sábado, 25 de fevereiro de 2012

Serenata À Luz Da Lua: Acto III - Alvorada

E naquela noite encarnada, morremos,
Mas na alvorada seguinte, renascemos.
Como anjos que visitaram o inferno,
Para compensar o frio deste inverno.

Durante a ausência das nossas almas,
Que apesar de unidas, pelo céu índigo.
Passavam noites vazias e tão calmas,
À procura "daquele" conforto e abrigo.

À espera da altura ideal para partilhar,
E para juntar ambas as nossas essências.
Para se deleitarem com as experiências,
Que tanto desejávamos, assim expressar.

E assim expressamos todas elas,
À luz da lua e à luz das velas.
Até acabamos no chão agarrados,
Exaustos, embora aconchegados.

Ensopados na nossa transpiração,
Nas primeiras gotas do orvalho.
Provenientes da nossa comunhão
Que deram de beber, ao soalho.

E foi no cessar desse tempo oportuno,
Que eu te beijei com imenso clamor.
Como o primeiro pássaro madrugador
Após seguido do último vulto nocturno.

E se ao acordares, necessitares...
Dos meus esperados, afectos diurnos
Encontrarás conforto, se procurares...
Nos meus dotes de escritor...

...

Ela ergueu-se às sete, mas ele saiu às seis
E agora aquela serenata, não passa de papéis...
Que ela segura, como visse tudo desfeito
Mas também como uma jóia, algures no seu peito...

Blackiezato Ravenspawn

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