domingo, 24 de fevereiro de 2013

Príncipe Do Monte

Ó grande nobre cavaleiro prateado,
Vos que contemplais o horizonte...
De uma forma mística, tão calado
Aí no cimo, desse majestoso monte.

Como um humilde infante sonhador,
Provas o vosso reino de liberdade.
Mostrando o maior absoluto louvor,
Fora das muralhas da sociedade.

Porque por décadas renunciaste,
Toda a corrente que vos prendeu.
E é agora merecendo que alcançaste
O triunfo que se prostra, como seu.

E é gritando no alto desse penedo
Que fazeis tremer o rio Mondego.
Levando o nome, Melchior Montenegro
Até aos confins de Lamego.

Quando empunhas essa espada ao céu,
A dama leal que rege a vossa fronte.
Sem medo algum com o torso ao léu,
Como um verdadeiro filho do monte!

E assim os corvos descendem até vós,
Para honrar o lorde bravo do mato.
Saudando vós! Com um tom feroz
Porque vós sois um guerreiro nato!

E enquanto isso os ventos sopram hinos,
Para a vossa capa bailar com sublime prior.
Transformando aquele simples e puro menino,
Num homem corajoso cheio de valor.

Por isso regozijai em paz, ó conde
De olhos fechados focados no além.
Porque só aí no alto desse vosso monte
É que vós estais, verdadeiramente bem.

"Blashyrkh Mighty Ravendark!"

Blackiezato Ravenspawn

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Hypnos

Serena é a minha visão
Estranha é a minha virtude
Indiferente é a minha emoção
E neutra, a minha plenitude...

Silencioso é o meu comportamento
Ausente é o meu estado
Éter é o meu elemento
E lúcido, o meu fado...

Infinita é a minha curiosidade
Eterno é o meu caminho
Incompreendida é a minha personalidade
E inalcançável, o meu ninho...

Cinzenta é a minha cor
Invisível é o meu poder
Frígido é o meu calor
E inconsciente, o meu prazer.

Blackiezato Ravenspawn

Casal De Salmões

Tu e a tua parceira
Que vêem do oceano
A nadar contra a maré
Subindo cascatas
Para se reproduzirem
Nas nascentes dos rios mais puros
Onde ela possa desovar
Longe de mares salgados
Realizando assim
Os vossos sonhos mais deliciosos.

Blackiezato Ravenspawn

O Dia Em Que Eu Qubrei Os Meus Limites

Foram aquelas palavras com quais me enalteci,
As mesmas responsáveis que me fizeram quase desistir.
Naquele chão frio que tanto puxava por mim
E que me dizia que nunca iria conseguir

E assim, por quarenta vezes emergi
E por mais outras quarenta vezes voltei a imergir.
Fraco, débil. Os meus limites revi e conheci
Sem vontade de os ultrapassar e de os partir

E foi com o peito colado ao poderoso solo
Que eu gritei - por dez vezes mais eu irei subir!
Mas foi sofrendo como um ferido ao colo
Que por dez vezes mais, voltei a cair...

E então frustrado com a minha fraqueza
Eu rebelei-me contra a gravidade,
Com aquela que incentivava a minha incerteza
A manifestar-se na totalidade.

E foi absolutamente irritado, uma atrás de uma
Que o meu corpo começou a oscilar.
Descontrolado, sem mesmo vontade alguma
Do meu código de honra, assim quebrar

E foi recebendo por quatrocentas vezes o convite
Da fraqueza que queria comprar o meu ego em suma,
Que num lance final eu quebrei os meus limites
E alcancei a verdadeira vitória daquela bruma.

E o corpo assim tremeu de uma súbita excitação,
Deixando de imediato de sentir mágoa alguma
Pois eu tinha atingindo o fim da minha missão,
Caindo quatrocentas vezes e levantando-me quatrocentos e uma.

E foi vendo as lágrimas descerem pelo meu rosto, como diamantes
E o meu suor adornar a minha pele como majestosos fios de prata.
Que eu segui em frente o trilho dos bravos radiantes
Aqueles que nem morrendo, a sua glória a morte arrebata.

Blackiezato Ravenspawn

Solidão VI

Ó Éterea que jaz
No vazio do meu ser,
Em busca daquela paz
Que um dia, ainda hei de ter...

Ó Éterea que habita
No interior do meu peito
E que misteriosamente me cativa
Quando se deita, no meu leito...

Ó Éterea que vagueia
Pelas bibliotecas da minha mente,
A escrever a sua odisseia
Sobre mim, o seu homem valente...

Ó Éterea que me fascina
Dançando sublime, p'ra minh'alma
Tal e qual uma elegante bailarina
Quando me oferece a sua palma...

Ó éterea que trespassa
As paredes do meu coração
Porque, Espectral é a tua graça
E o meu estado, solidão.

Blackiezato Ravenspawn

sábado, 2 de fevereiro de 2013

A Pára-quedista Do Amor

Alerta, alerta, alerta!
Estou em estado delta
A minha alma está descoberta!
Vem a mim, ó Anja Celta!

O meu coração foi invadido
E a tragédia tomou conta de mim
Fui derrotado, estou cativo!
Salva-me deste flagelo sem fim!

Infiltra-te no céu das minhas retinas
E abate-me esta loucura carnal
Eu imploro-te, ó minha menina!
Socorro! eu estou mesmo mal!

Ó Para-quedista de brio e valor
Que por ti o meu corpo chama
Traz-me a paz com o teu amor!
E cai em queda livre, na minha cama!

Blackiezato Ravenspawn

Zénite

Eu corro em círculos em busca de uma razão,
Saltando de nota em nota em cima desta canção.
Enquanto os outros me vêem sem saber por onde ir,
Fazendo pouco de mim, como me quisessem ver cair.
Mas eu continuo sempre em frente, sempre sem me ralar,
Pois existe um patamar que só foi feito para eu alcançar.
E é elevando-me em espirais, como fazem os ases da elite
Que se diferenciam dos normais, que desconhecem o zénite.

E é subindo por estes incontáveis cansativos degraus,
Pela torre que um dia me livrará deste terrestre caos.
Que eu sonho inocente como a minha vida fosse um conto,
Mesmo que a adversidade e a exaustão me deixem tonto.
E receba os maiores tormentos neste modesto e humilde corpo,
Que dará tudo o que mais tiver até cair no solo morto.
Mas até aí... Eu irei lutar como uma carpa presa num anzol,
Que quando não puder mais, rastejará como um caracol.

E será no auge de toda a minha completa frustração,
Que irei encontrar a mais sublime e absoluta motivação.
Nos momentos em que vacilar e estiver prestes a desistir
E a minha fraqueza se conformar com um lugar no nadir.
Embora eu saiba que irei sempre arranjar energia, para não cessar,
Porque eu só pararei quando o cosmos achar que eu deva parar
Pois a minha alma é valente e puxa-me até ao limite!
E assim um dia eu romperei esta casca e tocarei no zénite

Depois partirei pelo desconhecido como fizeram as naus,
Para descobrir um novo mundo e atingirem um novo grau.
Pois eu sou um cavaleiro explorador que nasceu pronto,
Para cavalgar no corcel de adrenalina cujo nele me monto.
Em direcção ao meu destino atravessando obstáculos e desconfortos,
Até atracar no mais paradisíaco de todos os celestes portos.
Iluminado pela perseverança de um distante fervoroso farol
Que orienta os meus lábios que desejam beijar o astro Sol.

Um dia, todas as minhas lágrimas caíram em forma de chuva.
Um dia, o meu sangue derramado será saboreado como a uva.
Um dia o meu esforço tornar-se-à histórias que vos irão comover
E eu serei uma estrela no céu estrelado que vocês poderão ver.
E é forjando pacientemente estas asas, com mestria e valor
Que eu vejo os dias passarem, sem arrependimento nesta dor.
Na moeda que eu uso para pagar as minhas penas de grafite,
Cujo eu uso para traçar a linha que busca passar um ponto, chamado...

Zénite.

Blackiezato Ravenspawn

Persistência

Quando estiveres à beira do abismo
E ele puxar-te para o chão,
Quando te faltar o heroísmo
E caíres na resignação.

Quando não existirem mais motivos
Para continuar a lutar,
Quando os existentes incentivos
Não forem o suficiente para te encorajar.

Quando as pernas tremerem
E os teus braços também,
Quando os olhos arderem
E tu julgares-te, ninguém.

Quando a força desvanecer
E o espírito não conseguir resistir,
Aí tu terás que te erguer
E gritar - Eu não vou desistir!

Eu irei, mas sim... Persistir!

Blackiezato Ravenspawn