quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Dança Do Pavão

Tu que saboreias os meus vários olhos,
Que encantam as minhas penas vistosas.
Que te fazem vibrar os teus entrefolhos,
Com todas as tuas fantasias voluptuosas.

E em serenidade, julgaste em total controlo
Sobrevalorizando a beleza da tua imensidão.
À medida que eu te venero e te dou consolo,
Embora já nem te dês por ti, na minha mão.

Deixando-te traída pelo teu desejo
E enfeitiçada pela minha sedução.
Acariciando-te com os lampejos
Do transe da dança do pavão...

E sedenta tentas alcançar o teu bem maior,
Essa jóia que cobiças, a mesma que te orienta.
Pois tu sem o meu brilho és totalmente cinzenta
E precisas assim de mim, para te dar cor.

E ao fazeres de mim uma posse, um sonho
Eu acabo por te dominar e liderar o caminho.
Mesmo que olhe para trás e acabe sozinho,
Porque a tua timidez, deixa-me enfadonho.

Deixando-te traída pelo teu desejo
E enfeitiçada pela minha sedução.
Acariciando-te com os lampejos
Do transe da dança do pavão...

E só quando fecho o leque é que tu imploras,
Em silêncio para que eu te peça para dançar.
Mas é vendada pelo receio que tu me ignoras,
Por não teres coragem para assim me amar.

E é ponderando escutar o teu chamamento,
Que eu negoceio o meu retorno com juros.
Com a vontade de infectar os teus sentimentos,
Com os meus pensamentos, mais obscuros.

Deixando-te traída pelo teu desejo
E enfeitiçada pela minha sedução.
Acariciando-te com os lampejos
Do transe da dança do pavão...

E é reabrindo o meu espectáculo de espelhos,
Que eu encandeio-te, dando formatos as luzes.
Pois é na tua fotossíntese que tu mais produzes,
O que eu colherei nos teus lábios vermelhos.

E é depois caindo com o troféu entre os dedos,
Enquanto a minha sombra ofusca a tua visão.
Que tu és sufocada pelas garras da emoção,
As mesmas que degolarão todos os teus medos.

Deixando-te traída pelo teu desejo
E enfeitiçada pela minha sedução.
Acariciando-te com os lampejos
Do transe da dança do pavão...

Blackiezato Ravenspawn

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Revolução Individual

Vasculha bem no interior da tua mente,
As respostas para todas as tuas questões.
E ouve com atenção o teu subconsciente,
Para saberes a razão das tuas indecisões.

Concentra-te e encerra as tuas pupilas
E vê o que existe pr'além dessa escuridão.
Pois só assim conseguirás transferi-las
Para os vários hangares da tua imaginação.

Porque dentro do corpo existe um poder
E tu tens que encontrar essas energias.
Para que então possas assim entender,
Como deves aplicar essas tuas teorias.

Bases essas que construirão a tua nave,
O teu engenho de componente surreal.
E a tua autenticidade será a sua chave,
Para iniciares a tua revolução individual.

E só aí quando mecanismo estiver ligado,
É que reabriras os teus olhos e observarás.
Tudo o que te passou este tempo ao lado
Como tudo aquilo que tu te julgaste incapaz

E é usando todas essas possíveis emoções,
Que alimentarás o motor da tua vontade.
Para teres força para levar as tuas criações
Dos confins da tua mente para a realidade

Para alcançares os limites do inalcançável
E trespassares as barreiras do impossível.
Enquanto conquistas, esse medo intocável
E assistes ao teu sonho a tornar-se visível.

E no desenrolar aguças os teus sentidos,
Proporcionalmente ao teu poder mental.
E ascendes em patamares desconhecidos,
Que um dia revolucionarão o mundo real.

Blackiezato Ravenspawn

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Orbe Da Perserverança

Vivo acompanhado por uma bola de cristal
Invisível na realidade, como ao olho comum.
Que é intocável por qualquer outro algum
A não ser por mim, o seu parceiro leal.

Ela que é transparente na minha normalidade
E que na alegria veste um claro véu azulado.
Embora na presença da minha negatividade,
Torna-se escura com um brilho encarnado.

Mas independentemente da sua cor,
Ela sempre expressou-se em harmonia.
Bailando na serenidade de uma melancolia
Consoante a minha frieza e o meu calor.

Pois os meus sentimentos dão-lhe vida,
Como as suas cores dão-me poder.
Que até parece que esta minha querida,
Precisa de orbitar alguém para viver.

Mas de todas as existentes emoções,
Existe uma que ela imenso desconhece.
Pois reage oposta ao que me acontece,
Desapontada com as minhas decisões.

Quando o medo cobre-me inteiramente,
Deixando-a deveras instável e fervorosa.
Que até parece que grita na minha mente,
Incontrolável de uma forma tão raivosa.

Como ela desejasse danada em explodir.
Quando eu abandono a minha vitalidade
E deixo-me levar pela frágil humanidade,
Desmoralizado, sem vontade, sem reagir.

E é então segurando essa esfera cintilante,
Que dela eu extraio todo o meu vigor.
Para conseguir prosseguir ainda mais adiante,
Mesmo que me sofra toda a merecida dor.

Porque desde que ela decidiu-se mostrar,
O seu brilho tornou-se num privilégio meu.
Como a minha existência num desejo seu
Pois ainda não a vi, cessar de brilhar.

E até mesmo as sombras abrem-lhe caminho
À medida que ela se anuncia, avança e dança.
Enquanto a vislumbram com um tenebroso carinho
Encantadas com a sua incontestável radiânça.

Ela que possui a energia de uma sacra estrela,
Como a formosura que existe numa mulher.
Sendo enigmática tal e qual as luas de Júpiter
- Que nem mesmo eu, sei como descrevê-la!

Só sei que é por mim que esta orbe canta,
Para silenciar todas as vozes da resignação.
Quando me ilumina com a sua perseverança,
E aparece misteriosa dentro da minha mão.

Sussurrando-me...
"Agarra-me com toda a tua força. Pois juntos. Somos imperáveis!"
E quanto mais penso que ela cessará um dia de brilhar, mais ela prova-me o contrário.
"No dia em que eu quebrar nos teus dedos, tu herdaras a minha luz e eu pulsarei no teu coração."

E aí... Eu agarro-a e regenero-me quase por magia.

Blackiezato Ravenspawn

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Templo Do Niilismo

Se eu tivesse imensos fundos
Construía um enorme santuário
Para todos os existentes vagabundos
E para os que se fingem de otários
Seria guardado por centuriões
E teria um arco na fachada
Como seria selado por sinistros portões
E teria duas gárgulas na entrada
Fazia deste sítio a minha segunda casa
No meu sagrado retiro celestial
Onde purificar-me-ia como fumaça e brasas
Para estimular o meu músculo social
Seria um bizarro estabelecimento
Onde todos os curiosos iam ter
Para viver na integrar o momento
Sem se importarem com o que acontecer
Lá, os sacerdotes evocariam a música
Para que os crentes devotos, a venerassem
Dentro da igreja, como na via pública
Da forma que mais desejassem
E para enfeitar meteria galdérias e rameiras
Debruçadas pelos diversos pedestrais
Para se vangloriarem a noite inteira
Encantadas com os seus hábitos sensuais
Enquanto os visionários e os pensadores
Partilhavam as suas enigmáticas filosofias
Juntamente com todos os meus amores
Que receberiam a minha bênção da folia
E assim tornar-me-ia num negro papa
No pregador de toda a insanidade
Que só usaria um tecido de napa
Para cobrir a sua obscura obscenidade
Seria o maior lorde da decadência
Para todos os que se portasse mal
E ordenaria imediata penitencia
Em homenagem ao meu culto espiritual
Mas seria misericordioso acima de tudo
Embora o culpado tivesse que se provar
Vestido os ritualistas robes de veludo
Pois quem quisesse o perdão teria que dançar
Em serenidade ou em agonia
Na forma que tivesse de ser
Subjugado perante minha branca tirania
Em nome do meu belo prazer
Mas caso não cumprissem a pena
Ou achasse demasiada a sua demora
Terminaria com essa blasfema cena
E escorraçar-los-ia lá para fora
Amaldiçoando-lhes com a realidade
Vítimas do meu célebre antagonismo
Abandonado-os perdidos no meio da cidade
Excluindo do clero, do meu elitismo
Para vadiarem como hereges esquecidos
Iludidos pelos seus míseros narcisismos
Porque lá não existiria algum possível sentido
A não ser a crença do tempo, do niilismo
Que se resumia apenas na diversão
Do jeito catita que mais vos apetecesse
Onde o limite seria regido pela moderação
Ou no final, quando a noite morresse

E no final sozinho dormiria no meu trono
Com a mente completamente revigorada
À espera que o cansaço trouxesse o sono
Enquanto pensaria de todo em nada

Ou talvez escreveria uma poesia, aonde assim explicaria
Como o meu templo ruiria, face ao caos que lá predominaria
Num local onde a lógica não existiria, só talvez na sintonia
Embora não me importaria, pois seria de todo a maior alegria
Porque sabia que no final da empatia, quando chegasse o novo dia
Nada de precioso se perderia a não ser toda a irreal magia
Responsáveis pela minha mania que era dissipada como energia.

Deixando-me lentamente. Em melancolia.

Blackiezato Ravenspawn

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Guerras Oculares

Em duelos de um para um, não me olham
Pois têm medo dos meus olhos aguçados.
E é só em grupo que os espiões se provam,
Quando vêm disfarçados de meus aliados.

Com os seus elmos de mil e uma faces
Que eu adoro pulverizar com o meu bico,
No desenrolar de um enredo, de um impasse
Quando a tensão, atinge o pico!

E é na minha distracção intencional
Que me tentam flanquear o meu olhar,
Caindo numa armadilha intelectual
Face à minha estratégia, peculiar...

E é num lance sinistro de surpresa
Que eu espezinho os seus egos feridos,
Pois quem quiser assaltar a minha cabeça
Acabará por sangrar pelos ouvidos.

E é na magoa de uma batalha perdida
Inconfortáveis, sem saber o que me dizer,
Que eles viram as caras, agora despidas
Cheios de vergonha, só por me ver.

E é aí que ainda os torturo mais
Sorrindo sarcástico mais uma vez!
Imune aos vossos rituais sociais
Regozijando diante da vossa estupidez!

Porque nem todos me sabem enxergar
E assim eu trespasso como um fantasma,
Porque por mais que me tentarem analisar
Mais vos deixo com as almas pasmas!

E é depois esvoaçando por entre multidões,
Deixando penas simbólicas aos suprimidos.
Pois as vossas atitudes são como ilusões
Que eu uso para treinar, os meus sentidos.

Vocês que me ameaçam com olhos sedentos,
Mas que expõem ridículos as vossas fraquezas.
Deixando-vos à deriva do meu divertimento
Que se resume a brincar com as vossas incertezas.

E para falsos julgamentos, há vozes de desdém.
Pois uma personalidade não habita nas roupas.
Mas sabem onde essas visões estão mesmo bem?
É misturadas com o sarcasmo da minha boca!

Por isso não observai o corvo com desejo,
Não deixai-vos iludir por protocolos regidos.
Porque a estupidez enorme, eu esquartejo
E olhos mortos não vêem, são ingeridos

Pela minha fome... E é só depois deles me virarem as costas que eu clamo os despojos de guerra.

Nada de especial... a não ser

Miseráveis posturas
Estranhos andares
Complexas manias
E até alguns tiques

É o que eu vejo cá!

Mais a falta de cultura
Que faltou nos lares
Demasiada velhacaria
E muita puta chique!

Ha-ha!

Blackiezato Ravenspawn

domingo, 19 de agosto de 2012

Destino

Existem muitas formas de chegar ao topo,
Mas só existe uma maneira de o assegurar.
Defendendo o território que nem um lobo,
Mesmo que às vezes tenha que se sangrar.

E não é por isso que a vida deixa de ser bela,
Pois aprende-se imenso com as experiências.
Mas torna-se amarga para quem não crê nela,
Para quem não escuta a própria consciência.

Porque há dias que não vale a pena erguer
E há alturas que só desejamos mesmo fugir.
Quando estamos cansados e fartos de perder
E nos conformamos com a opção de desistir.

Mas é no precipício do maior dos tormentos
Que se distinguem os homens, dos meninos.
Daqueles corajosos que vão, sem lamentos
Dos outros cobardes que fogem, do destino.

Até serem apunhalados pela morte... Pelas costas!

Por isso vai abraça-lo... Pois ele está à tua espera.

Blackiezato Ravenspawn

sábado, 18 de agosto de 2012

Ressaca

Serviram-me emoções
Bebi das suas vidas
E disparei três canhões
Em vielas perdidas

Caminhei embriagado
À deriva de sentimentos
E acabei apedrejado
Pelo meus pensamentos

Vacilei na minha cama
E vomitei no meu soalho
O auge de um drama
Bem fodido para caralho

Apanhei grande touca
Debrucei-me em quadras
E à tarde levei na boca
Uma surra de palavras

*

- Milton! Acorda! Já é hora de levantar!
Mãe, deixa-me dormir, não sejas psicopata...
- Estás à espera de quê?! Anda já almoçar!
Eish... Que puta de ressaca...

Blackiezato Ravenspawn

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Indiferença

Eu vejo-vos fitando-me nos vértices da minha visão.
Concentrados nas vossas possíveis observações,
Mas não olho para vocês, pois não tenho intenções
E porque só tenho olhos para a minha imaginação.

Não têm coragem para falar e os olhos falam por vocês,
Mas se não querem nada, então porque olham para mim?
Avançam cuidadosamente como se jogassem xadrez
E ficam insultados, por eu não reparar em vocês, enfim..

E é aumentando o tom de voz, atirando insultos ao ar.
Tentando decifrar um enigma que não conseguirão descobrir,
Pensando numa forma ortodoxa de como comigo, interagir
Mas não importa o que fizerem, não me irão cativar.

Pois eu mirei uma vez para vocês e infelizmente nada vi,
A não ser mais uma variante de outras cópias repetidas.
Não me levem a mal, mas todos parecem-me iguais aqui
E eu não tenho paciência para jogar as escondidas.

Iludidos pela minha estranha aparência
Iludidos pela minha máscara da sanidade
Desapontados com a minha personalidade
Desapontados com a minha nobre ausência...

Provocados subtilmente pela minha irrealidade
Provocados subtilmente pela minha vaidade
Cobertos em silêncio pela minha aura densa
Cobertos tragicamente pela minha indiferença...

Confinados pela minha passiva negação
Confinados pela minha imposta isolação
E esquecidos gradualmente entre a multidão
A perderem-se num dos cantos da minha visão...

Eu vejo-os, fitando-me,
Mas eu oiço-os, sofrendo...
Eu oiço-os, chamando-me,
Como eu vejo-os, morrendo

Perante à minha incontestável desatenta presença
Numa sepultura invisível, chamada. Indiferença.

Blackiezato Ravenspawn

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Flor Do Estoril

Enraizaste aí, num solo tão espesso e duro,
Enquanto minas os minerais raros do saber.
Em busca do que sentes e achas mais puro,
Do teu propósito de existência, em florescer.

E é aí plantada, em comunhão com a simbiose,
Junta à natureza, no teu silencioso cantinho...
Com teu jeito e com a tua catita e peculiar pose,
Como fosses uma rosa entre os vários espinhos.

Tu que de dia fechas-te no teu rico interior,
E só à noite soltas o que há mais belo em ti.
Enquanto aromatizas o ambiente ao teu redor,
Perguntando à lua porque germinastes aqui.

E às vezes eriçaste com a tua sinceridade,
Mas não é por isso que deixas de ser gentil.
Pois não encontro malícia, apenas beldade
Tal e qual as tuas pétalas, ó Flor do Estoril.

Por isso se quiseres uma terra para enraizar,
Encontrarás sempre um lugar no meu coração.
Como se precisares de alguém para te regar,
Eu transformarei as tuas lágrimas, numa monção.

E caso desejares o calor de um astro cintilante,
De um suspiro terno, como de leves aragens.
Verás assim nos meus olhos, subtis e galantes
A demais verdade, excepto ilusões e miragens...

Porque tu mereces e tens a seiva mais branca,
Essa que corre em ti em forma de mil pombas.
Clareando essa tua virtude de uma maneira, tanta
Como fizesse contraste com a minha sombra...

Uma simbólica parte de ti, habita na minha plexos,
Entrelaçando-se nos confins do meu pensamento.
Estabelecendo entre nós, uma transcendente nexos
Que vive além do toque, através de um sentimento

Sentimento esse que não sei explicar bem,
Minha cara airosa, Flor do Estoril...
Um recolhimento especial que não sinto por mais alguém
A não ser pelo teu perfil.

Ai, ai... Não sei o que a minha alma tem
Mas sinto-me tão infantil...

Blackiezato Ravenspawn

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Broche

Então queres saber o que penso?
Ok. Tu não mereces estes cantos...
Esses que te declaro por extenso
Para espantar os nossos prantos!

E é assim segurando o teu queixo,
Desgastado pelo nosso fingimento.
Tão saturado dos nossos beijos!
Tão chatos que nem valem o tempo.

Que eu arrasto a tua depravada boca
Para bem junto da minha genitália!
Pois quero que cantes que nem uma louca
Como fosses de todo, a Amália!

Para eu deixar gestos e insultos
Sobre esses teus lábios tão finos!
Que engolirás, como meus vultos
Vestidos em mantos cristalinos!

E quando a barragem ruir na tua guéla!
A mesma que alagará essa tua garganta...
Engasgando-te assim, ó minha bela
Com toda a raiva que me comanda!

Vou-te encantar com a minha esporra!
E só pararei, quando vir cascatas.
Que desceram pelo pescoço que te forra
Essas tuas veias de diplomata!

E é enquanto violo a tua mente!
Para engravidar os teus ouvidos,
Que eu anseio ejacular sadicamente
Todos os meus hediondos suspiros!

E quando o fizer, nessa bochecha tua
Humilhar-te-ei depois, com a minha vara!
Pintando a espessa verdade crua e nua
Mesmo no meio da tua frágil cara...

Oooooh! Sinto-me mais leve
No alto do cume, onde estão as cabras!
Enquanto conjuro estes flocos de neve
E tu saboreias as minhas palavras!

E foi gritando em júbilo para o horizonte!
Perdendo o controlo por meros segundos!
Que eu me vangloriei em cima de um monte!
Contemplando o maior broche do mundo!

Aiiii, minha folha de papel!
De vós nunca me canso...
De molhar este pincel
E de afogar o meu ganso!

*ofegar o cabelo*

"Agora é a minha vez."

Claro... Deixa-me só fumar um cigarro primeiro.

Blackiezato Ravenspawn

Desejos

Por todos nós deslizam várias adagas,
Sobre as nossas carnes pulsantes...
Que desencaminham mentes fracas,
Para teias onde caímos, tão vacilantes

Para nos deixarem reféns de emoções,
Súbitas sem quaisquer argumentos.
São estímulos vestidos de boas intenções,
Para iludir os nossos pensamentos.

Com vontades de dominar, o indomável
Em busca de um tratamento, sem cura...
Pois queremos assim sentir, o agradável
Para esquecermos esta constante tortura.

E assim forjamos máscaras para enganar
E puxa-mo-nos para os demais cortejos.
Vendando-nos depois, para não enxergar
Que somos escravos dos nossos desejos.

E que regozijamos com a sensação inteira
Ardendo nesses charmes demoníacos.
Enquanto metemos mais lenha na fogueira
Como dementes - piromaníacos!

Por isso eu clamo...

Ó desejos que ardem dentro de mim!
Que me fazem sentir forte, incandescente.
Que me fazem consumir ossos sem fim,
Fazendo de mim, uma puta inconsciente.

Ó desejos que ardem dentro de mim!
Que me geram a ansia e o dessassosego...
Que me levam a dessacrar este jardim,
Destruindo as fundações do meu ego.

Ó desejos que ardem dentro de mim!
Que me encadeiam com essa falsa luz...
Em nome de mentiras brancas, eu me vim
Só para escapar por horas, desta cruz.

Ó desejos que ardem dentro de mim!
Que me causam febre e e me deixam torpo...
Porquê que vocês florescem como um jasmim
E depois atormentam-me! Todo o corpo?!

Blackiezato Ravenspawn

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Antumbra

O teu fogoso anel foi a célebre aliança,
Que juntou o papa Sol, à mamã Luna
E tu foste aquela maravilhosa criança,
Que lhes trouxe a maior das fortunas...

Herdaste da tua mamãe a sua beleza,
E do teu papá, o seu enorme poder.
Mas ninguém tem a absoluta certeza,
Se tu és homem, ou mesmo mulher.

Tu que polis a sombra com o teu brilho,
Eclipsando numa fabulosa grandiosidade.
Mas como te endereçar - Filha ou filho?
Desculpa lá, a minha curiosidade a falar.

Por isso então, aproveito para te perguntar,
Caso vossa bizarra excelência, me permita.
Antumbra. Sois andrógina para contrariar?
Ou serás na realidade, um hermafrodita?

"Não digo..."

Blackiezato Ravenspawn

terça-feira, 7 de agosto de 2012

A Ironia Do Amor II - Princesa Alvorada (Dawn Princess)

A Vanguarda do Sol escolta a Sacerdotisa,
No seu rito habitual para erguer mais um dia.
E as aves madrugadoras cantam p'ra poetisa,
Para princesa Alvorada que então se anuncia.

Pois quando ela vem, espalha a sua radiância
Mais a sua enorme bênção de prosperidade.
Para quem se levanta perante a sua bonança
E tem a chance de vislumbrar a sua beldade.

Mas ela nem sempre aparenta ser tão feliz,
Porque nem sempre clareia, como é suposto.
E não sei porquê, mas existe algo que me diz
Que ela encandeia, para esquecer o desgosto.

Porque é estranho vê-la seguir a escuridão,
Obcecada com com a vontade de a iluminar.
Fugindo dos louvores da existente multidão
Como se fosse atrás, do lorde Crepuscular.

Infelizmente será uma união que nunca se dará,
Proibida pelas leis estritas da rotação planetária.
Mas também será um amor que nunca se extinguirá
Para dar continuidade a uma rotina temporal

Necessária.

Blackiezato Ravenspawn

A Ironia Do Amor I - Príncipe Crepuscular (Zwielicht Prinz)

Para cada príncipe, existe uma princesa,
Porque só se é rei, que uma rainha, tem.
E é por isso que ele busca pela realeza,
Para partilhar o seu reino, com alguém...

Ele que traz o anoitecer no seu manto real
E o violeta pintado na sua brilhante armadura.
Com uns olhos que brilham de forma surreal,
Que escondem no fundo, uma dor obscura.

Ele que passa por mim, sem nunca me ver,
Andando sempre em frente pelo ocidente.
Deixa-me curioso com a vontade em saber,
Porque razão ele repete isto, diariamente?!

E então hoje perguntei ao lorde crepuscular,
Qual o porquê da sua demanda desalmada.
E ele respondeu-me caminhado, sem me olhar,
Que ia em busca da sua princesa Alvorada...

E quando ouvi tal resposta, confesso que sorri,
Mas logo a seguir, o meu coração entristeceu.
Talvez seja pena, mas pelo que me apercebi.
Que todas as vezes que ele passou, o céu

Escureceu...

Blackiezato Ravenspawn

Armadura de Espinhos

Estranho... Estranho... Ó estranho!
Tu que me dizes querer tocar
Com o intuito de me amar...
Porque então, não tiras esse manto
Para ambos irmos brincar?

Estranho... Estranho... Ó estranho!
Tu que me desejas mesmo agradar
Com a única razão de me encantar...
Porque agora foges? qual é o pranto?
Porque tens medo de me abraçar?

Estranho... Estranho... Ó estranho!
Tu que julgavas poder-me hipnotizar
Ó mascarado(a), quem desejavas enganar?
É por isso que agora choras tanto?
Por não me conseguires, domar?

Estranho... Estranho... Ó estranho!
Tu que me querias tomar como as outras flores
Magoaste-te? Temos pena! Agora, não agoures...
Nem percas tempo comigo, por favor nem te zangues
Sshh... Deixa-me ouvir, o escorrer do teu sangue.

Porque as vossas mentiras, excitaram os meus espinhos
E assim a vida, teve a oportunidade de vos mostrar...
E agora pelos vossos dedos, correm lívidos rios de vinho
Haha! Eles queriam uma rosa, mas não se queriam picar!

O teatro tornou-se numa piada, e esta numa anedota,
Quando vieram a mim e quedaram-se junto à minha presença.
Lançaram-se sem rumo e seguiram duvidosas rotas
E acabaram à derivada nos oceanos gigantes da indiferença

Perdidos... Afundados... E esquecidos...
Por isso quem escutou esta história,
E para quem quiser o meu coração e o meu ouro.
Aviso-vos. Não se armem em bandidos...
Ou lucraram apenas, agouro.

Blackiezato Ravenspawn

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Ode Para A Mãe Lua

Ó mãe... ó nossa querida mãe!
Tu que cantas p'ros lunáticos e p'ra mais ninguém!
Ó mãe... ó nossa querida mãe!
Tu que brilhas no céu, sempre tão bela e tão bem!

Eu oiço os meus irmãos, a uivar na minha mente
E as ondas a gritar, bravas cheias de violência.
E se existir algo que desejo, de certo realmente
Faz com que a tua prata, purifique a decadência.

Ó mãe... ó nossa querida mãe!
Tu que cantas p'ros lunáticos e p'ra mais ninguém!
Ó mãe... ó nossa querida mãe!
Tu que brilhas no céu, sempre tão bela e tão bem!

Conforta-me no manto doce, da tua fina neblina
E pega-me no teu colo e tirai-me para fora daqui.
Cobre-me com a tua penumbra, os males da vida
E beija-me na testa e carrega-me junto a ti.

Ó mãe... ó nossa querida mãe!
Tu que cantas p'ros lunáticos e p'ra mais ninguém!
Ó mãe... ó nossa querida mãe!
Tu que brilhas no céu, sempre tão bela e tão bem!

Pois a solidão, veste-me com a maior das elegâncias
E os espectros declamam-se, com imensa vaidade.
Vivo longe de ti, separado por uma enorme distância
Hipnotizado pelo magnetismo, preso pela gravidade.

Ó mãe... ó nossa querida mãe!
Tu que cantas p'ros lunáticos e p'ra mais ninguém!
Ó mãe... ó nossa querida mãe!
Tu que brilhas no céu, sempre tão bela e tão bem!

Eu sinto o ódio, a apoderar-se deste pequeno mundo,
Doi-me a alma, e frígido se encontra o meu coração.
Por isso embala-me, no teu abraço mais que profundo
E acaba com este tormento, com toda esta frustração.

Ó mãe... ó nossa querida mãe!
Tu que cantas p'ros lunáticos e p'ra mais ninguém!
Ó mãe... ó nossa querida mãe!
Tu que brilhas no céu, sempre tão bela e tão bem!

Descasca-me desta penosa, e cruel espiral mortal
E Libertai-me desta prisão, desta miserável urna.
Colhe-me nas tuas mãos e soprai-me ao vendaval,
As cinzas da perdição, ó minha querida, mãe Luna.

Ó mãe!... Ó minha carinhosa mãe!
Ouve os meus clamores e eleva-os além...

Ó mãe!... Ó minha carinhosa mãe!
Carrega a minha fragílidade e a mim também...

Ó mãe!... Ó minha carinhosa mãe!
Para ti eu sou tudo, para o resto, ninguém...

Ó mãe!... Ó minha carinhosa mãe!
Faz-me brilhar como tu, tão belo e tão bem...

Ó mãe!... Ó minha carinhosa mãe!
Aceita estas lágrimas, e por favor, vem...

Ó mãe!... Ó minha carinhosa mãe!
Tu que possuis um encanto que mais ninguém tem.

Blackiezato Ravenspawn

O Meu Grandioso Cavaleiro

És um Lorde de palavra, és um cavaleiro,
Com a tua vontade repleta em bravo fervor...
Sois mais humilde que um simples escudeiro,
E demasiado nobre para um grande senhor.

És o símbolo da honra e da autêntica disciplina,
A manifestação gloriosa da magnífica excelência.
Digna de homenagem, no topo de uma colina,
Pois tens um coração, mais puro que a inocência

Vós sois a minha inspiração, o meu emblema,
E eu vosso poeta que relata as suas aventuras.
Por isso aceitai, e equipai, este meu poema
Como se tratasse da tua invisível armadura.

Pois a minha espada estará sempre ao seu dispor,
Como em nome de alguém que seja honesto e gentil.
Mas para vós que me inspiras, com o teu sublime fulgor
Eu digo - Parabéns, meu amigo! Tu vales por mil...

Blackiezato Ravenspawn