sábado, 14 de setembro de 2013

Elemento: Ar

Já oiço os notórios cantos de Siroco
Que ecoam nos meus pensamentos
E é declamando um pouco rouco
Que eu faço mover a rosa-dos-ventos
Para sudeste deste horizonte distante
Ao sabor do misterioso tempo
Expressando-me a Levante, bem galante
O que a minha'alma sente ao relento

Pois tu inovas e trazes mudança
E assim eu inspiro-te, ó livre ar
Tributando-te com uma simples dança
Mais uma enorme vontade em cantar
Quando vens forte ou até mesmo ameno
E eu relaxo o torso e deixo-me levar
Fechando os olhos calmo e sereno
Imaginado-me nas nuvens, já a voar

E é enchendo todo este meu peito
Também com a sublime graça de Zéfiro
Que eu sinto o equilíbrio mais que perfeito
Nessas brisas airosas que eu respiro
Em forma de versos e doces melodias
Que eu etéreo, selo-as em papiro
Dando movimento à elástica poesia
Que eu tanto venero e tanto admiro

Ó tu, nosso volátil aspecto do outono
Que à Lusitanea vens sempre passear
Entrando em outubro, no nosso trono
Quando o verão parte p'ralém do mar
Tu que fazes os sons criarem laços
E fazes a fauna despir e as aves migrar
Enquanto eu estendo já os meus braços
À espera de te receber e te abraçar

Blackiezato Ravenspawn