domingo, 14 de abril de 2013

Sem Estilo

Quando me perguntam acerca do meu estilo
Confesso que me rio do meu atavio
Pois a razão que eu tendo a vesti-lo
Nem é para gerar confusão ou algum fastio
Porque na absoluta e clara verdade
Eu não possuo no fundo, algum
Isso só são as vossas mentalidades
A incurtir-me à força, mais um

E porque haveria eu de ter um estilo?
Quando para mim é-me indiferente
E já agora o que fará as pessoas defeni-lo?
Sem conhecerem ao menos a minha mente
Será para que viverem em constante ilusão?
Tentando pelas as aparencias me descrever?
Para acabarem ofuscados pela escuridão
Que se agarra as vestes que adornam o meu ser?

- E porque veste sempre preto?
É uma das perguntas que chega até mim
Quando caminho nos trilhos de concreto
Em direcção aos meus afazeres e fins
- Será por amares a teneborsa morte
- E venerares o Lorde da perdição?
Não meus caros, pois nem para sorte
Eu dou o meu voto de comunhão

Visto preto, simplesmente porque sim
Porque posso e porque assim quero
Talvez por ser complexo, um pouco enfim
Pois por modas, eu não ligo nem espero
Sou apenas um gajo curioso e indeciso
Que não sabe que cor deve escolher
Então foi por isso que escolhi um tom preciso
Da junção de todos as cores que podes ter

Nem é pelos géneros de música
Que me é habitual tanto ouvir
Porque a arte é demasiado lúdica
Que mal quase lhe dá para definir
Nem é por ser infeliz e estar de luto
E querer dar uma de gajo revoltado
Pois eu já cresci, já não sou puto
E agora tenho um futuro traçado

Nem percebo as manias dos estilos e tribos
Nem das suas várias categorizações
Porque em qualquer lado haverá sempre chibos
Como putas e cabrões
E não são os estereótipos que assinalam
A personalidade das pessoas
Porque se fosse assim como tanto falam
Eu só andaria com bruxas boas

Mas antes de andar mesmo com alguém
Lembro que antes tenho um vizinho
Com quem partilho a minha cabeça
Ele o meu alter ego que não me deixa sozinho
Pois nós somos o que nós somos
E fazemos sempre o que nos apetece
Como nós vamos por onde nós vamos
Para onde nos levarem as nossas preces

Porque nós não seguimos protocolos
Nem etiquetas nem rituais sociais
E o que nos destinge são apenas os pólos
Por onde se deslocam as nossas espirais
Não somos A, não somos B
Nem somos Y, nem mesmo Z
Somos duas entidades num ser humano
Que no seu esforço e nos seus sonhos crê

E nem importa as incontáveis vezes
Que tentarem à força me incuti-lo
Pois já vivo assim à anos e meses
Sem um rótulo e sem um estilo
Mas se quiseres implantar à força um
Acho que me tornarias num pioneiro
Porque na minha cabeça só existe um
Se cruzares um ganster com um feiticeiro

Mas não.. Eu prefiro ser só eu
E continuar sem um estilo e sem um plano
Para escrever estes poemas meus
Metade génios, metade insanos
E ver o mundo a quatro dimensões
Quando fumo os meus narcóticos
E soltar uns beats cheios de convulsões
Que até parecem rap gótico

Calço botas e sapatos bicudos
Aguçados como a minha mente
E cubro-me de vinil ou de veludo
Por gostar do tecido, eventualmente
Tenho uma capa sinistra e obscura
Para me proteger do vento e frio
Com a sua confortável espessura
Embelezada com um tom sombrio

Mas não é isso... Que me faz ter estilo algum.
Sabes porquê?

Yolo.

Blackiezato Ravenspawn

Sem comentários:

Enviar um comentário