quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Flor Do Estoril

Enraizaste aí, num solo tão espesso e duro,
Enquanto minas os minerais raros do saber.
Em busca do que sentes e achas mais puro,
Do teu propósito de existência, em florescer.

E é aí plantada, em comunhão com a simbiose,
Junta à natureza, no teu silencioso cantinho...
Com teu jeito e com a tua catita e peculiar pose,
Como fosses uma rosa entre os vários espinhos.

Tu que de dia fechas-te no teu rico interior,
E só à noite soltas o que há mais belo em ti.
Enquanto aromatizas o ambiente ao teu redor,
Perguntando à lua porque germinastes aqui.

E às vezes eriçaste com a tua sinceridade,
Mas não é por isso que deixas de ser gentil.
Pois não encontro malícia, apenas beldade
Tal e qual as tuas pétalas, ó Flor do Estoril.

Por isso se quiseres uma terra para enraizar,
Encontrarás sempre um lugar no meu coração.
Como se precisares de alguém para te regar,
Eu transformarei as tuas lágrimas, numa monção.

E caso desejares o calor de um astro cintilante,
De um suspiro terno, como de leves aragens.
Verás assim nos meus olhos, subtis e galantes
A demais verdade, excepto ilusões e miragens...

Porque tu mereces e tens a seiva mais branca,
Essa que corre em ti em forma de mil pombas.
Clareando essa tua virtude de uma maneira, tanta
Como fizesse contraste com a minha sombra...

Uma simbólica parte de ti, habita na minha plexos,
Entrelaçando-se nos confins do meu pensamento.
Estabelecendo entre nós, uma transcendente nexos
Que vive além do toque, através de um sentimento

Sentimento esse que não sei explicar bem,
Minha cara airosa, Flor do Estoril...
Um recolhimento especial que não sinto por mais alguém
A não ser pelo teu perfil.

Ai, ai... Não sei o que a minha alma tem
Mas sinto-me tão infantil...

Blackiezato Ravenspawn

1 comentário:

  1. A tua sombra é o meu oposto, mas um oposto não tem necessariamente de ser realmente um oposto, imagina duas peças de um puzzle, ela é diferente, mas encaixa e delas duas ajuda a construir algo! Mais uma vez te digo que captas em mim coisas que pouca gente chega sequer a pensar.

    "E é aí plantada, em comunhão com a simbiose,
    Junta à natureza, no teu silencioso cantinho..."

    "Tu que de dia fechas-te no teu rico interior,
    E só à noite soltas o que há mais belo em ti."

    "Perguntando à lua porque germinastes aqui."

    "E às vezes eriçaste com a tua sinceridade,
    Mas não é por isso que deixas de ser gentil."

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