terça-feira, 16 de agosto de 2011

Poeta Patético

Eu considero-me um poeta pateta,
Que escreve apenas por escrever.
Sem objectivos e sem alguma meta,
Apenas com o intuito de me entreter.
Porque é como a minha poesia singela,
Se trata-se do corpo de uma mulher.
E eu representasse a mente dela,
Que escreve o que der e o que vier.
E assim juntos encenamos este papel,
Tão ridículo, e por vezes vergonhoso.
Enquanto escalamos a torre de babel,
Fazendo de conta, só no gozo...

Porque somos ambos muito miseráveis,
E a alma flagelada desta triste mulher.
Que cria tantos planos inimagináveis,
Por não saber no fundo, o que ela quer.
Esta mesma que se veste de vermelho,
Para iluminar a noite como uma brasa.
Mas que acaba petrificada, a olhar para o espelho
Por ter ter medo de sair de casa.
E também esta que tem de estar embriagada
Para conseguir falar de si,
Porque é tímida e sente-se rebaixada
E provavelmente, é uma aspie.

Porque quando dá por si sóbria,
Sucumbe ao seu habitual problema.
E assim treme de uma forma imprópria,
Quando deseja declamar um poema.
E apesar de acha-los deveras perfeitos,
Ela tende a ocultar as suas virtudes.
Mas ninguém sucede, só com defeitos
A não ser em péssimas atitudes...
Talvez ela precise de uma pequena ajuda,
Por possuir uma baixa auto-estima.
Ela quer falar, mas sente-se tão muda,
E é por isso que se expressa-se rimas.
Que quer ser alcançada e reconhecida,
Pelo seu grande talento e pelo seu amor.
Mas quando tenta, foge como uma foragida
Pois tem um grande medo, de se expor.
E é só depois da sua cobarde corrida,
Quando ela percebe, que voltou atrás.
Magoada, apesar de não estar ferida,
É que se questiona, porque não foi capaz.
Quando na verdade ela sabe que é boa
Após comparar-se com a maioria.
Mas mesmo assim, ainda não se acha uma pessoa,
Digna de mostrar a sua poesia.

E é devido a isso que passa os seus dias,
A olhar para imensidão do seu vazio.
Onde vive as suas restantes alegrias,
Calada e apática, sem dar um pio.
E ainda não anoiteceu e ela já quer dormir,
Tudo por sonhar na altura errada.
Porque a realidade ela não quer vir,
Por ter a sua mente tão ocupada.
Com fábulas e mil e uma histórias,
Que se desenrolam abaixo da sua pele preta.
Aonde ela guarda as suas várias memórias,
Com um papel e uma caneta.

Sozinha, algures em agonia.
Na sua prisão, em intimidade...
À espera que algum dia
Alguém lhe encontre de verdade.

Mas isso... É muito patético.

Blackiezato Ravenspawn

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