segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Redundância Tumultuosa

Às vezes apetecia-me dizer que não,
Mas, Eu não o vou dizer
Pois, já tudo, foi dito
E Eu não ganho nada com isso.
Por isso, não digo nada
Já que não vou dizer que sim,
É já qu'Eu nem quero saber
Mas, s'Eu não o revelar...

Vou ser alvo da mesma repetição,
Tudo por não responder
E ficar mais uma vez caladito
Fingindo-me submisso.
Sem achar grande piada
À espera que chegue o fim,
Fim que nem sequer vou ver
E caso o vir, nem vou comentar...

Para quê? Com que razão?
S'isso nem sequer me dá prazer
Nem sequer acho bonito
Esse enlace, esse feitiço.
Essa mentira, essa fachada!
Essa corrida, esse frenesim!
Que tanto a gente quer vencer!!!
Embora ninguém chega a ganhar...

Às vezes apetecia-me dizer que não,
Só para não ter que ceder...
É que estou farto, estou aflito,
Por favor, livrem-me disso!
Dessa pira, dessa maçada!
Que o mundo quer levar até até mim!
Redundante, Ele quer me ter...
Tumultuoso, Eu não me deixo pegar!

Blackiezato Ravenspawn

quinta-feira, 1 de novembro de 2018

O Outono Quedou-se À Minha Janela

Estava tudo agradável, tão bom
Demasiado, até, para a época
Até o horizonte mudar de tom
Sem anunciar, sem dar tréguas

As árvores começaram a dançar
E os pássaros migraram para sul
Chegou a altura de me agasalhar
Chegou a altura de encher o bule

Nem me lembrei do acerto da hora
Nem que as noites eram tão frias
Nem que o vento rugia tanto lá fora
E trazia consigo, a nostalgia

Vou, mas é, meter os lençóis de flanela
Bem-vindas camisolas, adeus camisas
O outono quedou-se à minha janela
E soprou bravo, nas minhas cortinas

Blackiezato Ravenspawn