sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Ladra D'Almas

Não sei bem o que fiz para acabar assim,
Pois, não sinto corpo, embora esteja consciente.
- Estarei em coma? - É o que questiono a mim,
Algures trancado na minha própria mente

- Não - Responde-me uma ladra d'almas,
Que sussura dócil para eu não pensar mais.
Enquanto pousa devagar as suas palmas,
Sobre o meu coração em cima dos meus peitorais.

E é cego, em pânico e quasi afónico,
Qu'Eu grito em vão com a garganta cansada.
Enquanto, Ela, sádica, acha fantástico e irónico,
Querer fazer lucro com uma alma, furtada.

Mas, os seus lábios devoradores de vida,
Não conseguem quebrar o meu selo etéreo.
Então, ela frustrada e completamente enfurecida
Ameaça-me - Não me faças passar do sério!

Com um bafo tenebroso que cheira a fuinha,
Feito de texturas ectoplásmicas com o gosto a morte.
Que me molestam, só ao deslizar pela espinha
Induzindo-me também em terror com espasmos fortes.

- Como te atreves a negar?! Dá-me-a, eu exijo!
Ordena, Ela, possessa pela cobiça e pelo rancor.
Usando as suas unhas famintas do abismo,
Para criar orgias sinistras com a minha dor.

- Isto é o preço das tuas viagens e odisseias!
- Tu que ousas navegar em águas estranhas!
- Iludido por gorgonas mascaradas de sereias!
- Que sempre anseiam em te jogar às piranhas!

Apertou-me ela, no meu desespero total,
Mas, eu não sucumbi, nem me resignei.
Apenas fechei os olhos, abri a glândula pineal
E divaguei, sei lá... Se imaginei ou delirei.

Os nove círculos do inferno num segundo,
Ou a entrada para o limbo num sonho penoso.
Se foram lapsos de memória, ou aventuras no submundo,
Ou se foi mesmo real ou uma paralisia de sono...

Blackiezato Ravenspawn

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