quinta-feira, 14 de maio de 2015

Buraco Negro

Eu contemplo as estrelas
Passarem à volta de mim...
Mas, Eu não consigo contê-las,
Sem lhes dar um fim.

Eu que as sinto tão perto,
Embora, Eu esteja tão longe...
Qu'Eu já não sei ao certo
Onde começa e acaba o horizonte.

Ó Deus do tempo!
Ó Arquitecto do espaço!
Ouve o meu lamento!
E dá-me um abraço!

A este gigante vermelho
Que explodiu numa supernova,
E que agora espalha o desassossego
Quando gira à roda.

Em torno de uma entropia
Que torce as leis da física,
Numa dança sombria
Onde Eu destruo a vida.

Que mesmo absorvendo o calor,
Não conseguir-se-á livrar do frio.
Porque não existe possível amor
Capaz de preencher este vazio.

Eu não queria sugar a luz!
Eu só queria ser brando!
Não esta cruz plantada
Nas costas de um buraco branco!

E assim, devagar, colapso,
Em torno da minha gravidade.
Enquanto a matéria, Eu desfaço
Para criar uma singularidade.

Onde tudo se mistura,
Onde tudo é um só.
No centro da minha loucura
Cósmica. Nada. Comum.

Eu sou a mão que tudo leva!
Eu sou a dissonante voz abismal!
Eu sou o coração das trevas!
Que se refugia numa espiral mortal!

Eu sou um buraco negro...
Eu sou um buraco negro...
Eu sou um buraco negro...
Eu sou um buraco negro...

Blackiezato Ravenspawn

Em 2525

Em dois mil quinhentos e vinte e cinco...
Os mundos tornaram-se paraísos,
Onde os visionários são profetas.
A humanidade alcançou o infinito
E recebeu o divino de mãos abertas.

Em dois mil quinhentos e vinte e cinco...
O som da artilharia foi substituído,
Pelo cadente baixo da música bonita.
Que agora os caças de Israel planam baixinho
Para deixar flores na sua amada Palestina.

Em dois mil quinhentos e vinte e cinco...
Chernobyl está limpa, a poluição desapareceu,
Os povos aprenderam a viver em sintonia.
E assim uma nova sociedade se desenvolveu
Livre e triunfosa em cima das antigas ruínas.

Em dois mil quinhentos e vinte e cinco...
Os cientistas desvendaram o universo
E as leis da física recriaram.
O sentido da vida foi descoberto
E os sonhadores nas luas, se juntaram.

Em dois mil quinhentos e vinte e cinco...
As naves viajam pelo hiperespaço fora,
Saindo da Terra como de Marte.
A qualquer momento, a qualquer hora
Para qualquer destino, para qualquer parte.

Em dois mil quinhentos e vinte e cinco...
Eu vi-me na quarta dimensão,
Dentro desse sonho qu'Eu tive...
Até sentir o big bangue no meu coração
E voltar a dois mil e quinze.

Em dois mil quinhentos e vinte e cinco...
As crianças brincam com pó estrelar,
Para dar forma as suas constelações favoritas.
Pois elas crescem com o dom de inovar,
Porque a poesia... Ainda continua viva.

Em dois mil quinhentos e vinte e cinco...

Blackiezato Ravenspawn