terça-feira, 17 de julho de 2012

O Niilista

Porque é que tem de existir um sentido,
Quem vos acheis para julgar-vos especiais?
Pensando que são épicos profetas escolhidos,
Quando no fundo nascemos todos iguais?!

E porque perdereis imenso esforço e tempo,
A construir esses ilusórios castelos na areia?
Para depois melindrai-vos em desassossego,
Na ignorância habitual sem ter alguma ideia?!

E como assim desejam que creia em algo
Quando vejo a minha vida sempre a mudar?
E já agora porque razão tenho de ser salvo
Quando na realidade, nada me está atormentar?!

E o que fará os filósofos buscar pelas eras,
Pelo propósito desta insignificante existência?
Seremos mesmo nós únicos distintos das feras.
Com impulsos de crueldade e de clemência?!

E o quê que eles viram para me achar um infeliz,
Quando eu não me ralo com as coisas conseguidas?
Ignorando o que esta confusa multidão me diz,
Porque nem eles sabem o que fazer com a vida!

Como fossem na maioria traças em volta de chamas,
Vivendo atraídos a um doentio continuo cortejo!
Que os entretém com truques, esquemas e dramas
Para acabarem queimados, nos fogos do desejo!

Tal e qual a tecnologia que vejo sendo desperdiçada,
Pelas mãos ímpias do egoísmo e da ganancia humana!
Quando as más intenções geram as maiores emboscadas
Corrompendo tudo, por uma febre insana...

Quando os homens tornam-se os maiores antagonistas,
Ditando as massas o que elas haverão de fazer...
Enquanto eu, aquele ridículo e miserável niilista,
Obtém o que mais deseja, sem ser necessário me mexer!

Sim, eu repito!.. - Eu não passo de mais um niilista
Imune às necroses da alma que crescem com o tempo em mim!
Como um fantasma que vadia pelos escombros de práticas idealistas
Sem se lamentar e ralar-se com um fim!

Enquanto observo a entropia tomando-me lentamente
E sorrio em melancolia, quando escrevo como, um demente!
Porque o único sentido da vida... É aquele!
Cujo não se possui na integra algum...

Porque nada...
É o único absoluto!
Que alguma vez....
Poderás alcançar!

...


Mas talvez um dia lembrar-se-ão do niilista,
Daquele que viveu o melhor sem nada fazer.
Sendo um controverso preguiçoso duelista,
Que esgrimiu contra o tempo, sem nada temer.

...

Esperando pelo seu último acto que é morrer.

As cortinas fecham-se e os aplausos ouvem-se...
Mas infelizmente agora é tarde de mais
Para serem retribuídos com vénias.

Até que a entropia nos junte outra vez...

Caros Niilistas... No vazio.

Onde tudo é nada e nada é tudo!

Blackiezato Ravenspawn

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