sexta-feira, 26 de abril de 2013

Sessenta Euros (A Minha Primeira E Última Ida Às Putas)

Antes de mais... Fui rejeitado por duas pegas.
Não sei porquê... Devia ser por estar todo fodido.

Primeiro Assalto

A queimar os meus neurónios
Com charros e absinto
Enquanto me intoxicava que nem Baco
Com tabaco e vinho tinto
Acompanhado por camaradas
Porcos sinistros filhos da mãe
No templo das fêmeas afamadas
Algures, perdido em Santarém
A injectar gasolina na mente
Para ter a chance de voar
Mais ao menos aproximadamente
A cinquenta quilómetros de Tomar
Para aterrar nas cochas bem vistas
De uma brasileira trintona
Como se fosse um para-quedista
Que saltou em busca de cona
Trinta euros valia meia hora
Foram as condições do contracto
Para quem queria deitar cá para fora
Sémen em busca do tal facto
Que a fazia vender o seu corpo
Em troca de prazer e de dinheiro
A mim este cabrão quase morto
Que cantava de um jeito foleiro
E foi ao observar esta cena
Que eu lhe disse que não precisava de fingir
Mas esta erva daninha disfarçada de açucena
Continuava a implorar-me para eu me vir
E trinta e cinco minutos passaram
E a puta orgasmou duas vezes
Que até os nervos da minha pissa ressoaram
Como não ressoavam à dois meses
- Porquê que você não goza?
Foi questão que ela colocou
Como se achasse minha esposa
Preocupada com um marido que não ejaculou
Mas eu sei que ela queria me fazer vir logo
Para ganhar dinheiro sujo e fácil
Mas a minha libido é quente como o fogo
E o meu pénis, é esperto e hábil
E continuou - Se você não se vir agora
Eu terei de abandonar você
De um jeito educada como um senhora
Que até me pareceu cliché...

Não quis dar trinta euros para nada, então apostei mais trinta para ver se ia lá.
Mas antes fizemos uma pausa e trocamos de quarto.

Segundo Assalto


Ela meteu kizomba manhoso
E dançou elegante só para mim
Em cima do Soldado matoso.
Como uma borboleta vaidosa num jardim
Enquanto me fazia estranhas questões
Para entender a minha personalidade
Disse-lhe que escrevia versos e canções
Mas não lhe revelei a minha identidade
Também me disse que eu era misterioso
Mas eu sorri face aos seus elogios
Deixando o seu coração flageloso
Junto de um ainda mais sombrio
E no seu quarto experimentamos tudo
Que até foi ela quem deu as ordens
Enquanto eu deixava-me ir sempre mudo
Como fazem os românticos homens
E ao fim de sessenta e sete minutos
Quando lhe penetrava o seu farto cu
Ela disse-me "me viola" pedindo bruto
A um Nefilim, metade anjo,metade íncubo

E aí... Finalmente vim-me...

Por dez minutos trocamos palavras
Mas eu continuei a mentir
Pois eu não devo satisfações a cabras
E tenho uma agenda para cumprir
Mas por um lado até parecia desesperada
Porque insistia em me encantar
Mas eu tinha agora sentia a alma penada
E daquele sítio eu queria tanto escapar
Ela despediu-se com um beijo
E sussurrou-me - eu adoro você, negão
E eu respondi-lhe - mas eu não te desejo
Com os olhos vidrados no chão
Pensando para mim - o que raio ela quer?
Qual será o plano e a sua meta?
Como ela soubesse que foi a única mulher
Que soube fornicar um poeta

Pois quem teria sido o vendido
No final deste teatro tinha sido eu
E só entendi no final todo fodido
Quando a moca desapareceu...

E lá fora o pessoal estava chateado
Por serem quase cinco e estar lá uma hora e tal
E eu respondi ainda confuso e violado
- Foi sessenta e nove como foi anal
E eles sorriam do meu acto tonto e ruim
Enquanto caminhávamos para o carro
- Tu lambeste-lhe a cona?  - Eu respondi que sim
Que nem o Ferreira quis fumar o charro...

Por volta das sete e cinquenta...

De manhã depois de um café e biscoitos
Encontrei junto a caserna, o cabo Campos
Que me vira na madrugada a andar feito num oito.
Depois de fumar o meu último mambo

- Então senhor, Matoso... Fomos ao La Siesta, não fomos?!
Não, nosso cabo... Fomos ao outro...

Blackiezato Ravenspawn

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