terça-feira, 29 de maio de 2012

Toureiro

Então caro moço, ouvi dizer
Que tu adoras imenso brilhar
E que até te vestes a condizer
Quando vais para a arena bailar.

Então aproxima-te dele, menino
Para que te possamos ver melhor,
Mas porque fintas esse bovino
Como esperasses dele o pior?

E porque fazes disso uma cultura
Acobardando-te junto a um touro?
Que é humilhado numa tortura
Enquanto gozas com o seu agouro.

Pois tu provocas-o estupidamente
Com esse teu manto encarnado,
És ridículo, homem. E sinceramente,
Eu desejo é que sejas encornado.

E que sofras uma morte dolorosa e horrível
Pois eu teria todo o prazer em vê-lo te comer
Esse teu cu, seu grandessíssimo paneleiro
Ou como se mais preferis - olé, toureiro olé.

Blackiezato Ravenspawn

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Lingering Malaise Cefálica

Alto aí! onde vais?! Põe as mãos no ar!
Estás a ser vítima de um assalto mental
E não há por onde possas fugir e escapar
Por isso desvenda-me o teu córtex cerebral
E nem te armes em tolo, nem em engraçado
Pois eu tenho a língua afiada como facas
Por isso prepara-te para ser brutalmente violado
E chacinado psicologicamente como uma vaca

Vou quebrar esses mecanismos de defesa
E vou-me infiltrar sem misericórdia no teu ser
Para te furtar e deixar-te na maior tristeza
Na tua miserável ruína, no meu belo prazer
Depois vou envenenar as tuas emoções
Quando ejacular nos teus sensíveis ouvidos
Tornando os teus pensamentos em predições
Para sugar os teus suspiros por mim concebidos

Como vou-te semear o medo e a confusão
Para mais tarde colher as minhas gargalhadas
Pois tu não passas de um objecto de recriação
De um temporal escravo a quem dou porrada
E cujo acorrento a todos os meus caprichos
Para parasitar os seus sonhos proibidos
Infestando a sua cabeça com lepra e bichos
Para devorar os seus desejos mais queridos

Vou induzir-te num feitiço mais que profundo
Sem dar-te vazão para tu percepcionares
Para que te possa violar nestes segundos
Até ficares sem escolha e te conformares
Com um abuso verbal de sinistras palavras
Que castigam a tua vontade com uma vara
E te domam para eu te cavalar, sua cabra
Pisando o teu ego, fodendo essa tua cara

Vou doutrinar-te e infundir-te ideias
Sem me ralar com o teu consentimento
Vou quebrar a razão e a lógica a meias
Algures num célere e misterioso tempo
Até que tu te submetas e ajoelhes-te a mim
Soando tal e qual uma bem afinada harpa
Que clama para que chegue o seu fim
Vibrando mais nervoso que uma carpa

Fora de água assim a saltar e a tremer
Possuído por charadas e paradoxos
Sem saber mesmo o que fazer ou dizer
Afundando-se por si no fim dos poços
Sem perceber e sem reagir, certamente
Como estivesse na integra quase morto
Porque eu sou um doente violador de mentes
Que faz desta prática o meu desporto

Por isso contempla o meu pénis fictício
Para não tornares esta psíquica violação
Num fantasmagórico afrodisíaco homicídio
Que te marcará para sempre a tua imaginação!
Por isso deixa-me contemplar-te a engasgar
Na dúvida que assim te prende e te domina
Fazendo que nunca consigas bem lidar
Como fosses no fundo uma frágil menina

Porque eu não tenho arrependimentos
Tu vai ser o título da minha obscura tese
Quando selar a tua alma em tormento
Num episódio de lingering malaise
Pois eu consumo os teus neurónios
Como um zombi consciente, sem afinco
Sendo seduzindo por pedras de zircónio
Que brilham nos meus olhos famintos

E é abandonando o teu corpo vazio!
Bem sucedido nos meus planos tiranos
Criados por um homem astuto e sombrio
Mestre da ilusão e de  jogos insanos
Pois sou eu quem decide quando parar
E não importa o que fizeres, meu caro
Porque quanto mais resistes em lutar
Mais vontade me dás... E menos eu não paro!

Com os meus olhos eu assombrar-te-ei
Por isso cautela, não te armes em guru!
Para depois não dizeres que eu não te avisei
Lembra-te que eu sou mais louco do que tu!
Por isso não compitas com um demente
Não queiras que te destrua esse teu dique
Porque senão serás afogado pelo teu subconsciente
Tornando-te noutro infectado - noutro Freak!

Blackiezato Ravenspawn

Mil Mãos

Medo?! É estar mais que vulnerável,
Embora num estado bem consciente.
Algures num cenário tão abominável,
Vivendo todos os traumas da mente.

Entrar numa horrível paralisia de sono
E sentir o pânico e desejar imenso fugir.
Do subconsciente que agora é dono,
De um corpo que deixaste de possuir.

Sendo assombrado por sons terríveis,
Dentro de uma jaula à prova de fuga.
Ouvir vozes do além, incompreensíveis
E sentir a alma cheia de sanguessugas.

Como fosses de todo uma resma de pele,
Desfolhada por incontestáveis cidadãos.
Que te riscam o peito de um jeito cruel,
Violando-te eternamente com mil mãos...

E acordar mais tarde confuso, sorrindo pela estupidez e o absurdo de tentar perceber porque razão esse medo absoluto despertou tanta curiosidade. Curiosidade essa que mais tarde cairá na duvida de um desejo reprimido de talvez ter gostado: não da sensação em sim, mas sim da experiência, que como qualquer outra vai acabar por ser esquecida gradualmente tornando-se em memória... Mas, quando tu menos esperares...

As mil mãos estarão sempre lá para te relembrar um terror agoniante eterno
Passado em tão poucos voláteis segundos.

Blackiezato Ravenspawn

Correntes da Ignorância

Vejo-me forçado a fugir e a esconder-me,
No restante lugar que ainda acho possível.
Onde ninguém me pode tocar nem ver-me,
Lá nos confins de um vazio incompreensível.

Proporcionado pela minha mente resistente,
No seu santuário, no meu trono de obsidiana.
Onde crio a cura para esta corrupção doente,
Que quer deixar de todo a minha alma insana.

Sobrevivendo no fundo a uma falsa liberdade,
Que sustém todos os meus desejos acorrentados,
A uma cólera sentida pela estagnada sociedade,
Onde todo o meu potencial não é aproveitado.

Neste sistema erguido por duvidosas mentiras,
Onde desvendo em vão todos os meus sentidos.
Para assim ver-me desvalorizado em pupilas,
De olhos sem brilho, continuamente iludidos.

E é fechando-me na isolação em abundância,
Com todos os pensamentos que em mim residem.
Que eu me liberto das correntes da ignorância,
Porque lá elas não me prendem, nem existem.

Blackiezato Ravenspawn

domingo, 27 de maio de 2012

A Morte Deve Chorar

Ó morte, tu tens um trabalho especial,
Sem receber salário ou mérito algum.
Quando desencadeias a espiral mortal,
Para nos libertarmos assim um por um.

Mas nem todos os que são marcados,
Te aguardam com medo ou com rancor.
Porque sabem bem que só, sepultados,
É que lhes será possível abandonar a dor.

E para quem estiver à beira do teu corte,
Que te elogie! Que te deixe comovida!
Pois a tua generosidade oferece-nos a morte,
Quando a maioria nem te quer dar a vida.

Por isso quando chegar a minha hora,
Eu serei cordial e farei o que for preciso!
Porque eu sei que tu também choras
Se eu te mostrar o meu bonito sorriso.

Queres apostar? :]

Blackiezato Ravenspawn

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Ilusão

Meus queridos sentidos
Eis uma doce ilusão
Com engodos escondidos
Numa reles canção

Com diferentes feitios
E com diversas cores
Mais planos sombrios
Para criar falsos amores

Como me ousas enganar?
Não vês que sou um vândalo
Que não hesitará em insultar
Porque tu que és um escândalo!

És uma bonita fachada
És uma farsante vaidade
És uma história arruinada
Pela dura realidade

Ai, Ilusão, tu só inventas
Queres à força a medalha
Mas quanto, tu mais tentas
Mais ridícula assim falhas

Vá lá, tenta-me mentir
Ilusão, querida ilusão
Eu até gostaria de cair
Mas tu não me dás opção

Precisas de um tempo?
Façamos um intervalo
Explorai o meu pensamento
Porque eu não me ralo

Mas não encontrarás senso
Aí na minha imaginação
Que às vezes até eu penso
Serei talvez eu, a ilusão?

Ai, ilusão, fraca ilusão
Porque te vais embora?
Entretém-me, decepção
E faz-me rir, já agora

E não me deixes sozinho
Nem fujas de mim, sua rata
Porque estes meus olhinhos
Querem-te matar com facas

Ai, ilusão, ilusão, ilusão...
Ficaste ofendida
Só porque eu disse
Que não?!

Blackiezato Ravenspawn

terça-feira, 22 de maio de 2012

O Jogo Da Pureza

Quando é altura de jogar, eles tocam o sino
E esta história começa com um - ding, ding.
Quando a neblina desvanece-se com o hino,
Dos gladiadores petizes que entram no ringue.

Para um ridículo e execrável espectáculo,
Para dar continuação ao mesmo processo.
Que sacia os prazeres dos donos do pináculo,
Já ansiosos com os corações possessos.

Onde as inocentes e pequenas criancinhas,
Que são forçadas a lutar, ainda novas, entre si.
Enquanto os abutres reúnem-se em linhas,
Em suspense à espera do anunciar do fim.

E custa-me imenso ver tantos usurpadores,
A suportar em frenesim esses cruéis festivais
A regozijar com as lágrimas e com os clamores,
À espera do pão amassado por monstros infernais.

Porque lá as pequenas princesas e belas meninas,
São transformadas em bruxas e em imperatrizes.
Tornado-se maldosas, deixando de ser pristinas
Para rebolarem confusas entre fachadas e deslizes.

E onde infantes justos, aprendizes de cavaleiros,
Ajoelham-se em vergonha, ao sacramento negro.
À velhacaria que os eviscera com golpes certeiros,
Em nomes dos lordes do tormento e do medo.

Sobre o comando desses mestres das marionetas,
Que resolvem puzzles e despertam maus genes.
Implantado a falta de ética nas nossas bibliotecas,
"Endoutrinando" e tornando, humanos em vermes.

E é assim que brotam essas sementes,
De toda a malícia e de toda a corrupção.
Que consomem as várias mentes fracas,
Graduando-os em adeptos da destruição.

Pois o preço da pureza é altíssimo, é gigante
E descartada facilmente, por isso, sê sagaz...
Porque quanto mais resistires, perseverante
Ainda com mais força, tu quebrarás.

E não é buscando o perdão num jeito profundo,
Que te será desvendado o tal paraíso eterno.
Porque noventa e nove porcento deste mundo,
Já reservou o bilhete sem saber, para o inferno.

Eu sou aquele que chora lágrimas de orvalho,
Por ver rebentos com um extremo potencial.
A abdicaram da estrada, para sinistros atalhos,
Que apenas os trará às Bastilha do mal.

Deixando-os vazios por dentro por escolha sua,
Fiados numa alternativa de uma incerteza.
Quando na realidade, só a verdade crua e nua,
É capaz de acabar com o jogo da pureza.

E mesmo aqueles restam e que não se resignam,
São condenados a uma vida, a depenar e a sofrer.
Porque são os únicos anjos que ainda purificam,
Todos aqueles que não conseguiram, sobreviver.

Por isso não navegues nesta decadência,
Porque tu não mereces e eu não quero.
Pois a prata da lua sem a sua inocência,
Não passa de nada mais que um ferro.

Ferro esse que sustem os pilares deste jogo,
Que quando corroer, vai para mais uma sucata.
Por isso não dês o pulso à corrente, ao desafogo,
Esquiva-te mas é dos maus, como uma acrobata.

Por isso corre criança, corre. Corre até mais não!
Pr'além do infinito onde ninguém te possa alcançar...
Lá dentro da tua mente, nos confins da imaginação,
Onde ninguém te pode corromper, nem te magoar.

Pois só assim é que conseguiras vencer...
Por isso criança, deita-te, descansa agora.
Para amanhã teres toda energia para correr,
Porque já passa da meia-noite e é hora...

E não querias ser como eu, um anjo da lua,
Para poderes explorares o céu por extenso.
Pois tu só necessitas dessa serenidade, tua,
Porque asas destas, pesariam-te imenso...

Agora fecha os olhinhos e dorme bem...
Sonhos púrpuras.

Blackiezato Ravenspawn

domingo, 20 de maio de 2012

Do Avesso

Eu sorrio na cara do perigo
E eu choro nos braços do amor
Enquanto romantizo comigo
Porque não existir outro melhor

Eu digo sempre o que não devo
Na realidade sem mesmo saber
E o que devia dizer, nunca tendo
Porque não sem quando o fazer

Eu sou um animal meigo e social
Embora sem algum mero interesse
Parasitado por um homem bestial
Que queria que tudo desaparecesse

Eu sou um jovem sem paixão
Uma criança adulta sem inocência
Um crente-zelote sem devoção
E uma divindade sem omnipotência

Eu sou um peixe que pula e voa
Nos céus imaginários de ilusões
E um pássaro que se afoga á toa
Em mares profundos de maldições

Eu sou quem tem pena do abismo
E quem o veste como uma vaidade
Pois eles acariciam-me com cinismo
E eu escarro-lhes com a verdade

Eu sou quem honra quando insulto
Como quem ofende quando elogio
Sendo demasiado claro para um vulto
E uma chama azul que produz frio

Eu sinto-me porco e sujo em pureza
Que receio quando não existe medo
Porque a miséria é-me uma gentileza
Quando regozijo em grande degredo

Eu adoro malucas e sádicas meninas
Que me assombram com belos clamores
Pois só assim, é que segrego endorfinas
Entre várias gargalhas e imensas dores

Eu gosto de ser enrolado com tabaco
Para vos intoxicar com o meu fulgor
Porque o cabrão do Valor é o Diabo
E o Rozz Williams, o grande senhor

Eu sou um matemático-físico lírico
Um artesão miserável de poesia vazia
Um vírus consciente e deveras empírico
Que evolui e espelha-lhe em melancolia

Eu sou quem faz-se de misógino
Interpretando Romeu para as cabras
Masturbando-me num jeito omino
Para ejacular nelas, cruéis palavras

No fundo sou como o crepúsculo
Que se queda em negros olhares
Uma rosa com tendões e músculos
Que floresce para tu me despetalares

Eu sou quem à noite está acordado
Mas de manhã, eu murcho e adormeço
A sonhar em pé e a reflectir deitado
A viver uma existência, toda do avesso

Ou seja... Eu já não sei por onde vou
Por isso abdico das coisas que mereço
E é navegando à deriva por onde estou
Que me desintegro e assim me esqueço

Do que realmente, eu fui, serei e sou
Na única coisa que não careço...

Blackiezato Ravenspawn

Gabardina Das Sombras

Todos eles caem no mesmo truque,
Naquela capa negra que reflecte luzes.
Enquanto troçam do meu sinistro look,
De quem no fundo anda com kooks.

Em mim que me exponho estrategicamente,
Tal e qual se exibe um majestoso pavão.
Que esconde no seu leque, elegantemente
Todas os seus interesses, em ofuscação.

E é saindo da multidão como uma miragem,
Deixando cabalas e enredos em lábios civis.
Que nos meus olhos os seus destinos jazem,
Entrelaçados nos meus pensamentos vis.

E todo aquele que assim me ousar seguir,
Cai na armadilha dos mestres arlequins.
Iludidos com engodos que me fazem rir,
Acabando humilhados com socos nos rins.

Pois a raposa astuta leva a melhor o urso,
Pavoneando-se, fingindo que tem medo.
Mas no fim do jogo e daquele concurso,
O corvo chilra anunciando o seu degredo.

Daquele que me ameaçou que me ia matar,
Que me queria ofender e foder-me as trombas.
Mas no final ele ficou a deriva sem realizar,
Que fora enganado pela gabardina das sombras.

Daquela espelho peculiar que reflecte insultos,
Ai, minha bela sedutora, ó minha dama de vinil.
Tu que me proporcionas subterfúgio em vultos,
E escoas as suas ignóbeis piadas, sempre subtil.

Quando transformo as palavras em adagas,
Que caem neles em forma de chuvas de metal.
Eviscerando egos, corroendo mentes fracas,
Com o meu humor sinistro e sempre tão letal.

Pois ele bem podia ter a força e a virilidade,
Mas eu tinha a inteligência e a elegância.
E foi combinado com a minha velocidade,
Que lhe deixei apeado, na sua ignorância.

Quando ele me perseguiu sedento em vielas.
Pensando que conseguiria bater num fantasma.
Que lhe assombrou com retóricas deverás belas
Confundindo a mente, deixando a alma pasma.

E assim o predador viu a sua cabeça enrolada,
Em novelos de fios agoniantes e decadentistas.
Quando me perseguiu, eu, uma presa disfarçada
De um lunático que exibe uns collants às riscas

Que fez da sua progenitora, da sua querida mãe,
O centro de toda a paródia e de todo o melodrama.
Quando o amaldiçoei com gargalhadas do além,
Aquele cujo enterrei o seu nome numa poça de lama.

Blackiezato Ravenspawn

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Humildade

O horizonte apenas fitou aquele homem,
Que mostrou simplicidade no seu olhar.
Trocando toda a arrogância pela ordem,
Que só ele teve a sabedoria de mostrar.

E mesmo assim ele foi visto como pequeno,
Apesar da sua graça e da sua humanidade.
Por optar por estado mais pleno e sereno
E servir com actos nobres, a única verdade.

Quando respeitou na integra toda a razão,
Abdicando do seu orgulho sem se impor.
E não dobrou-se conformado, em submissão
Mas sim, porque no fundo ele é bem maior.

Que aqueles que exaltam a sua soberania,
Auto-julgando-se como modelos a seguir.
Embora ele escreva com brio a melhor poesia
Só com o único processo de se redimir...

E assim o humilde absteve-se da ignorância,
Não se importando com títulos ou patamares.
Apenas sorriu ciente, sem mostrar importância
Às formigas que lhe irritavam os calcanhares.

Saindo em silêncio como fosse de todo mudo,
Sem qualquer ressentimento da comunidade.
E sem preferir palavra alguma, ele falou tudo
Com o seu tom sublime, repleto de humildade.

Mas ninguém entendeu.

Blackiezato Ravenspawn

Cu Tremido

Se o menino quer papar a menina
Ah! Então tem de arranjar um pópó
Porque só com poder e adrenalina
É que ela te proporcionará um bóbó

O Angélico não te relembra algo?
O tal moço que adorava velocidade.
É porque a cona não fica em saldo
Só por teres uma boa personalidade

Porque a maioria desses conêdos
Só vão atrás de cenário e d'alarido
Como é normal do existente putedo
Que anda em busca de cu tremido

Caso contrário, resta-te o falhanço
Mais uma noite de fome, sem buceta
E se não tiveres onde afogar o ganso
Chaval, temos pena, toca à punheta

Mas se existir pópó e fome na picha
Não sejas otário, faz como faria o Zé
Pergunta-lhe "Querida, hoje há chicha?"
E se ela negar - Então que vá a pé!

Fodasse...

Blackiezato Ravenspawn

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Gripe

Estou com a mente cansada
Doí-me os olhos e os ouvidos,
Tenho a garganta inflamada
E os músculos todos doridos.

Tenho as narinas entupidas
A voz fraca e deveras rouca,
Mais a alma repleta de feridas
Desta tosse que não é pouca.

Porque estás gripes, realmente
Vêm sempre de um jeito sombrio,
Quando me fio no tempo quente
E depois sou assaltado pelo frio.

Estou cansado, quero dormir
Mas não consigo adormecer,
Desejo fumar e quero sair
Mas não posso, estou a tremer

Ó gripe, deixai-me e vá-se embora!
Pois vós, sóis uma puta de vírus!

Blackiezato Ravenspawn

O Homem Que Falou A Verdade

A dominação mental estava mais que presente
E só uns poucos, é que ainda se preocupavam.
Como as coisas tomavam direcção, certamente
Enquanto os outros em receio, se conformavam.

Com falsas visões furiosamente implantadas,
Pela ignorância ignóbil e pela miserável tirania.
Que corrompe bocas desonestas e desgraçadas,
Para recitarem os cantos ímpios da hipocrisia.

Mas houve um homem que das sombras surgiu,
Erguendo a sua voz sem medo, sem repressão.
Ruindo com o castelo de mentiras, que assim caiu
Libertando os outros, das correntes da opressão.

Sendo a faísca da revolução que tomou de novo
Consciência de todos os direitos da humanidade.
Sendo o mais bravo, a ponta da espada do povo,
Dizendo o que outro homem, nunca disse na verdade

"São necessárias várias mentiras para me prender
Embora uma verdade apenas, para me libertar
E para todos aqueles que me ousarem corromper
Eu manter-me-ei verdadeiro, custe o que custar!"

E a verdade crua e nua... Causou um motim.

Blackiezato Ravenspawn

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Festim Para Os Necrófagos

Chamam-te de Thanatos, de cruel ceifeiro,
Por saberes como fatiar as espirais mortais.
Mas para mim, és mais que um cozinheiro,
Que improvisa com ingredientes espectrais.

Não tapas panelas, mas fechas sarcófagos,
Sendo o chefe de ferro da culinária etérea.
Que sacia os apetites dos demais necrófagos,
Deixando os restos para quem vive na miséria.

E as tuas filhas mórbidas preparam a mesa,
Para todos os convidados que assim chegarão.
Tão famintos que também desejarão sobremesa,
Feita de fungos e húmus em decomposição.

E é sorrindo orgulhoso para aquele teu aprendiz,
Que tu misturas carne tóxica com velhos repolhos.
Seguindo o conselho desse petiz corvo que te diz,
- Caw! Caw! Mete mais olhos! Mete mais olhos!

Hahaha! E mais olhos eu meterei.

Blackiezato Ravenspawn

sábado, 5 de maio de 2012

Ventos De Mudança

Grita bem alto para que todos possam-te ouvir
Coisas sem nexo e sem algum fundamento,
E quando chorares não hesites em também rir
Dizendo para ti - Chegou hoje o meu momento.

Deslumbra-te em vão, na tua grande insignificância
Sem vergonha alguma, como fosses de todo o melhor.
E se necessário também, lava-te na total ignorância
Como tivesses orgulho de ser um miserável do pior.

Implora por mais dor quando pedires por mais prazer,
Dominando quem quiseres e depois deixa-te dominar.
Renascendo ciclicamente sem ter receio de morrer,
Partilhando o teu ódio com todo aquele que te amar.

Sê quem implanta o caos, onde predominar a ordem
Mas sê o absoluto silêncio da barulhenta multidão.
E a criatura que se intromete entre a besta e o homem
Sendo a única lógica que poderá existir na confusão.

E inspira e expira e em sincronia... Destrói e recria.
Cai e levanta-te de novo, apagando e depois risca!
Parando, seguindo em serenidade e em melancolia
Não sendo a luz, nem a sombra, mas sim a tal faísca.

Porque nenhum ser, nunca pediu permissão para nascer,
Por isso liberta essas ideias dessas possíveis prisões.
Pois nem toda a verdade, um dia conseguirás entender
Quando a maior parte dela acaba distorcida por emoções.

Imagina mas é um futuro e esquece o teu passado,
Onde não sigas objectivos, nem creias em destinos
E possas alterar a tua rota e recodificar o planeado.
Para não viveras no controlo de uma vida sem sentido.

Deixa-te crescer num turbilhão que puxa e assim devora,
Que leva a tempestade que traz no final a sua bonança
E decresce num furacão que cospe tudo cá para fora,
Todos os teus suspiros para semelhares ventos de mudança...

No fundo, sê aquele quadrado que sofre erosão do tempo, e que lima as próprias arestas para rolar livre mais o vento. Continuando até cessar, quando assim achar e quiser. Com tudo o que pegou para si, tudo aquilo que lhe transformou noutra coisa qualquer. Até que os ecos do próximo vendaval, sussurrem outra vez... Por tal

Como um corvo que desliza pelos ventos de mudança,
Trazendo no bico um desespero e nas asas uma esperança.
Espelhando nos olhos, a originalidade de uma semelhança,
Que cai em forma de uma pena, tornando-o numa lembrança...

Por isso... Dança e canta tal e qual uma criança
Quando escutares... Os ventos de mudança.

Blackiezato Ravenspawn

quinta-feira, 3 de maio de 2012

A Minha Definição De Mulher Perfeita

Não quero princesas bonitas
Quero uma bárbara guerreira
Que seja poderosa e catita
E uma moça bem à maneira

Quero uma mulher ao natural
E não quero cá, falsos peitos
Com um tamanho proporcional
A todos os seus mil defeitos

Quero é uma fêmea desnaturada
Para juntar a minha imperfeição
E que seja no mínimo bem passada
Mas que seja o abrigo na monção

Que se encaixe, como uma peça
E que seja a minha tonta rainha
E aviso que já nem me interessa
Se ela magra ou se ela é gordinha

Que seja fina como uma madame
E que saiba quando deve ser séria
Mas que no silêncio, seja infame
E na nossa cama, uma galdéria

Quero uma garota que saiba dar
Fortes chapadas, como carinhos
Para que eu me possa regozijar
Numa rosa cheia de espinhos

Quero uma gaja que não presta
Mas que eu lhe considere eleita
E é assim que eu defino, esta
Como a minha mulher perfeita

Blackiezato Ravenspawn

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Miseráveis Montes De Merda

Nós, os jovens de hoje queremos ganhar,
Mas nenhum de nós se dispõe a sofrer.
Pois nas adversidades, só sabemos refilar
E a maior parte, nem sabe o quer fazer.

Nascemos nos pináculos dos nossos mundos,
Em cidades grandes, mais que seguras.
Embora alguns de nós, ainda bate tão fundo,
Iludidos pelas suas mentes tão imaturas.

Mas mesmo assim, achamo-nos graúdos,
Com a petiz experiência que ainda temos.
Julgando-nos grandes que conhecemos tudo,
Apesar da realidade que nem sequer vemos.

Perdidos numa estagnação banal esperada,
Comparando-nos como idiotas e lerdas.
Quando a maior parte nem passa de mais nada,
A não ser miseráveis montes de merda.

Mas a culpa também não é só nossa,
É também da falta da devida educação.
Tal e qual o desleixo que assim se roça,
Nos degenerados da antiga geração.

Porque antes havia extremamente pouco,
E agora nem nos contentemos com o demasiado.
Vivendo numa era onde se cria monstros loucos,
Que consumem até acabarem engasgados.

E digo-vos isto com toda a sinceridade,
Ainda nos falta muito, por isso coragem!
Pois é hora de mudar esta miserabilidade,
E purificar esta tóxica e pútrida aragem!

Por isso deixemo-nos de alimentar essas ilusões,
Puxemos antes pela corda e dei-mos às pernas.
Para nos tornamos em pessoas em condições,
Pois ainda somos, miseráveis montes de merda.

Recomecemos em baixo com paciência e humildade,
Sendo o novo adubo que tanto necessita este país.
Para que os próximos floresçam em graciosidade
E não como nós, débeis pela puta da raiz.

E aí... As moscas vão deixar de nos chatear.

Blackiezato Ravenspawn

terça-feira, 1 de maio de 2012

Mundo Sem Lógica

Imagina que coexistíamos num lugar
Onde não existiria razões para disputar
E cujo único sentido de existência, seria viver
Sem necessitar de algo, para se crer
Tudo o que faríamos seria espontâneo
Sem interesse e sem segundas intenções
Não sendo guiados por maus pensamentos
Nem por obsessivas e falsas emoções
Num lugar onde todas as moedas
Choviam com a forma de sementes
Para serem plantadas na nossa terra
E brotarem para todos, notas verdes
Não conheceríamos a desigualdade
Porque não ligaríamos às diferenças
E nem nos importava a procura da verdade
Nem mesmo os dogmas das nossas crenças
Apenas vivíamos só para o dia
E faríamos uma festa para quem morresse
Sem medo do desconhecido e da entropia
Sorrindo, como nada acontecesse
Nesse mundo onde os pássaros nadavam
E assim os peixes voavam no céu
Enquanto as plantas por nós caminhavam
E nós andaríamos como elas, totalmente ao léu
E assim tudo o que fosse processo
Seria apenas para a pura diversão
Não existindo possível progresso
Nem mesmo alguma estagnação
Sorriríamos tal e qual choraríamos
Sem motivos, sem estar a espera
Nem amararíamos nem odiaríamos
Porque nem sabíamos mesmo que era
Como apenas possuímos só um instinto
Que nos faria todos sincronizados
Como gotas encarnadas de vinho tinto
Vivendo assim, sempre embriagados
Sendo tão ancestrais e tão primitivos
Que nem buscaríamos mesmo evoluir
Porque o que interessaria, seria estar vivo
Até o último traço de vida, se sumir.

E que se danasse os mistérios do tempo
E que se danasse as confusões da emoção
E que se danasse todo o conhecimento
Pois nem teríamos o conceito de razão
Seríamos diferentes formas de vida
Algures noutro universo paralelo
Sendo uma espécie sempre unida
Tal e qual grãos de areia no deserto
Não existiria morais, nem mesmo éticas
Porque não precisaríamos, nem criaríamos problemas
Apenas viveríamos num mundo sem lógica
Livres de um mundo cínico, cheio de esquemas.

Cada criatura seria um perfeito poema
Feito a partir de uma indiferença extrema...
Encontrando-se perdido completamente à toa
De poesias que escreviam pessoas...

Um mundo sem lógica seria.

Ou se acharem melhor:
Lógica seria sem mundo um

Blackiezato Ravenspawn

A Gata Preta Mamã

Cheirou-te a poeta e vieste logo,
Seguindo o meu rasto até me ver.
E assim saltaste para o meu colo,
Sem pedires e sem eu te oferecer.

Enrolando-te em mim sem inibições,
Sem fífias e sem preconceitos,
Pois querias ler as minhas declamações
Que julgavas para ti, por defeito.

E fizeste-me a maior das companhias,
Lá, ambos abrigados na esplanada.
Enquanto eu escrevia-te uma poesia,
Contigo no meu colo, bem refastelada.

Que depois adormeceste guarnecida,
Pois as tuas forças, estavam escassas.
Encostadinha tranquila à minha barriga,
Com a tua audácia e com a tua graça.

E enquanto pensava em ti, bichana,
Supôs que te devias chamar Mafalda.
Pois tinhas um pelo lindo de obsidiana,
E uns brilhantes olhos de esmeralda.

Ela entrou tal e qual uma estranha,
Mas permaneceu como uma convidada.
Até deixar-me com as pernas cansadas
Pois a pequeninha, estava prenha.

Blackiezato Ravenspawn