segunda-feira, 28 de maio de 2012

Mil Mãos

Medo?! É estar mais que vulnerável,
Embora num estado bem consciente.
Algures num cenário tão abominável,
Vivendo todos os traumas da mente.

Entrar numa horrível paralisia de sono
E sentir o pânico e desejar imenso fugir.
Do subconsciente que agora é dono,
De um corpo que deixaste de possuir.

Sendo assombrado por sons terríveis,
Dentro de uma jaula à prova de fuga.
Ouvir vozes do além, incompreensíveis
E sentir a alma cheia de sanguessugas.

Como fosses de todo uma resma de pele,
Desfolhada por incontestáveis cidadãos.
Que te riscam o peito de um jeito cruel,
Violando-te eternamente com mil mãos...

E acordar mais tarde confuso, sorrindo pela estupidez e o absurdo de tentar perceber porque razão esse medo absoluto despertou tanta curiosidade. Curiosidade essa que mais tarde cairá na duvida de um desejo reprimido de talvez ter gostado: não da sensação em sim, mas sim da experiência, que como qualquer outra vai acabar por ser esquecida gradualmente tornando-se em memória... Mas, quando tu menos esperares...

As mil mãos estarão sempre lá para te relembrar um terror agoniante eterno
Passado em tão poucos voláteis segundos.

Blackiezato Ravenspawn

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