sexta-feira, 30 de março de 2012

A Mãe Multiverso

Há várias, mas várias incontáveis eternidades atrás
Quando os universos cabiam dentro da tua mão
E quando as suas luzes cresciam serenas em paz
No ventre da sua mãe, no mistério, na escuridão
E as suas estrelas eram do tamanho de pirilampos
Que brilhavam sem terem noção alguma, do infinito
Em forma de pontos brancos num suave manto
Que outrora os resguardava quando eram pequenitos

Foi aí que os dois pais cósmicos pensaram nas suas plantas
Como as deviam desenhar, como elas iriam então ser
Imaginando já o futuro e sonhando com histórias tantas
Que nem mil vidas juntas as dariam para as descrever
E assim dividiram o seu potencial em quatro universos
Como os planetas dividem o tempo em quatro estações
Ambos unidos por um laço, embora um deles, um pouco disperso
Mas cada um com o seu espaço em diferentes localizações

E existe um desses quatros pequenos rebentos
Que não obedece as regras da entropia, enfim,
Ele cria as suas leis, os seus próprios movimentos
E desenvolve-se como acha melhor para si
E essa mãe cósmica vê o seu universo a afastar-se
Embora seja esperado da sua natureza, da sua expansão
E às vezes não sabe o que fazer e pensa em lamentar-se
Apesar de não existir possível problema ou alguma razão

Porque por mais que esse universo tencione-se perder
Ele lembrar-se-á sempre do multiverso, de onde nasceu e viveu
E assim irá voltar sempre quando ela menos espera-lo ver
Para lhe agradecer pelo dom de criação que esta lhe deu
E não importa se dos quatro, ele é o mais silencioso e obscuro
Pois significa também que dos quatro é o mais brilhante
Mesmo apesar de se fechar no seu centro, coberto por um muro
Onde cria com mestria os seus diversos mundos gigantes

Lá para além das dimensões, seguindo as rotas interestelares
Que desvendam vários planetas e todas as suas maravilhas
Alimentados pelas energias magnéticas dos meus pulsares
E pelos meus astros que o espaço iluminam a várias milhas.
Sendo os farróis que te conduzem para as costas do meu coração
Para a praia cósmica, para a ilha de todos os meus amores
Onde as nébulas lacrimejam em tua homenagem, uma monção
Oferecendo-te o meu universo, em forma de um buquê de flores

Porque é necessário mais que querer para ver o meu universo
Pois não é direito algum, mas sim um privilégio para poucos
E a maior parte é incompreendido e encontra-se imerso
Entre esquemáticas confusas de génios lúcidos e de loucos
Com coisas que eu só confio em quem tem um bom coração
E que às vezes passa-te ao lado pela forma como intervéns
Mas a partir de hoje levas um pedaço de mim, uma recordação
Porque Mãe Multiverso, hoje é o teu dia - Parabéns.

Blackiezato Ravenspawn

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