sexta-feira, 27 de julho de 2012

Anda Ser Miserável Comigo

Ambos sabemos as regras deste jogo,
Dos dramas, como das complicações.
Das metáforas amorosas sobre o fogo,
Como dessas lamechas tontas canções.

Que falam dos votos e das nobres juras,
De fidelidade em forma de promessas.
Com vontades transcendentes e tão puras
Cheias de ânsias, cheias de pressas.

Por isso...

Deixe-mo-nos lá de coisas românticas,
Quando podemos criar algo bem melhor.
Através das nossas fórmulas quânticas,
Como génios loucos, sem temer o pior.

Focar-nos-emos apenas na indiferença,
Faz como eu, esquece lá o teu umbigo.
Ignora a tua vida, ignora a tua sentença
E anda daí ser miserável comigo!

Mas antes disso...

Mata tudo o que sentires por mim,
Para assim alcançar-mos a simbiose juntos.
Sem um propósito de inicio, nem de mesmo um fim,
Sem ser regido por momentos, nem mesmo segundos
Bem longe da radiância em degradação
Exilados no solo deste ridículo jardim
Processando ambos a nossa decomposição
Criando assim, o nosso húmus.

Húmus...

Húmus que alimentará os nossos vermes.

Blackiezato Ravenspawn

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