quinta-feira, 28 de março de 2013

Ó Demência

Ó Demência, subtil e sinistra surpresa,
Assassina de todos os silêncios ofegantes.
Que me asfixiam com grande firmeza,
Os aborrecimentos deste jovem galante.

Ó Demência, minha estranha querida,
Tu que masturbas as minhas emoções.
Que me fodem tão bem a minha vida,
Dando-me as mais misteriosas tesões.

Ó Demência, rainha que me regues,
Com essas teias bizarras de prazer.
Eu, este lunático que assim te segue,
Venerando a maldição que te faz viver.

Ó Demência, senhora da desordem,
Imperatriz do meu reino de irrealidade.
Só vós fazeis dançar este tonto homem,
Em torno de vós, minha Insanidade.

Blackiezato Ravenspawn

segunda-feira, 18 de março de 2013

Calor

O que eu quero é calor!
- Mais quente! Mais quente!
O que eu quero é calor!
Mais todo o teu amor!
O que eu quero é calor!
- Mais quente! Mais quente!
O que eu quero é calor!
Mais todo o teu amor!
O que eu quero é calor!
- Mais quente! Mais quente!
O que eu quero é calor!
Aaaaaaaaaaaaaaah!
O que eu quero é calor!
- Mais quente! Mais quente!
O que eu quero é calor!
Mais todo o teu amor!

Com imenso recheio e fartura
Daquele que faz subir a temperatura
Para debater-mo-nos com libidos
Até acabarmos ambos estendidos
Quase a alcançar o ponto de ebulição
Através de uma harmónica fricção
Que gera os demais puros odores
Quando sobreaquecermos os motores.

O que eu quero é calor!
- Mais quente! Mais quente!
O que eu quero é calor!
Mais todo o teu amor!
O que eu quero é calor!
- Mais quente! Mais quente!
O que eu quero é calor!
Mais todo o teu amor!
O que eu quero é calor!
- Mais quente! Mais quente!
O que eu quero é calor!
Aaaaaaaaaaaaaaah!
O que eu quero é calor!
- Mais quente! Mais quente!
O que eu quero é calor!
Mais todo o teu amor!

Daquele que corre nas nossas veias
E que é por nós transformado a meias
Em forma de combustíveis naturais
Que alimentam nós, as máquinas carnais
Tão poderosas cheias de intensidade
Sedentas com uma caótica vontade
Já a delirar numa febre descomunal
Prestes a criar uma explosão sexual.

Por isso expele-me esse teu vapor!
Para eu te injectar, euforia!
Porque eu só penso em fazer calor!
Todos! Todos os dias!
Por isso expele-me esse teu vapor!
Para eu te injectar, euforia!
Porque eu só penso em fazer calor!
Todos! Todos os dias!
Por isso expele-me esse teu vapor!
Para eu te injectar, euforia!
Porque eu só penso em fazer calor!
Todos! Todos os dias!
Por isso expele-me esse teu vapor!
Para eu te injectar, euforia!
Porque eu só penso em fazer calor!
Todos! Todos os dias!

Blackiezato Ravenspawn

sábado, 16 de março de 2013

Valor

Existia um pássaro tão pequeno e tão débil,
Que fora separado dos seus pelo vendaval.
Porque ao contrário dos outros não era ágil,
E não conseguiu fugir desta estação invernal.

Nas minhas mãos peguei-o doente,
Frágil... A depenar.
Que dava para ouvi-lo na minha mente,
O coitado... A gritar.

E foi por dias que o vi em agonia
Quando lhe tratava das feridas e dava-lhe comer,
Mas não importava o que lhe fazia
Pois ele não mostrava indícios de crescer.

Até ao dia que o céu rugiu em calamidade
E a chuva caiu pesada que nem gelo,
Que ele bravo, se lançou na tempestade
Sem se ralar com o possível flagelo.

E foi batendo as suas asas com a sua destreza
Livre de dúvida e de qualquer dor,
Que ele voou mais alto que a sua fraqueza
Como um verdadeiro pássaro de valor.

Três luas, assim passaram
E a primavera de novo voltou...
Juntamente com as cores que se prostaram
Quando ele por mim, sublime sobrevoou.

Nas minhas mãos uma pena colorida caiu benta,
Mais cintilante que as diversas cores normais.
Aquela que agora uso como ferramenta,
Para tornar todos os meus sonhos reais.

E é rasgando o céu com a sua enorme beleza,
Adornado de majestosidade e com todo o seu esplendor.
Que ele me inspira com a sua eterna grandeza,
Este pássaro alado, pelo qual chamo de Valor.

Blackiezato Ravenspawn

domingo, 10 de março de 2013

TV

Cabrões, degredo
Propaganda e publicidade
Dramas, putedo
E a escória da humanidade

Guerra, moda
Morte e tragédia
Actos de foda
Banalizados em séries de comédia

Economias frustradas
Sem planos de reserva
Que escondem fachadas
E metem vidas na merda

Futebol, crime
Miséria e tradição
Política, regime
Tirania e religião

Espectáculos de desgraça
E de manipulação mental
Pois a televisão não passa
Do reflexo do câncer social

Caixa mágica revolucionária
Do bruxedo e da dominação
Que vos consome a hora diária
Sempre com a mesma encantação

Diabólicos sistemas
Vampiros de fato e gravata
Que orquestram esquemas
Criando servos sociopatas

Destruidor de intelecto
Pandemia consumista
Absurdo completo
Necrose para a vista

Blackiezato Ravenspawn

Maria Joana

Só tu tens o poder de me encantar
Ó cara majestosa e graciosa mana,
Tu, com essa forma única de me amar
Ó vem a mim, minha Maria Joana.

E seduz-me com os teus lábios ardentes
Acariciando os meus solenes pulmões,
Quando levas-me nos teus braços valentes
Para o pináculo de todas as sensações.

Enquanto trepas pelo meu frágil pescoço
Usando as tuas suaves mãos naturais,
Que me incitam serenidade e alvoroço
Misturados com vários orgasmos mentais.

Tu que fazes os meus olhos revirarem relaxados
De êxtase perante ao teu soberbo reflexo,
Criando espasmos que me deixam tão alterado
Ao ponto de expelir fumo e parecer sexo.

Enquanto sorrio em euforia
Ao escrever esta poesia.

Aaaaaaaah...

Blackiezato Ravenspawn

sábado, 9 de março de 2013

Lágrimas Invisíveis

Tanta tristeza
Para um alguém tão só
Tanta incerteza
Como as partículas de pó
Tanta desilusão
Para um ser tão pequeno
Tanta frustração
Mais letal que veneno
Tanta melancolia
Em tão escassos anos
Tanta agonia
Nestes olhos humanos
Tanto rancor
Em nervos tão sensíveis
Tanto ardor
Para lágrimas invisíveis
Tantos lamentos
Perdidos à deriva
Tantos tormentos
Para uma simples vida
Tanto desprezo
Para tamanha indiferença
Tanto bruto peso
Para quem imenso pensa
Tanta decadência
Que me assola lentamente
Tanta demência
Que me possui espontaneamente
Tanta amargura
Na face de uma derrota
De quem aguenta a tortura
Sem verter uma simples gota...

Tantas mentiras
Cravadas no meu coração
Mas nenhuma safira
Na palma da minha mão.

Apenas cólera.

Blackiezato Ravenspawn

sexta-feira, 8 de março de 2013

À Velocidade Da Loucura

Hoje corro na imensidão do vazio
Possesso por uma tenebrosa adrenalina,
Nas estradas de um mundo sombrio
Com as emoções ofuscadas pela neblina.

Sempre em frente e sempre a topo
Galopando como um cavalo com palas,
Que penetra barreiras endiabrado e louco
Os seus obstáculos como balas.

Pois o cosmos é a minha eterna pista
E é nos vórtices do infinito que eu acelero,
Com o calor no torso e lágrimas na vista
A rasgar os limites que eu tanto quero

Em frenesim viajando no carro da morte
Célere como o vento e leve como uma pena,
Pois a loucura é o meu veículo de transporte
E o meu arqui-rival, o Ayrton Cena.

Blackiezato Ravenspawn

Géiser De Diamantes

Hoje quero que me faças vir
E que sejas tu a me despir
Como quero que me faças gemer
E que sejas tu a me comer

Com as tuas mãos sedosas
E com a tua boca dramática
Com as tuas ancas maravilhosas
E com a tua língua mágica

Quero ser aquele que tu aranhas cruel
E que tu assaltas selvagem por cima
A flor d'onde tu extrais todo o mel
E aquele verso que contigo rima.

Quero ser o teu trono de obsidiana
O teu ceptro de ouro, minha rainha
A razão da tua vaidade soberana
E a espada escondida na tua bainha

Pois estou imerso em paixão
Com o corpo a tremer
Prestes a entrar em combustão
Quase a enlouquecer
Preso nesse teu abraço
Numa jaula de libido
Revestida pelo suave aço
Desses teus peitos lívidos
Por isso cobre-me com o teu suor
E marca-me com os teus dentes
Estimula-me com o teu calor
E cativa-me com a tua mente
Domina-me com tua vagina
E com esses teus olhos cintilantes
Que me injectam endorfinas
Ó Mulher! Géiser de diamantes!

Pronto a adornar a tua pele com toda a glória e majestosidade  possível.

Blackiezato Ravenspawn.

domingo, 3 de março de 2013

Fogos Cruzados

Eis a neblina de guerra
O caos foi de novo instalado,
E agora um soldado berra
Com o cotovelo perfurado

Na zona de morte todos fogem
Só fica quem hesitou e vacilou,
Ó a besta mascarada de homem
Cuja sua sanidade descartou

À pala de falsas éticas e morais
As facções trocam danos entre si,
Em confrontos violentos demais
Para determinar um vencedor aqui.

Enquanto eu observo da montanha
O cheiro de morte e de gasóleo,
Ninguém perde, ninguém ganha
Apenas nós, colhemos o espólio.

Blackiezato Ravenspawn

Lux Obscura


Quero dissecar-te espiritualmente
E drenar-te a vida pela boca
Enquanto enveneno a tua mente
E deixo-te momentaneamente louca

Quero espremer-te esses peitos
Para ver a tua existência depenar
Deverás descontrolada sem jeito
Num ritmo continuo a convulsionar

Quero engasgar-te com a minha libido
E infiltrar-me no teu mais íntimo ser
Para servir-te o sumo mais lívido
Que eu possuo para te oferecer

Quero assombrar-te essa pura silhueta
E absorver toda a sua luminosidade
Para alimentar a minha alma ultravioleta
Que se esconde na omina obscuridade

Quero que me agarres sem desdém
Quando revirares os olhos em euforia
Enquanto nos arrastas até ao além
Cantando o meu nome em histeria

Quero me perder no teu universo
E me dissolver nos teus ternos braços
Para me sentir completamente disperso
Desintegrado pelo tempo e espaço

Quero que tu sejas a minha bela lua
E que eu seja o teu majestoso eterno sol
Quando cruzamos as nossas peles nuas
Estampadas num astronómico lençol

Para sentir a junção dos nossos egos
Num fenómeno chamado, Antumbra
O eclipse gerado pelo nosso aconchego
Que forma um orgasmo, Lux Obscura

E que por momentos nos torna uno.

Blackiezato Ravenspawn

sexta-feira, 1 de março de 2013

Correntes Digitais

Para qualquer lugar civilizado que eu vá
Tanto lá fora, como mesmo mesmo cá
Vejo pessoas que observam por janelas
As paisagens modernas como Cinderelas
Elas que anseiam por vidas mais cómodas
Tal e qual por caça, desejam os nómadas
Para saciar as suas necessidades naturais
Fora do alcance dos dispositivos digitais...

Porque a tecnologia deu-nos um grande avanço
Que agora as máquinas regem mentalidades
Porque seria de todo néscio, irracional e de tanso
Elas se submeterem a uma errónea humanidade
Que decai proporcionalmente às suas criações
Que se erguem perfeitas em aço cromado
Aquelas que um dia nos verão como aberrações
Planos obsoletos de um design ultrapassado...

Porque demasiados recursos e demasiado poder
São desperdiçados em caprichos sintéticos
Que apesar de inovadores não são éticos
Pois o nosso planeta ainda continua a padecer
Mas eles não vêem, nem mesmo compreendem
Que a evolução era suposto nos libertar
Do passado que outrora nos queria acorrentar
Tal e qual estas correntes que agora nos prendem...

Essas mesmas que nós ainda imploramos para que nos apertem mais.
E pensando um pouco, a história repete-se e nada no fundo mudou.

 Escravos ontem, escravos hoje e escravos amanhã...
 Das ferramentas que criamos.

Blackiezato Ravenspawn

Lunático

A minha cabeça é uma bastilha mental,
Aonde eu escondo as minhas visões.
Juntamente com uma demência surreal,
Em quarentena com as minhas reflexões.

Pois sou impressível e estrago momentos
Em que era suposto, assim me suceder.
Por saltar de pensamento em pensamento,
Sem mesmo saber o que estou a fazer.

E é em silêncio que eu simulo a ordem
Para mascarar esta mente mestra caótica,
Fingindo-me de um simples e humilde homem
Quando na verdade sou uma besta psicótica.

Que se alimenta de ideias e de teorias
Para evoluir ainda mais os seus estratagemas,
Que consistem em causar as maiores ruínas
Nos mais perfeitos "egosistemas".

Eu, esta peculiar criatura meta-psíquica
Revestida com um coração de criança,
A celeridade de uma calculadora lírica
E a perspicácia de uma longa lança.

Pois armo as minhas palavras com venenos
Para infectar e amaldiçoar o vosso quotidiano,
Conjurando tempestades em dias amenos
Conspiradas por mim, um poeta insano.

Eu, este explorador preso nesta terra
Que chora em alegria e ri em desafortuna,
Quando descontrolado ao céu tanto berra
- Que tédio de vida, ó minha mãe Luna!

Com emoções mais fogosas que combustível
E mais transcendentes que o próprio amor
E não importa se queimar o fusível
Pois é quando trabalho a todo o vapor.

Com a minha atenção apenas focada no além
Quando meto todo o vosso mundo de parte,
Como estivesse a coordenar uma vaivém
Que entende lançar uma sonda em Marte.

Eu! Um infame psicopata que mutila cadernos
Com doentios e tenebrosos lápises e canetas,
Para trazer a tragédia aos tempos modernos
Em forma de negras poesias e prosas vendetas.

Eu! Um visionário em constante introspecção
Eu! Um guru artesão de caixas pandoras
Eu! Um enigma paradoxo sem possível solução
Como a mística vigésima quinta hora.

Eu a helix que gira sobre estes ares de escória
E ascende num peculiar constrangimento lúdico,
Numa caleidóscópica fantasma dança ilusória
Que ridículiza e assusta o cercante público.

Porque quando me dei a cair na desgraça!
Eu estiquei-me para mergulhar no precipício,
Pois a minha alma é deveras louca e devassa
Que é um nárcótico capaz de drogar o vício!

Sou aquele que dizem que é maluco e tolo
Como há quem diga que sou ruim e antipático,
Rumores esses que geram o meu maior consolo
Pois ninguém sabe que sou um agente lunático.

"Deixai-os rir à vontade... Pois quando a noite chegar.
A lua rirá por todos nós."

Blackiezato Ravenspawn