domingo, 19 de julho de 2015

Eu Gosto De Dormir... (Maldição Do Sono)

Eu gosto de dormir de dia
E de a acordar quase de noite
Quando a lua prateada brilha
E quando o sol dourado põe-se

Eu gosto de dormir, é decerto
E de perder noção do tempo
Apesar de quando Eu desperto
Arrependendo-me, sonolento

Eu gosto de dormir por dormir
Porque o mundo é chato de mais
Logo, durmo para me abstrair
E não fazer parte dele, jamais.

Eu gosto de dormir demasiado
Ao ponto do meu corpo doer
E a ironia é que acordo mais cansado
Do que estava antes, de adormecer

Blackiezato Ravenspawn

Dança Do Degredo

Dança... comigo
A dança do degredo
Como dança o trigo
Aos cantos do vento
Ambos devagar
Oscilando sem querer
Enquanto a música tocar
E a ceifeira não nos colher

Dança... comigo
A dança do degredo
Como se o perigo
Não nos causa-se medo
E nós fossemos traças
Que giram à volta das luzes
Até cair-mos em desgraça
E só restar duas cruzes

Dança... comigo
A dança do degredo
Desse jeito tímido
Embora cheio de enredo
Ambos no meio do vazio
De olhos fechados
Sem dar algum pio
Completamente desorientados

Dança... comigo
A dança do degredo
Raque ché zigo
Korosso divon nepu
Yota senflax, nande lidec
Omokoto diza momoru
Jidana kakata mitec
Gilesh, hizame fotu


Blackiezato Ravenspawn

Dançando À Volta de Buracos Negros

O caos empurra-me para o alvoroço
A gravidade arrasta-me para baixo
E como os demais, Eu caio no poço
No buraco negro, onde me encaixo

As estrelas colapsam ao meu redor
Enquanto dançam nesta espiral mortal
Até acabarem torcidas no cósmico horror
Que é uma singularidade abismal

E sendo desintegradas pelo espaço-tempo
Elas são vítimas de infinitos transtornos
Porque quando um vê o horizonte de eventos
Chega a um ponto sem retorno

E elas não têm velocidade necessária
Para escapar desse destino tal e qual Eu
É é aí que me torno numa alma solitária
Quando elas morrem e Eu digo-lhes - adeus

Para prosseguir com a minha viagem
Pelos enigmáticos portais necromânticos
Nesses lugares onde as estrelas caem
E Eu efectuo os meus saltos quânticos

No desconhecido, nas outras dimensões
Longe de tudo o que existe para me agarrar
Porque Eu sou curioso e sigo as minhas visões
Que me levam para fora, onde Eu quero estar

E assim, ausente, divago em sossego
Atravessando as trevas enquanto canto
Quando entro por estes buracos negros
Que me levam a sair  por buracos brancos

Blackiezato Ravenspawn