quinta-feira, 26 de abril de 2012

Se Eu Fosse Mulher

Costumam muito dizer - Seja o que Deus Quiser
Mas se ele quisesse que eu fosse uma mulher?
E se por alguma estranha razão assim acordasse
Diferente, vítima do seu mestre plano, do seu enlace

E se o meu reflexo fosse o de uma rapariga
Invés da minha forma masculina normal
Não existiria problema, apenas diria - siga
E assim continuaria com a minha vida banal

Era lógico que o meu novo corpo experimentaria
Pensando no que qualquer homem mais queria
E agora perguntas - pode-se saber o que seria?
O que achas que eu faria? Sexo toda a noite! E todo o dia!

Mas não era por causa dessa "simples" mudança
Que eu iria deixar de ser quem sou - não e mil vezes não
Pois não passaria de uma adulta com cabeça de criança
Com a cabeça na lua e o corpo deitado no chão

Sim, porque continuaria na mesma criatura preguiçosa
Que vive nos seus pensamentos, sem nada querer fazer
Mas não me ralava com femininices, não seria ansiosa
Apenas faria o que me desse na gana, ao meu belo prazer

Ah e seria-me muito mais fácil obter sexo
Pois qualquer um me desejaria agradar
Mesmo que dissesse merdas sem nexo
Todos eles faziam filas, para me cortejar

Mas tirando isso, como à bocado já disse
Seria tudo igual como tem sempre andado
No mesmo tédio habitual na mesma merdice
A ver o meu o tempo a ser desperdiçado

Pois viveria ainda em "portugal" num país de labregos
Acompanhada por artolas que infestam a zona
E se infelizmente ainda continuasse no desemprego
Era logo que ia para as esquinas vender a cona

E de resto não sei... E assim não me prolongarei...
Talvez espancaria todas aquelas miseráveis galdérias
Todas essas malditas que outrora eu tanto amei
Mas algo seria certo... Não seria uma pessoa séria.

Porque seria lunática, uma princesinha vaidosa
E vestir-me-ia tal e qual uma maluca de asilo
Calçar-me-ia com as minhas poesias e prosas
Pousando na passarelle com figuras de estilos
Adornar-me-ia com joelharia cara feita de rimas
E Maquilhar-me-ia naturalmente como uma druidisa
Seria muito melhor na cama que as vossas primas
E masturbar-me-ia com palavras, pois seria poetisa!

E aí talvez possuiria uma beleza ainda melhor
Para galar ainda mais, o meu querido espelho
Porque continuaria o mesmo, ou talvez ainda pior
Quando pintasse os lábios com tinto, como de vermelho
Permanecendo no fundo, a mesma espécimen bizarra
E era lógico que teria outro nome, chamar-me-ia Matilde
Uma gaja que escreveria de dia e à noite iria para a farra
Para brincar com cabeças, até elas ficarem em "tilt"
Tornar-me-ia uma bruxa malvada a temer
Faria desacatos e meter-me-ia em estrilhos
E se algum um dia chegasse a crescer
Arranjaria alguém para ter doze filhos
E aí não me preocupar-me-ia com trabalho
Pois seria escurinha como uma bela brasa
Cujo a minha vida seria chupar o caralho
Do meu possível marido e ser dona de casa.

Ou seja, continuaria o mesmo merdas.
Só com gónadas e hormonas diferentes
E com o tempo que teria plantaria erva
Para me entreter e libertar a minha mente

Ah e não me venham com fífias de... "ah e tal, sustentar 12 filhos nesta crise é complicado" Complicados são vocês e as vossas cabeças.

E levaria no no rabo... Só para "variar", claro!
E assim seria tudo, menos a típica Maria-vai-com-as-outras
E quando tivesse período, não andaria aí feita tola a implicar com tudo - Possas...

Apenas sentar-me-ia num sofá de veludo
E assim acenderia, mais outro charuto.
A assistir o programa televisivo
Do senhor Manuel Luís Goucha
Ligando só com dois simples motivos
De me rir e de fazê-lo passar por trouxa.

Blackiezato Ravenspawn

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