quinta-feira, 8 de março de 2018

Quando Os Meus Progenitores, Me Tentaram Romanizar

A minha querida Mãe sempre quis
Qu'eu cortasse o meu cabelo
Devias ouvir o qu'Ela me diz
Das minhas luvas até aos cotovelos

E embora Ela goste muito de mim
Ela diz qu'eu preciso d'um espelho
E eu rio-me, achando piada, enfim
Calçando as botas, até ao joelhos

- Aonde é que tu pensas que vais?!
- Assim, maluco, vestido desse jeito?
Perguntava-me tanto o meu Pai
Aos trapos que me cobriam o peito

Com um passivismo agressivo
Camuflado num estrito tom
Por eu ser um jovem alternativo
E Pintar os lábios com batom

Tanta indecência, tanta indignação
Tanta plebe atolada aos molhos
Tanta impertinência, tanta atenção
Focada na sombra dos meus olhos

Tanta a gente a querer ver-me no fogo
Tantas ofensas, tantas alcunhas
«Mas, pensas qu'eu não vou aí e te fodo?
Com estas negras e afiadas unhas!»

"Porque vestes esses casacos longos
Do que te escondes, do que tens medo?
Porque não abres um bocado, ó tonto
E mostras os confins de ti mesmo?"

Porque não importa o espaço-tempo
Nem mesmo o regime que por aqui roda
Eu irei sempre e sempre vestir negro
Mesmo qu'ele não esteja na moda

Por isso, difamem a minha persona
E se quiserem, dêem uma certidão d'óbito!
Mas, lembrem-se... Qu'Eu em Roma.
Eu não me conformei... - Eu fui Gótico.

Blackiezato Ravenspawn

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