Domina... Domina...
Domina... Dominatrix!
Tu és aquela que alguma vez quis
Ó minha amável e soberana imperatriz.

Iríamos reinventar a escravatura
Se ela me prendesse à sua vontade,
Sendo depravada, sinistra e dura
No controlo da minha castidade.
E assim regozijaria no meu desgosto
Sufocado na minha própria perdição,
Quando ela se sentasse no meu rosto
Para tirar gozo desta humilhação.

Domina... Domina...
Domina. Dominatrix!
Vem a mim, minha vil Senhora
Sua sádica e cruel dominadora.
Domina... Domina...
Domina... Dominatrix!
Tu és aquela que alguma vez quis
Ó minha amável e soberana imperatriz.

Pois eu devo ter as emoções trocadas
Para idolatrar tal encarnação da dor,
Talvez por viver relações fracassadas
De mentiras belas e histórias de amor.
E a razão pela qual tanto lhe amo
Deverá ser por não me mentir,
Pois pela dolorosa verdade assim clamo
Enquanto respirar e ela existir.

Domina... Domina...
Domina. Dominatrix!
Vem a mim, minha vil Senhora
Sua sádica e cruel dominadora.
Domina... Domina...
Domina... Dominatrix!
Tu és aquela que alguma vez quis
Ó minha amável e soberana imperatriz.

Insulta-me e cospe-me na cara
Despreza-me e agarra-me o cabelo,
Suspira-me de uma forma clara
A tua tortura, o meu flagelo.
Porque os teus suspiros são-me agulhas
Que excitam a minha negra pele,
Pois sou um masoquista entre os trafulhas
E a tua presença é-me inesquecível!

Domina... Domina...
Domina. Dominatrix!
Vem a mim, minha vil Senhora
Sua sádica e cruel dominadora.
Domina... Domina...
Domina... Dominatrix!
Tu és aquela que alguma vez quis
Ó minha amável e soberana imperatriz.

E é implorando, arrastando-me de joelhos
Como estivesse a rezar para um Messias,
Para que ela venha e me arranque os pintelhos
Com as suas mãos profanas e tão ímpias.
Enquanto depeno numa jaula, nesta prisão
À espera da sua indispensável presença,
Para que me satisfaça esta vibrante tentação
Da arte mais sublime, doente e intensa.

Domina... Domina...
Domina. Dominatrix!
As minhas gónadas são como jóias na tua mão
E a minha submissão é tua maior paixão!
Domina... Domina...
Domina... Dominatrix!
O meu corpo chora com latidos e gritos abismais
Não por sofrer, mas sim por querer ainda mais!

Blackiezato Ravenspawn

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Serenata À Luz Da Lua: Acto III - Alvorada

E naquela noite encarnada, morremos,
Mas na alvorada seguinte, renascemos.
Como anjos que visitaram o inferno,
Para compensar o frio deste inverno.

Durante a ausência das nossas almas,
Que apesar de unidas, pelo céu índigo.
Passavam noites vazias e tão calmas,
À procura "daquele" conforto e abrigo.

À espera da altura ideal para partilhar,
E para juntar ambas as nossas essências.
Para se deleitarem com as experiências,
Que tanto desejávamos, assim expressar.

E assim expressamos todas elas,
À luz da lua e à luz das velas.
Até acabamos no chão agarrados,
Exaustos, embora aconchegados.

Ensopados na nossa transpiração,
Nas primeiras gotas do orvalho.
Provenientes da nossa comunhão
Que deram de beber, ao soalho.

E foi no cessar desse tempo oportuno,
Que eu te beijei com imenso clamor.
Como o primeiro pássaro madrugador
Após seguido do último vulto nocturno.

E se ao acordares, necessitares...
Dos meus esperados, afectos diurnos
Encontrarás conforto, se procurares...
Nos meus dotes de escritor...

...

Ela ergueu-se às sete, mas ele saiu às seis
E agora aquela serenata, não passa de papéis...
Que ela segura, como visse tudo desfeito
Mas também como uma jóia, algures no seu peito...

Blackiezato Ravenspawn

Serenata À Luz Da Lua: Acto II - Correntes De Paixão

E foi na minha deslumbrante distracção,
Enquanto contemplava a tal perfeição.
Orientado pelo mapa da tua suave pele
Como quem é tentado pelo aroma do mel.

Que me atacaste subitamente,
Audaz e feroz como uma loba.
Submetendo-me, agitadamente
Como fosses de todo - Uma Louca!

Porque nos teus dedos, tinhas adagas!
E nos teus olhos uma cruel assassina!
Que se fez de frágil'inocente menina!
Para trazer secretamente - Duas chagas!

E assim lutamos a noite inteira!
De uma bizarra e estranha maneira!
Saciando os nossos desejos carnais!
Como dois monstros - Dois animais!

Arranhando e depois mordendo!
Lá naquelas florestas de cetim!
Regozijando e depois gemendo!
Como teclas de ébano e de marfim!

Na simbiose daquela combustão
Que eroticamente nos conflagrou
E que ambos os corpos juntou!
Presos por correntes de paixão...

Ligando duas mentes a um coração
Que pela noite fora... Incinerou.

Blackiezato Ravenspawn

Serenata À Luz Da Lua: Acto I - O Chamamento

Quando te sussurro, leve, levemente,
Pelos teus lábios de agua-ardente.
Nestas noites nossas, tão mágicas
Acompanhados por velas aromáticas...

Que continuam desfechos ilícitos,
Daquelas secretas, cartas de amor.
Onde todos os meus cantos líricos,
Amornavam-te com um etéreo calor...

Fazendo-te suspirar e assim gemer,
Em silêncio, embora tão revoltada.
Tremendo na tua ânsia, refastelada,
Só com o único propósito de me ver.

E para me ter, aos ventos declamaste
E nos seus suspiros, ofertas achaste.
Contendo tais flores, cheias de graças
Iguais as que me dás, quando me abraças.

Quando entro subtil, de surpresa,
Para acariciar o teu sublime cabelo
E termino essa tua maior incerteza,
Enquanto derretes-te como o gelo.

Despetelando-te e entregando-te nua,
Seduzindo-me, sorrindo e implorando.
Agradecendo-me feliz, quase chorando
Por esta bela serenata, à luz da lua.

E ao ouvir essas preces ao fim da rua
Eu trouxe-te o eco e entrei, te tocando...

Blackiezato Ravenspawn

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

La La-lara La La-ri

Quando as coisas se complicam
Não percas tempo a falar
E quando os problemas se multiplicam
Lembra-te que um dia vão melhorar
Continua apenas como nada fosse
Mesmo que não haja razão, para continuar...
Pois a vida às vezes é agridoce
E o melhor remédio é ignorar

La lalara-lala lala-ra
La lalara-lala la la-liii
La lalara-lala lala-ra
Ó Fracasso vai-te embora daqui

Quando o amor não é correspondido
Não te rales por não resultar
E quando o sonho se encontra perdido
Não fiques triste por falhar
Continua apenas como nada fosse
Porque o que importa, é mesmo tentar...
Porque quando a vida é agridoce
Tu tens de saber-lhe apreciar

La lalara-lala lala-ra
La lalara-lala la la-riii
La lalara-lala lala-ra
Ó desgosto não levas nada de mim

Quando a dor torna-se insuportável
Não tenhas medo de gritar
E quando o ressentimento é inevitável
Não gaste energias a repensar
Continua apenas como nada fosse
Sorrindo em frente, a cantarolar...
Mesmo que a vida continue agridoce
Sem medo algum de desafinar.

La lalara-lala lala-ra
La lalara-lala la la-riii
La lalara-lala lala-ra
ó Desespero sai de ao pé de mim

E mesmo que tudo seja fútil
E todo esforço acabe inútil
Continua em frente mais uma vez
La lalara-lala lala-ra
La lalara-lala la-la-liii
E se for preciso canta mais duas e três
Ó vida minha não sejas assim.

La lalara-lala lala-ra
La lalara-lala la la-riii
La lalara-lala lala-ra
Lara ri...

La lalara-lala lala-ra
La lalara-lala la la-riii
La lalara-lala lala-ra
Lara ri...

E quando a vida te der limões
E não te restar mais nada...
Junta água e açúcar às monções
E prepara para ela uma limonada...


La lalara-lala lala-ra
La lalara-lala la la-riii
La lalara-lala lala-ra
Lara ri...

La lalara-lala lala-ra
La lalara-lala la la-riii
La lalara-lala lala-ra
Lara ri...

Blackiezato Ravenspawn

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Não Deixes De Acreditar

O meu ódio ecoa e eu ranjo os dentes
Enquanto os meus olhos fervem na hipocrisia
Girando interminável como fazem os dementes
Ao buscar prazer nos turbilhões da agonia

Sou temperado com a insossa amargura
De almas pútridas e de mentes cruéis
Escondidas em corpos de falsa formosura

E grito em silêncio biliões de decibéis
Preso numa jaula, nesta cela obscura
Criada por senhores abomináveis

Enquanto o meu mundo colapsa
Debaixo desta atmosfera!
Pois a minha mensagem não passa
E a minha vontade desespera!
Levando a esperança fugir de mim
A cada suspiro que dou...
Sendo assolado pela derrota, assim
Pelo falhanço que sou...

E é vendo os meus sonhos a serem quebrados
Juntamente com os talentos que me são quitados
A cada cigarro que fumo, tentando acreditar
Até não restar mais nada, que eu possa queimar

Vendo lentamente a esperança a padecer...

Relatando a vida curta, de uma forma tão extensa
Enquanto me afogo à mercê destes falsos céus...
Como uma viúva tumultuosa, em segredo no seu véu
Que se imerge desgostosa com a restante indiferença...

E assim deixo-me de me importar, deixo de crer...

- Não! Não deixes de acreditar!
Porquê?!
- Então eu irei gritar uma vez mais
Para quê?!
- Porque ninguém tem o poder de te parar!
- Até que os teus sonhos se tornem reais!

É impossível!
- Mentira! Tudo é possível, pois eu creio em ti...
É inadmissível!
Não! porque tu és dos poucos que crê em mim...

Porquê?!
- Porque tu carregas a chama no coração!
Que não crê!
- Então eu serei a fé que te levantará!
Nesta negra hora?!
- Sim! Pois eu não temo a escuridão!
Vai-te embora!
- Não! Porque eu sou a luz que te iluminará!


- Por isso vão-se embora monstros e levem o vosso medo!!!
Não importa eles vão voltar...
- Então eu exijo que eles parem de infectar com desassossego!!!
Mas eles não irão escutar...
- Sendo assim eu vou gritar para espantar o teu sofrimento!!!
Até quando?! Até quando?!
- Até voares fora daqui e dar-se o fim do nosso tempo!!!
Enquanto?! Enquanto?!

Enquanto padeço eviscerado pelas laminas bastardas da crueldade desumana carregadas pelos usurpadores de toda graça e pureza em nome de uma falsa esperança?! Já disse que não! Não e não!

- Por favor!!! Não digas não's!!!
Porquê?!
-Pois eu dou-te as minhas mãos!
Para quê?!

- Porque eu estou contigo!!!
- E não me importa! Pois não te deixarei!
Mas eu não necessito! - Então grita comigo!
- Eu acredito! - E aí eu gritei...

Não te resignes!
- Nem nunca digas que irás deixar de lutar!

Mesmo desanimes!
- Pois só tu tens o poder de concretizar!

- E quando não existir mais razões para continuares!
Continua até morrer! Até alcançares!

- Expressando mais alto que qualquer outro grito!
Eu acredito! Eu acredito! Eu acredito!

- E agarra-te a mim com toda a tua frustração!
E eu irei agarrar-te com toda a maior firmeza!

- E promete-me que nunca mais irás dizer outro não!
Porque desta vez acredito com toda a certeza!

...

Pois quando a vida me dá limões
Eu encho completamente os meus pulmões
Para gritar pelas mágoas sentidas
Até todas elas. Escorrerem-me pelas feridas.

Blackiezato Ravenspawn

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Imaginação

Não existe possível comparação
Com qualquer tipo de televisão
Na sua definição de imagens
Que alimenta à tua visão
Onde as crianças amáveis
Pintam com lápis de colorir
As suas histórias e paisagens
Em serenidade, antes de dormir

Uma infinidade de bibliotecas
Escondidas no teu subconsciente
Diversas teias de universos
No tecto da tua mente
Mais de sete biliões de bonecas
Actuando de formas diferentes
Vestidas de texturas e versos
Com os teus sonhos incandescentes

Uma orquestra astronómica
De fantasmas que cantam em linhas
Ecoando voluptuosas ondas catatónicas
Que deslizam pela espinha
Um supercomputador portátil
Ao comando da tua silenciosa voz
Que carrega os rios da frágil vida
Para os juntar na mesma foz

A chave de todos os mistérios
Para os enigmas de todo o mundo
Um poço de tesouros e minérios
Inesgotável e sem fundo
A força que trespassa as barreiras
Que impõem as leis da entropia
Sendo uma dimensão sem fronteiras
E a casa de todas as fantasias

Um peculiar trecho musical
Pode-te levar às terras mais distantes
Tal e qual um simples objecto banal
Pode-te paralisar por breves instantes
Algures numa linha temporal
Sentindo uma transcende emoção
Que altera a realidade espacial
E por momentos a tua razão

E é por isso que eu fito a lua
Enquanto sussurro na escuridão
Como fosse a única alma desta rua
Que caminha pela frustração
E assim danço em espiral
Com o caos do meu coração
Para ascender ao plano surreal
Dentro da minha imaginação

Blackiezato Ravenspawn

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Diamante Preto

Minha menina...

Há jóias únicas que brilham
Como as várias chamas do céu,
E que em silêncio, estas giram
Debaixo do seu misterioso véu...

Reflectindo toda a luz dançando
Em forma de fogos líquidos,
Que se soltam livres, espelhando
As fantasias da tua libido...

E assim anestesio-o te com o meu ego
Para depois lacerar o teu peito,
Retirando-te todo esse desassossego
Que tanta maldade te tem feito...

E é face à minha admiração
Que pelos teus olhos, as águas escorrem
Nascentes do teu terno coração
Que racham pedras e metais corroem...

Quando me seguras firmemente
Com um sublime e grande ímpeto,
Enquanto gritas gemendo fugazmente
- Ó meu querido, Diamante Preto...

E é disparando a minha luminosidade
E irradiando a tua pureza interior,
Que tu atinges o auge de toda a beldade
Fazendo as outras gritar em dor...

Pegas essas que se engasgam em vidros
E sucumbem à venenosa inveja,
Asfixiando-se nos seus próprios suspiros
Enquanto o nosso amor flameja...

Com as suas gargantas queimadas
Pela azia que lhes ferve nas veias,
E por verem que uma das mais amadas
É uma das meninas mais "feias"...

Mas para mim tu és a mais bonita
E não precisas de maquilhagem...
E o único diamante que tu precisas
Sou eu... E mais ninguém...

Blackiezato Ravenspawn