quarta-feira, 29 de junho de 2016

Nostalgia Monocromática II

O passado escondido ecoa
O futuro ansioso suspira
Enquanto o presente gira
Nas mãos do destino à toa

A caixa de memórias é boa
A galeria de sonhos, gira
Só que a realidade é que é mentira
Pois o tempo muda e voa

Mas, a nostalgia volta numa canção
Embora Eu já não ache grande mistério
Como d'antes cativava a minha visão

E agora já não levo muito a sério
Tal e qual os góticos que já não vão
Tirar fotografias pro cemitério

Blackiezato Ravenspawn

terça-feira, 28 de junho de 2016

Mestre Do (Des)engate "Reverse Pick-Up Artist" II

Eu sei que não tenho o que fazer
Como sei que não tenho aonde ir
Mas, invés de ficar aqui e comer
Eu prefiro mais sair e ir dormir

Não percas mais o teu tempo comigo
Pois Eu não te vou dar atenção
Eu prefiro deitar-me num jazigo
Nos braços da minha solidão

Não esperes por quem não quer esperar
Nem te atrevas a falar-me de amor
Porque S'Eu quisesse mesmo dançar
Eu teria escolhido outra bem melhor

O jogo do engate é uma fachada
Uma desculpa foleira que até mete dó
É tão aborrecido, nem tem piada
E é por isso que estou tão só.

Eu sei muito bem como se brinca
Eu só tenho que dizer que sim
Mas, infelizmente, minha menina
A minha vida não me educou assim

Eu sei que Tu estavas no papo
E Eu no tabuleiro, em cheque-mate
Mas, Eu não sou o teu escravo
Eu sou o mestre do desengate

Não esperes qu'Eu tenha de ti pena
Uns dias temos azar, outros sorte
Por isso não vale a pena criar cena
Pois não é tão grave, é só um corte

Eu sou um gajo complexo e sensível
E Tu devias ter tecido com cautela
Mas, Tu achastes-te imprescindível
Por teres uma cara e uma silhueta bela

Eu sei que Tu és uma princesa
Que tem o que quer e uma vida cómoda
Mas, Eu não entendo a tua realeza
Pois eu sou um vadio, um nómada

Eras tão eloquente e tão composta
Mas, a tua essência desvaneceu na hora
Na altura em qu'Eu virei as costas
E disse-te que me ia embora

Eu já te disse que não sou tímido
Eu só quero estar em sossego
Porque neste jogo uns são levados pela libido
Enquanto os outros são levados pelo ego

Eu sei que não tinha nada a perder
Como sei que só tinha de fingir
Mas, invés de aceitar e me conceder
Eu escolhi mesmo me abstrair

Blackiezato Ravenspawn

sexta-feira, 10 de junho de 2016

A Chinesinha

Adoro ver-te quando vens à minha mesa,
Com os teus misteriosos olhos rasgados.
E me serves elegante comida chinesa
Sem saberes que és o prato mais desejado.

Tu que me deixas tão estúpido e ansioso,
A salivar por dentro em antecipação.
E é aí qu'Eu saboreio o teu cabelo sedoso
Num fragmento da minha imaginação.

Eu tento falar, mas, não adianta,
Pois quando te fito, Eu perco a sensatez.
As palavras ficam presas na garganta
E assim, Eu engasgo-me na minha timidez.

Mas, Tu continuas bela pois o vislumbre é breve
E o trago da solidão, mais uma vez, volta.
E é suspirando qu'eEu olho para o meu crepe
E afogo-o com a minha paixão em molho de soja.

Desnorteado, sintonizo-me em oriente
Até o nosso enredo se tornar precoce
Mas, não me ralo muito, apesar de carente
Porque Eu sei que o amor é agridoce

Pois, Eu não sei se tu notas ou mesmo sabes
Como a tua presença faz-me perder os modos.
Tu qu'és feita de porcelana e brilhas como uma jade
Oh Diva do arrozal, oh querida flor de Lotus.

Ah! Como te imagino nua numa bandeja de prata,
Adornada em suave seda pr'a Eu te sentir.
Embora Eu hesiste e acabe por sentir a ressaca
De uma droga que nunca cheguei a consumir.

E assim como sempre, Eu saio na minha
E a magia da china estagna, cessa e some.
Enquanto Eu te abandono, oh Chinesinha
Rapariga cujo nem sequer, sei o teu nome.

Blackiezato Ravenspawn