Nem sabes o quanto sonho em ir
E jamais na vida, regressar
Nem o quanto penso em fugir
Para bem longe deste lugar
De deixar-me guiar pelo instinto
E largar a vida nas mãos da sorte
De viver sem precisar d'um destino
E sem receio algum da morte
Nem sabes o quanto, Eu desejo
Alcançar essa verdadeira pureza
Nem o quanto, imenso, invejo
A flora e a fauna da natureza
De estar em plena harmonia
De sentir os ares do monte
De correr livre pela pradaria
De me perder, no horizonte
Blackiezato Ravenspawn
quinta-feira, 31 de janeiro de 2019
Coração De Pedra
Nem sabes o quanto Eu gostava
De ter um coração de pedra
Para não cair na mesma cilada
E ser vítima da mesma merda
De ser robusto e bem composto
E resistente, às vicissitudes
Para não sofrer mais o desgosto
E escapar à tristeza, imune
De ser pesado e indiferente
Perdendo a habilidade de sentir
Negando o fluxo da corrente
Até ao dia qu'ela me erodir
De ser sólido como um mineral
Um seixo debaixo da ribeira clara
Eu juro que se tivesse um coração tal
Eu atirar-to-ia... À cara
Blackiezato Ravenspawn
De ter um coração de pedra
Para não cair na mesma cilada
E ser vítima da mesma merda
De ser robusto e bem composto
E resistente, às vicissitudes
Para não sofrer mais o desgosto
E escapar à tristeza, imune
De ser pesado e indiferente
Perdendo a habilidade de sentir
Negando o fluxo da corrente
Até ao dia qu'ela me erodir
De ser sólido como um mineral
Um seixo debaixo da ribeira clara
Eu juro que se tivesse um coração tal
Eu atirar-to-ia... À cara
Blackiezato Ravenspawn
domingo, 27 de janeiro de 2019
Roda Da Sorte
Tudo o que baila e gira
Não tem intenções de parar
E seria de novo, mentira
S'Eu não estivesse a pensar
Nas diversas expectativas
E no que pode acontecer
Pois, ninguém sabe da sua sina
Embora, deseje saber
Mas, o mundo é instável
E as suas variantes, voláteis
O futuro quase improvável
As previsões, desagradáveis
E como faz parte e é hábito
Aqui na roda da sorte
Tudo passa muito rápido
Entre a vida e a morte
Blackiezato Ravenspawn
Não tem intenções de parar
E seria de novo, mentira
S'Eu não estivesse a pensar
Nas diversas expectativas
E no que pode acontecer
Pois, ninguém sabe da sua sina
Embora, deseje saber
Mas, o mundo é instável
E as suas variantes, voláteis
O futuro quase improvável
As previsões, desagradáveis
E como faz parte e é hábito
Aqui na roda da sorte
Tudo passa muito rápido
Entre a vida e a morte
sábado, 26 de janeiro de 2019
Unhas Na Carne
Raiva e frustração
Sentimentos impuros
Olhos bicudos
Frenesim no coração
Tortura e perdição
Pensamentos obscuros
Gritos mudos
E joelhos no chão
Braços ao peito
Peso no queixo
A consciência, arde
Cinza e escombros
Mãos nos ombros
E unhas na carne
Blackiezato Ravenspawn
Sentimentos impuros
Olhos bicudos
Frenesim no coração
Tortura e perdição
Pensamentos obscuros
Gritos mudos
E joelhos no chão
Braços ao peito
Peso no queixo
A consciência, arde
Cinza e escombros
Mãos nos ombros
E unhas na carne
Blackiezato Ravenspawn
Mágoa Espectral
Dor que inflama
Frio que se sente
Tristeza que clama
Uma Alma doente
Angústia, desgosto
Cólera e alvoroço
Estacas no torço
Cordas no pescoço
Medo e ansiedade
A besta à mostra
Plasma, electricidade
A correr nas costas
Insectos na pele
Veneno paranormal
Oh, que destino cruel
Oh, que mágoa espectral
Blackiezato Ravenspawn
Frio que se sente
Tristeza que clama
Uma Alma doente
Angústia, desgosto
Cólera e alvoroço
Estacas no torço
Cordas no pescoço
Medo e ansiedade
A besta à mostra
Plasma, electricidade
A correr nas costas
Insectos na pele
Veneno paranormal
Oh, que destino cruel
Oh, que mágoa espectral
Blackiezato Ravenspawn
terça-feira, 22 de janeiro de 2019
Síndrome Florbela Espanca
Os meus olhos são dois buracos negros
As minhas mãos são como Bóreas, frias
Nada resta nelas, estão sempre vazias
Cheias de fome, cheias de sofrimento
A minha mente é um sinistro manicómio
O meu corpo é um gigante mausoléu
E Eu quem vive entre o inferno e o céu
Ziguezagueando por este pandemónio
Eu sofro do síndrome, Florbela Espanca
A minh'alma torcida, declama e sangra
Angustiadamente, mas, em piano
E Eu deito-me à beira do precipício
E fantasio com o dia do meu suicídio
Enquanto imagino o meu último ano
Blackiezato Ravenspawn
As minhas mãos são como Bóreas, frias
Nada resta nelas, estão sempre vazias
Cheias de fome, cheias de sofrimento
A minha mente é um sinistro manicómio
O meu corpo é um gigante mausoléu
E Eu quem vive entre o inferno e o céu
Ziguezagueando por este pandemónio
Eu sofro do síndrome, Florbela Espanca
A minh'alma torcida, declama e sangra
Angustiadamente, mas, em piano
E Eu deito-me à beira do precipício
E fantasio com o dia do meu suicídio
Enquanto imagino o meu último ano
Blackiezato Ravenspawn
Cagando Em Pé
Fragrância inconveniente
Manchas nas torneiras
Onde caga toda a gente
Não existem maneiras
Só a ausência da limpeza
Que pocilga! Que atentado!
Pois, onde a plebe se senta
Não sentar-se-à o meu rabo
Nessa ordinária retrete
Nessa maldita caverna
Nesse sítio que bem parece
Um trono de merda
Esta casa de banho é um antro
Para a mais nojenta das ralés
A sanita nem sequer tem tampo
Um gajo, tem de cagar em pé
Blackiezato Ravenspawn
Manchas nas torneiras
Onde caga toda a gente
Não existem maneiras
Só a ausência da limpeza
Que pocilga! Que atentado!
Pois, onde a plebe se senta
Não sentar-se-à o meu rabo
Nessa ordinária retrete
Nessa maldita caverna
Nesse sítio que bem parece
Um trono de merda
Esta casa de banho é um antro
Para a mais nojenta das ralés
A sanita nem sequer tem tampo
Um gajo, tem de cagar em pé
Blackiezato Ravenspawn
Espiral Descendente
Eu quis acabar com o sofrimento
Logo, fui ao fundo da questão
Desci ao submundo com alento
Para esfaquear a depressão
Mas, à medida qu'Eu descia
Mais degraus apareciam
Mais um andar surgiria
E mais as pernas me doíam
Pois, esta tortura, só acaba
No último segundo da vida
E Eu voltei a esquecer-me da faca
Outra vez, lá em cima
E é olhando com suplício
Questionando-me cheio de dor
«Porque razão este sítio
Ainda não tem um elevador?!»
Blackiezato Ravenspawn
Logo, fui ao fundo da questão
Desci ao submundo com alento
Para esfaquear a depressão
Mas, à medida qu'Eu descia
Mais degraus apareciam
Mais um andar surgiria
E mais as pernas me doíam
Pois, esta tortura, só acaba
No último segundo da vida
E Eu voltei a esquecer-me da faca
Outra vez, lá em cima
E é olhando com suplício
Questionando-me cheio de dor
«Porque razão este sítio
Ainda não tem um elevador?!»
Blackiezato Ravenspawn
Janela D'Escape
Além destas cortinas lavanda
Existe uma janela d'escape
Que tem uma enorme varanda
Onde o Sol, já não bate
E só de olhar causa vertigens
Sobressalto e nervosismo
Esta paisagem faz reféns
Porque só mostra o abismo
Aqui nada vais encontrar
Aqui o destino é trafulha
Mas, se optares por saltar
Fá-lo com graça e mergulha
Pois, esta é a torre mais alta
Não existe outra qualquer
A minha mente, diz - salta
Mas, nem o vazio me quer
Blackiezato Ravenspawn
Existe uma janela d'escape
Que tem uma enorme varanda
Onde o Sol, já não bate
E só de olhar causa vertigens
Sobressalto e nervosismo
Esta paisagem faz reféns
Porque só mostra o abismo
Aqui nada vais encontrar
Aqui o destino é trafulha
Mas, se optares por saltar
Fá-lo com graça e mergulha
Pois, esta é a torre mais alta
Não existe outra qualquer
A minha mente, diz - salta
Mas, nem o vazio me quer
Blackiezato Ravenspawn
Prisão Urbana
Ecossistema alterado
Máquina auto-suficiente
Satanás em todo o lado
Nos olhos da gente
Estufas de andaimes
Jardins de prédios
Vitrinas d'alto design
Para exibir remédios
Um pomar de habitações
Um campo para a plebe
Aqui não há condições
Pois, nenhum deles, serve
Vivo numa cela partilhada
Com os meus heterónimos
O meu quarto é a assoalhada
Onde dormem, demónios
Blackiezato Ravenspawn
Máquina auto-suficiente
Satanás em todo o lado
Nos olhos da gente
Estufas de andaimes
Jardins de prédios
Vitrinas d'alto design
Para exibir remédios
Um pomar de habitações
Um campo para a plebe
Aqui não há condições
Pois, nenhum deles, serve
Vivo numa cela partilhada
Com os meus heterónimos
O meu quarto é a assoalhada
Onde dormem, demónios
Blackiezato Ravenspawn
De Sonhos São Feitas As Desilusões
Os sonhos quebram-se na realidade
Tal e qual efémeras esferas de vidro
Tanta transparência, tanta fragilidade
Jaz fragmentada, no chão, sem brio
Tanto desejo, tanto para dizer
Tanta página, tanta folha
É a consequência de viver
Iludido, dentro d'uma bolha
É uma desilusão, mas, não é o fim
É mais um aviso para acordar
Mas, a criança dentro de mim
Não quer ceder, nem quer mudar
Ela só adormece de madrugada
Ela só sonha pela manhã
Ela diz-me que fala com fadas
E que à noite sai, com o Peter Pã
Blackiezato Ravenspawn
Tal e qual efémeras esferas de vidro
Tanta transparência, tanta fragilidade
Jaz fragmentada, no chão, sem brio
Tanto desejo, tanto para dizer
Tanta página, tanta folha
É a consequência de viver
Iludido, dentro d'uma bolha
É uma desilusão, mas, não é o fim
É mais um aviso para acordar
Mas, a criança dentro de mim
Não quer ceder, nem quer mudar
Ela só adormece de madrugada
Ela só sonha pela manhã
Ela diz-me que fala com fadas
E que à noite sai, com o Peter Pã
Blackiezato Ravenspawn
segunda-feira, 21 de janeiro de 2019
Workaholic
Admiro a tua grande disciplina
Nunca vi, demasiado pontualidade
Tanto zelo, como tanta mestria
Como tanto sacrifício e lealdade
Inspiras-me com a tua excelência
Surpreendes-me com a tua imagem
Embora, Eu odeie a tua obediência
Pois, repugna-me a tua vassalagem
E apesar de invejar o teu optimismo
Continuo sem perceber o teu orgulho
Tu nem sequer és o dono "disto"
És como Eu, outra peça no entulho
Sim, Tu és o exemplo a seguir
Tu és o colaborador extraordinário
Eu gostava imenso de te seguir
Mas, não... Com este salário
Blackiezato Ravenspawn
Nunca vi, demasiado pontualidade
Tanto zelo, como tanta mestria
Como tanto sacrifício e lealdade
Inspiras-me com a tua excelência
Surpreendes-me com a tua imagem
Embora, Eu odeie a tua obediência
Pois, repugna-me a tua vassalagem
E apesar de invejar o teu optimismo
Continuo sem perceber o teu orgulho
Tu nem sequer és o dono "disto"
És como Eu, outra peça no entulho
Sim, Tu és o exemplo a seguir
Tu és o colaborador extraordinário
Eu gostava imenso de te seguir
Mas, não... Com este salário
Blackiezato Ravenspawn
sábado, 12 de janeiro de 2019
Noctívago II
Desde de sempre que me lembro
De lutar para sobreviver ao dia
O tempo até pode estar ameno
Mas, não me traz grande energia
E quando os dias se tornam vazios
E a noite cheia do meu desdém
Só me resta percorrer o caminho
Aquele que jamais vagueia alguém
E embora Eu goste dos raios de sol
Eu prefiro muito mais os halos da lua
Os dias sedam-me, deixam-me mole
Enquanto as noites, trazem-me a rua
Elas atiçam a minh'alma, altivamente
E fazem dos meus espinhos, lindas foices
Porque as roseiras são bem diferentes
Debaixo da sombra misteriosa da noite
Blackiezato Ravenspawn
De lutar para sobreviver ao dia
O tempo até pode estar ameno
Mas, não me traz grande energia
E quando os dias se tornam vazios
E a noite cheia do meu desdém
Só me resta percorrer o caminho
Aquele que jamais vagueia alguém
E embora Eu goste dos raios de sol
Eu prefiro muito mais os halos da lua
Os dias sedam-me, deixam-me mole
Enquanto as noites, trazem-me a rua
Elas atiçam a minh'alma, altivamente
E fazem dos meus espinhos, lindas foices
Porque as roseiras são bem diferentes
Debaixo da sombra misteriosa da noite
Blackiezato Ravenspawn
Melodia Das Doze Badaladas (Entrando Na Vigésima Quinta Hora)
(C) Quando o relógio toca
(G) As doze mágicas badaladas
(D) E a criatividade sai fora...
(A) Uma melodia é entoada
(E) Composta pelas dozes notas
(B) Que bailam coordenadas....
(F#) E é girando em quintas
(C#) Que a música anda à roda
(G#) D'uma forma bem sucinta...
(D#) Três por quatro é a manobra
(A#) Que rege a inesperada vinda
(F) Da Vigésima quinta hora...
Blackiezato Ravenspawn
(G) As doze mágicas badaladas
(D) E a criatividade sai fora...
(A) Uma melodia é entoada
(E) Composta pelas dozes notas
(B) Que bailam coordenadas....
(F#) E é girando em quintas
(C#) Que a música anda à roda
(G#) D'uma forma bem sucinta...
(D#) Três por quatro é a manobra
(A#) Que rege a inesperada vinda
(F) Da Vigésima quinta hora...
Blackiezato Ravenspawn
sexta-feira, 11 de janeiro de 2019
Transpondo Dias
Adiante no prisma da minha visão
Onde os meus olhos pintam o incrível,
Vejo diversos futuros em antemão
Embora nenhum deles seja possível.
E é assombrado pelo meu fracasso
Agarrado nas mãos vis da dúvida,
Qu'Eu me desapego deste espaço
De forma mística, surreal e súbita.
E é perdendo-me no domínio do vazio
Onde o passado inútil acaba esquecido,
Qu'Eu teço de novo mais outro destino
Com os retalhos dos meus erros antigos.
E num piscar d'olhos escapo a esse horror
Renovado com outra ideia cheia de requinte,
Mesmo que o último passo do dia anterior
Acabe por ser o primeiro no dia seguinte...
Blackiezato Ravenspawn
Onde os meus olhos pintam o incrível,
Vejo diversos futuros em antemão
Embora nenhum deles seja possível.
E é assombrado pelo meu fracasso
Agarrado nas mãos vis da dúvida,
Qu'Eu me desapego deste espaço
De forma mística, surreal e súbita.
E é perdendo-me no domínio do vazio
Onde o passado inútil acaba esquecido,
Qu'Eu teço de novo mais outro destino
Com os retalhos dos meus erros antigos.
E num piscar d'olhos escapo a esse horror
Renovado com outra ideia cheia de requinte,
Mesmo que o último passo do dia anterior
Acabe por ser o primeiro no dia seguinte...
Blackiezato Ravenspawn
sábado, 5 de janeiro de 2019
Corvo-Marinho (No Lago Da Maria Da Fonte)
É fitando para o vasto horizonte
Para a linha que define o nível do mar,
Junto ao lago, em que a Maria da Fonte
Um dia teve a cortesia de chorar.
Qu'Eu vi pela primeira vez na vida
Uma ave, cativar-me por inteiro,
Quando pousou na cabeça de Maria
E fez da bela ninfa, o seu poleiro.
E Foi em cima dessa estátua de bronze
Qu'Ele majestoso, ousou se mostrar
Soberano e orgulhoso como um conde,
Debaixo do Sol invernal, da beira-mar
Com as suas asas bem estendidas
Num dia radiante, sem nevoeiro
A tua nobre presença é a alegria
Qu'Eu sentia falta, cá em Aveiro.
Blackiezato Ravenspawn
Para a linha que define o nível do mar,
Junto ao lago, em que a Maria da Fonte
Um dia teve a cortesia de chorar.
Qu'Eu vi pela primeira vez na vida
Uma ave, cativar-me por inteiro,
Quando pousou na cabeça de Maria
E fez da bela ninfa, o seu poleiro.
E Foi em cima dessa estátua de bronze
Qu'Ele majestoso, ousou se mostrar
Soberano e orgulhoso como um conde,
Debaixo do Sol invernal, da beira-mar
Com as suas asas bem estendidas
Num dia radiante, sem nevoeiro
A tua nobre presença é a alegria
Qu'Eu sentia falta, cá em Aveiro.
Blackiezato Ravenspawn
Subscrever:
Mensagens (Atom)