sábado, 16 de março de 2013

Valor

Existia um pássaro tão pequeno e tão débil,
Que fora separado dos seus pelo vendaval.
Porque ao contrário dos outros não era ágil,
E não conseguiu fugir desta estação invernal.

Nas minhas mãos peguei-o doente,
Frágil... A depenar.
Que dava para ouvi-lo na minha mente,
O coitado... A gritar.

E foi por dias que o vi em agonia
Quando lhe tratava das feridas e dava-lhe comer,
Mas não importava o que lhe fazia
Pois ele não mostrava indícios de crescer.

Até ao dia que o céu rugiu em calamidade
E a chuva caiu pesada que nem gelo,
Que ele bravo, se lançou na tempestade
Sem se ralar com o possível flagelo.

E foi batendo as suas asas com a sua destreza
Livre de dúvida e de qualquer dor,
Que ele voou mais alto que a sua fraqueza
Como um verdadeiro pássaro de valor.

Três luas, assim passaram
E a primavera de novo voltou...
Juntamente com as cores que se prostaram
Quando ele por mim, sublime sobrevoou.

Nas minhas mãos uma pena colorida caiu benta,
Mais cintilante que as diversas cores normais.
Aquela que agora uso como ferramenta,
Para tornar todos os meus sonhos reais.

E é rasgando o céu com a sua enorme beleza,
Adornado de majestosidade e com todo o seu esplendor.
Que ele me inspira com a sua eterna grandeza,
Este pássaro alado, pelo qual chamo de Valor.

Blackiezato Ravenspawn

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