terça-feira, 24 de novembro de 2015

Da Maneira Como Tocaste Em Mim

As caras estão cada vez mais bonitas,
Embora a beleza nelas, seja comum.
Pois, Eu preferia não ter pupilas
Para não ver no fundo, rosto algum
(Porque nenhum é como o teu...)

As luzes estão cada vez mais cintilantes,
Quando resplandecem os seus halos Angélicais
Mas, no seio da treva abundante
Todas as silhuetas parecem-me iguais
(Excepto a forma da tua...)

O som está cada vez mais alto,
E preenche-me os auditórios da minha imaginação.
Mas, a música não abafa o sobressalto
Causado pelo silêncio do teu coração
(Quando não está junto ao meu...)

O vento torna-se cada vez mais nefasto,
E o frígido inverno está a vir à tona.
Mas, o meu nariz apesar de perder o rasto
Ainda não se esqueceu do teu aroma
(Do teu cabelo, da tua pele nua...)

As teclas estão cada vez mais batidas,
Embora Eu sem "Dó" toque-as a pensar em "Si".
Porque o que a minh'Alma mesmo precisa
É de tocar as notas que tens dentro de ti
(Da maneira como tu tocaste em mim...)

Blackiezato Ravenspawn


segunda-feira, 16 de novembro de 2015

A Síria Está A Arder

A minha linda Síria está a arder
Mas, ninguém quer mesmo saber.
 Enquanto isso, a França chora
 Exigindo retaliação, agora.

A minha linda Síria está a arder
Mas, ninguém quer mesmo saber.
Enquanto isso, o Presidente Assad
Continua a lutar contra a Jihad.

A minha linda Síria está a arder
Mas, ninguém quer mesmo saber.
Virou ruínas, um trilho de espólio
Tudo por causa de petróleo.

A minha linda Síria está a arder
Mas, ninguém quer mesmo saber.
Enquanto o Ocidente está indignado
Pois a culpa é dos refugiados.

A minha linda Síria está a arder
Mas, ninguém quer mesmo saber.
As vossas rezas não trazem valquírias
Só trazem mais bombas pr'a Síria.

Blackiezato Ravenspawn

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

"Tailwind" - Vento De Cauda

Cada vez qu'Eu enrolo um,
O vento acorda e volta para trás.
D'um jeito misterioso, nada comum,
Sem intenções de me deixar em paz.

Mas, é quando acendo o dito cujo
E puxo de seguida, o primeiro bafo.
Que o ar dentro de mim, torna-se um luxo
E faz-me sentir um pássaro nato.

E é inalando e depois exalando,
Esse ar ao ritmo do bater das asas.
Qu'Eu torno-me leve e vou dançando,
Como uma chama, em cima das brasas.

Movido pelo toque do vento,
Encantando pelo sabor da brisa.
Cativado por um solene movimento,
Que me sussurra e que me cativa.

Com palavras compostas por éter,
Com notas entoadas pelas Sílfides do ar.
Como s'essa música, fosse para uma mulher
Qu'Eu desejasse de todo, só abraçar.

E é envolto nela qu'Eu ganho altitude.
E ascendo sublime na atmosfera.
Libertando-me do peso das coisas, em plenitude
Da gravidade, da mãe terra.

Até o fumo místico acabar por desvanecer,
E Eu cair em queda livre, na realidade.
Sem saber mesmo o que hei de fazer,
Para evitar no fundo, a minha casualidade.

Mas, é aí que o vento me surpreende,
Inocente e volátil, sem aviso prévio.
Deixando a minha alma, aparentemente
No olho da tempestade, num destino sério.

Oh! Vento, Tu! Que me enxutas furioso!
Oh! Vento, Tu! Que me sopras romântico!
Quem me dera qu'Eu fosse como Tu, gasoso,
Ou como as aves, aerodinâmico....

Mas, depois lembro-me que a minha poesia,
Me torna ágil e étereo como uma pauda.
E Eu aprendo a planar quasi como magia,
Gentilmente acarinhado por um vento de cauda.

E assim como um papagaio de papel, Eu aterro
De novo dos braços do solo, bem tranquilo.
Percebendo no final que tudo o qu'Eu mais quero,
Ainda não sei bem, como senti-lo.

Porque até mesmo os pássaros caem,
Quando as correntes inconformadas, se agitam
E as penas se soltam e os sonhos esvaem,
Quando os phantasmas do ar, connosco gritam.

Mas, é aí qu'Eu decifro a arte eólica
E aprendo de imediato, a enfrentar o vendaval.
Quando me deixo levar por esta verve insólita
E dou por mim a voar em espiral.

Girando pareio a um tufão, a um tornado,
Espalhando no horizonte a minha essência.
Revirando tudo, inclusive o meu fado
Que se esconde nas folhas d'outono, a decadência.

Por isso, não te atribules, cara ave,
Quando o céu se tornar num sítio ruim.
Pois ele não te será hostil, ele será te suave,
Se Tu relaxares e confiares em Mim.

Pois, Eu levar-te-ei, com maior zelo,
Como serei a voz airosa que tanto te embala.
Sendo aquela mão que te ofega o cabelo
E que te dá movimento, como o vento de cauda...

Blackiezato Ravenspawn

O Governo Caiu

Dizem que o governo caiu
- Aonde, aonde? - No ridículo!
E assim, mais um fantoche saiu
Nas mãos do ventríloquo

- E quem é essa entidade?
É o dono da sociedade!
- Quem?! - o Mestre das marionetas
Que mexe, falsos poetas

Mais as suas palavras dúbias
Vestidas com charme e luxúria
Que iludem o povo com ideias sujas
Enquanto a Pátria, fica na penúria

A bandeira ficou a meia haste
Nada mudou, mais um desastre
Falaram de revolução social
E Eu digo: Requiescat in pace, Portucale

Blackiezato Ravenspawn