Foram aquelas palavras com quais me enalteci,
As mesmas responsáveis que me fizeram quase desistir.
Naquele chão frio que tanto puxava por mim
E que me dizia que nunca iria conseguir
E assim, por quarenta vezes emergi
E por mais outras quarenta vezes voltei a imergir.
Fraco, débil. Os meus limites revi e conheci
Sem vontade de os ultrapassar e de os partir
E foi com o peito colado ao poderoso solo
Que eu gritei - por dez vezes mais eu irei subir!
Mas foi sofrendo como um ferido ao colo
Que por dez vezes mais, voltei a cair...
E então frustrado com a minha fraqueza
Eu rebelei-me contra a gravidade,
Com aquela que incentivava a minha incerteza
A manifestar-se na totalidade.
E foi absolutamente irritado, uma atrás de uma
Que o meu corpo começou a oscilar.
Descontrolado, sem mesmo vontade alguma
Do meu código de honra, assim quebrar
E foi recebendo por quatrocentas vezes o convite
Da fraqueza que queria comprar o meu ego em suma,
Que num lance final eu quebrei os meus limites
E alcancei a verdadeira vitória daquela bruma.
E o corpo assim tremeu de uma súbita excitação,
Deixando de imediato de sentir mágoa alguma
Pois eu tinha atingindo o fim da minha missão,
Caindo quatrocentas vezes e levantando-me quatrocentos e uma.
E foi vendo as lágrimas descerem pelo meu rosto, como diamantes
E o meu suor adornar a minha pele como majestosos fios de prata.
Que eu segui em frente o trilho dos bravos radiantes
Aqueles que nem morrendo, a sua glória a morte arrebata.
Blackiezato Ravenspawn
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