Quem te disse qu'Eu ando por aí sozinho?
Quem me dera que assim o fosse, então...
Mas, no fundo Eu sou mais um perseguido
Sabes por quem? Por ti, Solidão.
Tu que me amas desse jeito mesquinho
Como uma besta ama, desalmada sem coração
E cujo o seu único prazer é ver-me perdido
E preso, na tua auto-proclamada introversão
Pois os teus olhos são como dois buracos negros
E os teus lábios tem o sabor do vazio.
As tuas mãos frias, trazem-me o desassossego
E o teu sorriso, é vil, é triste, é sombrio...
Porque tu espectro! Tens o poder de me atormentar!
De transformar os meus sonhos em lágrimas...
Porque tu mulher! Dás-me vontade de me suicidar!
Pois tornas as minhas unhas em lâminas...
Enquanto as luzes ofuscam-me a alegria
E as minhas veias chorem melancolia
E Eu grito para as paredes em histeria
Como faz um doente como esquizófrenia
Que escuta os ecos do silêncio em agonia
E contempla a mente a desintegrar-se em disforia
Crendo que a vida não passa apenas de uma ironia
Sem piada, dramática como uma elegia
Então, porque não levas essa ruina
Para outro lugar e mordes o pó?
- Porque a miséria adora companhia
- E tu aparentas aí, sempre tão só
- E eu alimento-me da tua decadência
- E respectivamente ao tédio eu sou Pro
Então, cala-te pois eu não tenho paciência!
Porque até tu, metes me dó...
E tu perguntas-me agora, cara Solidão
Qual é o problema, qual será a razão?
Talvez porque tu não passas de uma ilusão
Rejeitada pela minha imaginação.
E EU JÁ TE DISSE QUE ESTOU BEM SOZINHO!
EU NÃO SOU TEU NAMORADO!
Porque mais vale um sozinho...
Do que mal acompanhado...
Por isso, volve para o teu lugar
Pois, Eu não quero o teu abraço.
Nem pretendo mesmo partilhar,
Contigo, o meu precioso espaço.
Vai-te embora, parasita, deixa-me sozinho,
Porque, Eu não quero ouvir os teus lamentos.
Pois, Eu só quero de estar no meu cantinho.
Onde Eu posso viajar nos meus pensamentos.
Pelo espaço-tempo...
Montado no vento...
À deriva, ao relento...
Deste céu cinzento...
Longe de tudo, inclusive até da Solidão...
Blackiezato Ravenspawn