domingo, 14 de abril de 2013

Maria Joana II

Quando estou pedrado
Num dia quente de Sol
Dou por mim relaxado
Com o corpo tão mole

Quando estou pedrado
Num dia em que está a chover
Eu sinto-me regenerado
Com a alma a renascer

E quando estou pedrado
Num dia cinzento-ventoso
Eu reflicto para mim calado
O quanto é majestoso

O facto de estar pedrado
E ver o tempo a passar
Sem agouro e sem fado
E sem ter que me chatear

Com dilemas e problemas
Do meu constante quotidiano
Onde truques e esquemas
São cultivados por humanos

Que perdem imenso tempo
Com as demais trivialidades
Invés de viverem o momento
Na maior das serenidades

Eles que pensam fechados
E sentem deveras pouco
Por estarem assim focados
Neste paradigma louco

Onde a cobiça floresce
E a pureza no processo se vai
Formando um fruto agreste
Que sobre o nosso solo cai

Contaminando-nos com tumores
Que parasitam as nossas psiques
Com invejas, malícias e rancores
Que nos aliciam com hábitos e tiques

Levando esta raça a odiar
Quando a radiante alegria
Não tem vergonha de dançar
Para quem lhe der melodia

Mas nós tão surdos e cegos
Preferimos vaguear iludidos
Orientados por tristes egos
Que crescem ressentidos

Atrás de vaidades desmedidas
Ausentes da autêntica beleza
Que se dá a quem vive a vida
Com humildade em simpleza

De puxar intensamente
Uns bafos de marijuana
E depois expelir levemente
Uma sensação soberana

Blackiezato Ravenspawn

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