segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Requiem Para Uma Fae

Vejo fragmentos de cristal,
De asas mágicas, quebradas.
Ocultas na neblina astral
Aqui nesta floresta encantada.
E o seu cheiro a lavanda,
Enche a brisa com mistério.
Esta que em mim se entranha,
Como se tratasse d'um toque etéreo.
Então, cativado por esse brilho,
Eu penetro na cercante escuridão.
Seguindo o rasto púrpura, o meu trilho,
Até chegar aos confins do meu coração.
Ao lugar onde o meu sangue escorre
Como uma nascente, um altar.
Tumba de uma fada que agora morre,
Por eu ter deixado de acreditar.

"Porque demoraste tanto, amigo?.."
Questionou-me ela enlanguescente, eferma.
Sorrindo inocente por ainda estar consigo,
A segurar a Fae que deixou de ser eterna.
Ela que pensou que o nosso laço,
Era inquebrável como "Mithril"!
E é agora morta nos meus braços,
Qu'Eu me apercebo o quanto fui vil!
Pois avisaram-me que as fadas morrem,
Cada vez que uma criança cresce.
E se torna numa mulher ou num homem,
Que deixa de sentir e logo se esquece.

Que outrora dependíamos delas e que agora, morrem sós, dentro de nós...

Por isso preservem-as.

Blackiezato Ravenspawn