sábado, 28 de julho de 2012

Cancro Na Alma

Vangloriaste que vives no topo
Nessa pilha de luxuosos carros
Achaste excêntrico, mas és um louco
Que infesta o mundo, com os seus escarros.
No lugar do teu coração, tens uma pedra
És hipócrita, não tens valores
És mais um que aguardo pela sua quebra
Sua casa infame, de tumores!

Iludes-te que tens o mundo aos teus pés
Lá por comprares a liberdade
Julgaste grande, mas pequeno és
Sem porção alguma, de dignidade.
Pois a ganância fez de ti, mais uma presa
E embalsou a tua cara no seu cobre
Podes fazer parte da sua enorme riqueza
Mas no fundo continuas, ainda pobre.

És um tirano que obtém o que mais quer
Sem ganhar mesmo as suas lutas
Gabaste que dormes com qualquer mulher
Mas acordas sempre, envolto em putas.
Porque o egoísmo fez de ti o seu escudeiro
Para o seguires na sua demanda obscura
Em busca do negócio, do "precioso" dinheiro
Minando as grutas, cavando a tua sepultura!

Enquanto a gula faz-te perder a moderação
E o consumo torna-se na tua crença
Esbanjaste ridículo sem ter noção
Enquanto padeces lentamente, nessa doença.
E eu pergunto - queres dar-me a entender o quê?
Que estás acima de mim, ou que és profano?
És um miserável, que nem mesmo vê
Que é uma amostra patética de ser humano.

E é com essas mãos ímpias no teu peito
Intoxicado por esse teu orgulho
Que dizes que te queres soltar, do mal feito
Embora sejas tu, a razão do barulho
E assim clamas pelo diagnóstico
Tremendo cobarde, transpirando das palmas
Que pergunta tonta! - Não te é lógico?!
Que tens cancro na alma?!

És uma lamentável pútrida abominação
Um miserável verme, um cão enfermo
Pestilência que só conhecerá a purgação
Nos malditos fogos do inferno!

Ninguém-te mandou deixar florescer
A corrompida flor da tirania
Agora assim vais apodrecer
Engasgado nas tuas mentiras, em agonia
E quando derramares essa tua seiva
E o teu odor, a morte convidar
Ela dará uso à sua bizarra ceifa
Sem misericórdia alguma, sem hesitar

Em todos os que se lavam na malevolência
Com atrocidade, com pujança desmedida
Fazendo ela masturbar-se na vossa decadência
Enquanto espera o dia, de foder-vos a vida!
Para depois sem afinco e sem calma
E assim para quem tiver de ser
Para quem tem cancro da alma
E para quem não merece viver!

"Aaaaah! Como eu desejo ver-vos ajoelhados
Perante a mim, diante do meu cóccix!
Para que me estimulem com os vossos pecados,
O que me resta deste meu, cruel clítoris!"

Blackiezato Ravenspawn

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Narcisismo Floral

Ai rosa negra! Que criatura mitológica
E uma espécie em vias de extinção!
É o que ela te diz, a menina ecológica
Lá no fundo do seu coração...

Pegasus é como ela te denomina
Pela tua genuína raridade surreal.
Mas digo-lhe já que ela também tem um bom estigma
Com uma boa componente bem original.

Mas agora deixando as "metáforas" à parte,
Para te enraizares profundo nesta matéria.
Pois o teu alimento natural, é a arte
No meio deste tóxico, desta miséria

Sim! Porque tu não consegues enfrentar o mundo
Sem a tua ilustre capa das sombras
Aquela que cobre as tuas pétalas de vagabundo
Cuja delas a maior parte, zomba

Sendo por uns, mais um mal interpretado
E por outros, até um ser bem complexo
Mas para os que se aparentam simples gado
Aviso-lhes já, que não têm grande nexo

E já agora se dizem que existe uma cara-metade
Para todo o miserável que habita nesta região
Eu pergunto-te - Onde andará a tua de verdade?
E porque ela te deixa murchar em solidão?

Porque estou-te a ver perderes a tua sanidade
A espalhar o teu grande pólen em vão!
Porque estou-te a ver fechar-te na tua vaidade
Sozinho dentro dessas pétalas de carvão!

Por isso em nome desta criatura que ainda respira,
Para quem tiver ainda um coração natural!
Que por favor, o liberte desde antro de mentira
E que lhe destape o véu do seu narcisismo floral!

Estou cansado...

De viver com actores e ser considerado um personagem!
Quando no fundo... Quando no fundo, sou o mais franco de todos
E não sigo guião algum... A não ser o do meu improviso e naturalidade.
Aquela... Aquela, que fez-me falar de mim na terceira pessoa.

Em forma de uma flor, que nem um pedaço de tal aparento ser.

Como ela, o é.

E assim que termino este meu devaneio teatral
Arrumando de vez, este forçado narcisismo floral.

Ai, rosa negra, rosa negra...
Só escreves disparates.

Blackiezato Ravenspawn

Anda Ser Miserável Comigo

Ambos sabemos as regras deste jogo,
Dos dramas, como das complicações.
Das metáforas amorosas sobre o fogo,
Como dessas lamechas tontas canções.

Que falam dos votos e das nobres juras,
De fidelidade em forma de promessas.
Com vontades transcendentes e tão puras
Cheias de ânsias, cheias de pressas.

Por isso...

Deixe-mo-nos lá de coisas românticas,
Quando podemos criar algo bem melhor.
Através das nossas fórmulas quânticas,
Como génios loucos, sem temer o pior.

Focar-nos-emos apenas na indiferença,
Faz como eu, esquece lá o teu umbigo.
Ignora a tua vida, ignora a tua sentença
E anda daí ser miserável comigo!

Mas antes disso...

Mata tudo o que sentires por mim,
Para assim alcançar-mos a simbiose juntos.
Sem um propósito de inicio, nem de mesmo um fim,
Sem ser regido por momentos, nem mesmo segundos
Bem longe da radiância em degradação
Exilados no solo deste ridículo jardim
Processando ambos a nossa decomposição
Criando assim, o nosso húmus.

Húmus...

Húmus que alimentará os nossos vermes.

Blackiezato Ravenspawn

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Scat!

Não sou grande aficionado por pornografia
Prefiro o meu erotismo e a minha poesia,
Com os meus fetiches e as minhas fantasias
Compostas por júbilos e até mesmo agonias.

Mas de tudo o que mais me enoja
E o que faz-me mesmo assim vomitar,
É a maioria do que a televisão me mostra
Na sagrada hora em que estou a jantar!

Scat-scat-scat!
Políticos inúteis a falar
E criminosos de merda a sair!..

Scat-scat-scat!
A mesma bola sempre a rolar
E as mesmas tradições a persistir!..

Scat-scat-scat!
A constante intoxicação de valores
Que gera entretenimento para lerdas!..

Scat-scat-scat!
Onde os ímpios fazem-se de senhores
Criando ridículos espectáculos de merda!..

Scat! Scat! Scat! SCAAAAAAAAAAAAAAAAAAT!

Ah!!! Olha como eles sorriem com as bocas cheias de merda
Como um bandos de suínos badalhocos!
Sim! Vocês mais vossa alta definição de porcaria
Onde trocam a dignidade por uma pocilga, seus sujos sem vida!

Porque até ver duas gajas a passar fezes pelo corpo é menos nojento do que existe nestas trampas generalistas. Pelo menos, ainda dá para me rir do absurdo...

Pois de mim, não existe misericórdia para a estupidez!

Blackiezato Ravenspawn

Cinzento

É através destas castanhas irises,
Neste caldeirão que junta cores
E que mistura as vis ervas daninhas,
Com as restantes vaidosas flores.

Recolhidas nestas lentes panorâmicas,
Nestas minhas retinas da percepção.
Que guardam os meus instrumentos de análise
Onde separo a realidade da ficção...

E é aí que eu vejo uns, que desejam ser bons
Quando outros optam por ser maus.
Como uns que se dizem ases de ouros
Enquanto outros conforam-se em ases de paus

E agora eu pergunto a este mundo de extremos
E a ambos aos pólos do meu pensamento.
Porque razão eles se julgam pretos e brancos?
E não como eu, um simples cinzento!

Porque nunca existira uma luz sem sombra,
Nem mesmo o prazer sem a dor.
Enquanto a melancolia brincar com a serenidade
Num mundo dividido por ódio e amor...

Variando entre pesadelos caprichosos
E como sonhos de vertente dramática.
Ausentes das vossas condenações puritanas
Longe de celas duplas, monocromáticas.

Porque o mundo não composto por pretos e brancos
Mas sim por diferentes tons de cinzentos, comuns ou raros
Uns demasiado puros para serem considerados escuros
Outros pecadores o suficiente, para não serem claros...

Ou será mesmo preciso a morte dissolver as vossas vidas?
E tirar a cor dos vossos sentidos, revelando uma alma transparente...
Que se libertará de uma crisálida multicolor
Tornando-se cinza com o tempo, progressivamente...

Defecação Lírica

Só de pensar nas caras de alguns de vocês
E nessas palavras que tanto me serviram.
Nesse banquete que daria bem para um mês,
Que nem mesmo os meus ouvidos, resistiram!

E só de imaginar como tudo isso desceu
Pelo meu esófago delgado, quase em mania!
Embatendo nas paredes deste estômago, meu
Causando-me a mais terrível de todas as azias!

Como também daquela forma como me levantei,
Célere, com as mãos sobre a minha barriga!
Que nem sei mesmo, como vos explicarei
O que na realidade, mesmo eu sentira!

Pois tinham fecundando em mim um ser,
Lá nos confins das minhas escuras entranhas!
Que julguei por momentos que iria falecer
No decorrer do parto, daquelas fezes castanhas!

Ai! Como o meu esfíncter gritou em dor,
Abafando o som dos pensamentos da mente!
Fazendo-me sofrer na paixão desse clamor
Naquela sanita tão confortável, totalmente!

Que quando finalmente expulsei cá para fora!
Parindo tão violentamente num jeito profundo..
Fez-me sorrir no final como uma mãe orgulhosa
Quando entrega mais um presente, ao mundo...

Merda essa, que alimentará este pobre solo
E que dará vida à próxima vegetação!
Ao libertar este constrangimento, do meu colo
Pelo simples acto biológico, de defecação!

E é agora com o meu ventre mais vazio
Sentindo-me radiante, mais uma vez!
Que recito cercado por um cheiro a bafio
- CAGUEI PARA TODOS VOCÊS!

De uma forma tão exímia e tão empírica,
Resultando nesta bela defecação lírica.
Esquecendo o que outrora, me disse alguém
Sentindo-me aliviado... Sentindo-me bem!

Pois foi quando olhei para o papel que usará para limpar o meu ânus...
Que encontrei esta poesia.

Blackiezato Ravenspawn

terça-feira, 17 de julho de 2012

O Niilista

Porque é que tem de existir um sentido,
Quem vos acheis para julgar-vos especiais?
Pensando que são épicos profetas escolhidos,
Quando no fundo nascemos todos iguais?!

E porque perdereis imenso esforço e tempo,
A construir esses ilusórios castelos na areia?
Para depois melindrai-vos em desassossego,
Na ignorância habitual sem ter alguma ideia?!

E como assim desejam que creia em algo
Quando vejo a minha vida sempre a mudar?
E já agora porque razão tenho de ser salvo
Quando na realidade, nada me está atormentar?!

E o que fará os filósofos buscar pelas eras,
Pelo propósito desta insignificante existência?
Seremos mesmo nós únicos distintos das feras.
Com impulsos de crueldade e de clemência?!

E o quê que eles viram para me achar um infeliz,
Quando eu não me ralo com as coisas conseguidas?
Ignorando o que esta confusa multidão me diz,
Porque nem eles sabem o que fazer com a vida!

Como fossem na maioria traças em volta de chamas,
Vivendo atraídos a um doentio continuo cortejo!
Que os entretém com truques, esquemas e dramas
Para acabarem queimados, nos fogos do desejo!

Tal e qual a tecnologia que vejo sendo desperdiçada,
Pelas mãos ímpias do egoísmo e da ganancia humana!
Quando as más intenções geram as maiores emboscadas
Corrompendo tudo, por uma febre insana...

Quando os homens tornam-se os maiores antagonistas,
Ditando as massas o que elas haverão de fazer...
Enquanto eu, aquele ridículo e miserável niilista,
Obtém o que mais deseja, sem ser necessário me mexer!

Sim, eu repito!.. - Eu não passo de mais um niilista
Imune às necroses da alma que crescem com o tempo em mim!
Como um fantasma que vadia pelos escombros de práticas idealistas
Sem se lamentar e ralar-se com um fim!

Enquanto observo a entropia tomando-me lentamente
E sorrio em melancolia, quando escrevo como, um demente!
Porque o único sentido da vida... É aquele!
Cujo não se possui na integra algum...

Porque nada...
É o único absoluto!
Que alguma vez....
Poderás alcançar!

...


Mas talvez um dia lembrar-se-ão do niilista,
Daquele que viveu o melhor sem nada fazer.
Sendo um controverso preguiçoso duelista,
Que esgrimiu contra o tempo, sem nada temer.

...

Esperando pelo seu último acto que é morrer.

As cortinas fecham-se e os aplausos ouvem-se...
Mas infelizmente agora é tarde de mais
Para serem retribuídos com vénias.

Até que a entropia nos junte outra vez...

Caros Niilistas... No vazio.

Onde tudo é nada e nada é tudo!

Blackiezato Ravenspawn

Dormindo Em Segurança

Eu adormeci angustiado na minha cama,
Mas tu acordaste-me no meu subconsciente.
Eu perguntei-vos - O que fazeis aqui dama?
E tu respondeste-me sorrindo, alegremente.

Que tinhas um tremendo desejo de me ver,
E que assim usaste essa desculpa para entrar.
Pois estavas aborrecida, sem nada que fazer
E precisavas de alguém com quem conversar...

E foi lá no meu sono, que eu te acompanhei,
Fazendo de um vulto que eclipsou a tua lua.
Quando suavemente te beijei e te acaricei,
Deixando na tua pele, toda a minha penumbra

Enquanto rebolávamos lá na minha imaginação,
Nas planícies de cristal como duas crianças.
Até eu despertar de manhã e tomar atenção
Que tinha dormido contigo... Em segurança.

Blackiezato Ravenspawn

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Amor Puro

O amor puro é como uma estranha semente,
Que brotará algures quando achar o seu  tempo.
E não é algo comum que acontece de repente,
Como se tratasse de mais outro volátil momento.
É mais como se fosse, uma injecção de heroína
Que deixar-te-à para sempre, severamente agarrado.
Algo que só notarás, quando te vires em ruína,
Quando desejares a droga e não a vires ao teu lado.
E não importa a vossa distância e as quantas curas,
Pois viverás eternamente na sombra desse tal laço.
Que te fará partir em busca da última loucura,
Inalcançável aqui. Só possível noutro espaço.
Onde existe um magnetismo que atrai almas,
Residindo em segredo, nestes egos controversos.
Que faz d'um trocar de olhos, um juntar de palmas,
A singularidade que une, os demais universos...

Blackiezato Ravenspawn

domingo, 8 de julho de 2012

Planeta Vazio

"A vegetação densa" recobriu de novo o seu "solo" (o pelo/a sua pele)
E a "terra" ganhou de novo força, para "renascer" (mente/se recompor)
Quando o "magnetismo" foi-lhe devolvido aos "pólos" (equilíbrio/extremos)
Dando-lhe mais uma vez a habilidade de "crescer" (evoluir)

Enquanto isso, as "fissuras" enchem-se de graça (magoas)
Pois o seu "magma" furioso, tornou-se calmo (tensão)
Gerando uma nova "era" que lentamente o "trespassa" (fase/transforma)
Dando forma progressivamente, "palmo a palmo" (à sua personalidade)

E agora os "geiseres" tendem a fluir esporadicamente (sorrisos)
Sem os "estímulos" das extracções de "matéria" (gestos/interesse)
Que dantes eram "cobiçadas" inconscientemente (requisitadas)
Por "parasitas" vis que "lucravam" com a sua miséria (falsos/regozijavam)

E é nos confins deste "mundo" rico em "minérios" (coração/humanidade)
Que existe uma fossilizada antiga "civilização" (sociedade)
Vítima das "catástrofes" de um destino sério (mentiras)
Causada pelas consequências da sua "destruição" (apatia)

Mas agora o "elemento ar" fá-lo "respirar" em liberdade (pensamento/expressar-se)
Como "o elemento água" devolve-lhe a sua pureza (a sua autenticidade)
Quando "o tempo" traz-lhe dias de criatividade (a dedicação)
E "as estrelas" encantam-lhe as noites com a sua "beleza" (os sonhos/magia)

E é esta a história daquele "antro" que fora "sombrio" (humano/corrompido)
Que vejo agora tornar-se num distante "planeta vazio" (solitário)
À espera de receber "em simbiose" "outra raça" (o respeito/de outra pessoa)
Ou acabar "parasitado", condenado "à desgraça" (explorado/ao desgosto)

Tal e qual como eu...
Se trocares as palavras

Blackiezato Ravenspawn

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Metamorfose

Minúscula criatura que nasceste no rés-do-chão
E que vives rastejando numa tremenda imensidão.
Perseverança é o nome e a tua única inspiração,
Que preenche o silêncio em forma de uma canção.

E mesmo cercada por vermes e por predadores,
Moves-te lentamente com breves baixos clamores.
Nessa tua natureza tão fragilizada e tão vulnerável,
Condenada a um destino, tão ruim, tão inaceitável...

Feia e tonta, são-te impostas como referencias,
Quando te alimentas humilde, na tua pura inocência.
E eles aproveitam-se de ti e da tua inexperiência
Rebaixando-te e fazendo pouco, da tua existência.

E é cobrindo-te em dor num espesso ressentimento,
Fechando-te solitária, numa câmara de pensamento.
Que ignoras os possíveis males deste triste mundo,
Para poderes viver em paz, no teu sonho profundo...

E nessa dúvida exilas-te, de toda a existente confusão,
Enquanto buscas dentro de ti, por alguma ciente razão.
Liderada por uma apatia que dirige esse teu coração,
Nesse teu escudo que te protege, segura na escuridão.

Apenas acompanhada, pelo subconsciente de ti mesma,
Porque ninguém te quer, nem mesmo uma nojenta lesma.
Que tu aprendes a dar valor ao pouco que assim tens,
Valorizando o interior do resto que tu tanto te absténs.

Fazendo uma introspecção, exímia sobre a tua vida,
Que te faz feliz, livrando-te magoas, sarando-te feridas.
Embora continues no fundo, a mesma incompreendida,
Mas é essa atitude, que faz de ti, uma das mais queridas.

E foi na busca de uma desejada plenitude,
Que tu alcançaste finalmente a tua virtude.
Quando o sol penetrou pela tua carapaça,
E revelou-te um mundo, repleto de graça.

E é no mistério da tua grande modéstia,
Que te questionas se isto foi mesmo real.
Quando saíste tímida da tua moléstia,
Com uma reacção deveras descomunal.

Quando ergueste as tuas leves e suaves asas,
Que te elevaram livre, no sublime e volátil ar
Refutando todas as mentiras a ti lançadas,
Vindas daqueles que não te souberam amar.

Porque a chave fenoménica da metamorfose
Reside apenas naqueles que acreditam,
Na junção entre o ego e a alma, em simbiose
Onde os limites do sonho, não habitam.

E essa pequena larva, que antes rastejava
Caminhando como uma miserável, junta à sarjeta.
Agora vê-se desprender, da ilusão que lhe agarrava,
Tornando-se numa bela e ilustre borboleta.

Por isso, lembre-se, minha maravilhosa Criatura,
Que nenhuma barreira, se estenderá alguma vez acima
Do seu esplendor, que faz de si uma obra-prima
Pois a sua vontade, alcança mais de mil metros de altura.

E vê como todos os que te oprimiram, agora olham para si
Ridicularizados pelas suas palavras, tão néscias e sombrias
Que os prendem às suas inseguranças, à inveja e à hipocrisia
Quando inspiras os outros, quando passas voando, por aqui.

Blackiezato Ravenspawn