Os óculos que a Sheila tem
São invulgares, um pouco esquisitos
São peculiares, embora bonitos
Porque no fundo, assentam-lhe bem
Eles são parte arredondados
Como os olhos d'uma coruja
E outra metade aguçados
Como os olhos d'uma gata
Eles dão-lhe um ar inteligente
Eles dão-lhe um ar de musa
Eles dão-lhe um ar diferente
Um olhar dócil, que mata
São uns óculos deveras chiques
Tão elegantes, tão fabulosos
Tão intrigantes, tão curiosos
Apesar de um pouco, naives
Blackiezato Ravenspawn
sexta-feira, 6 de dezembro de 2019
As Minhas Irmãs Emprestadas I - O Pitéu Da Patrícia
Um monumento da culinária
Erguido num prato de sopa
Uma experiência extraordinária
Que deixa pingo, na boca
Composto por tortellini e mozzarella
Colorido com polpa de tomate
Mas, para preparar tal aguarela
É preciso ter o jeito que só Ela sabe
Ai... A pimenta e a cebola frita
Juntas com os orégãos e o pesto,
Mulher! Verdade seja aqui dita
Isto é um escândalo, Eu nem contesto!
Não tenho palavras para este pitéu
Dá-me delírios, que sublime delícia
E é de olhos fechados qu'Eu saboreio o céu
E suspiro - ai Patrícia, Patrícia.
Blackiezato Ravenspawn
Erguido num prato de sopa
Uma experiência extraordinária
Que deixa pingo, na boca
Composto por tortellini e mozzarella
Colorido com polpa de tomate
Mas, para preparar tal aguarela
É preciso ter o jeito que só Ela sabe
Ai... A pimenta e a cebola frita
Juntas com os orégãos e o pesto,
Mulher! Verdade seja aqui dita
Isto é um escândalo, Eu nem contesto!
Não tenho palavras para este pitéu
Dá-me delírios, que sublime delícia
E é de olhos fechados qu'Eu saboreio o céu
E suspiro - ai Patrícia, Patrícia.
Blackiezato Ravenspawn
segunda-feira, 28 de outubro de 2019
Meu Querido Cravo
Tu és a minha derradeira paixão
Aquele, qu'Eu mais, tenho amado
E mais uma vez te lanço as mãos
Para acariciar, o teu teclado.
Tu, regalo etéreo da minha audição
Tu, nobre instrumento, tão delicado.
Ó meu amor, ó minha perdição
Que deveras bem, me tem tocado.
Sempre sublime e mais que certo
Ai, que prazer, é ter-te por perto
Tu! meu sacro, virtuoso e bravo...
Nem sabes o quanto te cortejo
E o quanto amo esses arpejos
Que oiço de ti, meu querido Cravo...
Blackiezato Ravenspawn
Aquele, qu'Eu mais, tenho amado
E mais uma vez te lanço as mãos
Para acariciar, o teu teclado.
Tu, regalo etéreo da minha audição
Tu, nobre instrumento, tão delicado.
Ó meu amor, ó minha perdição
Que deveras bem, me tem tocado.
Sempre sublime e mais que certo
Ai, que prazer, é ter-te por perto
Tu! meu sacro, virtuoso e bravo...
Nem sabes o quanto te cortejo
E o quanto amo esses arpejos
Que oiço de ti, meu querido Cravo...
Blackiezato Ravenspawn
quarta-feira, 17 de abril de 2019
Quem Me Dera Que Vocês Falassem MIDI
A latência entre nós
A dessincronia atroz
O metrónomo tão só
E Eu disfórico, sem voz
Sem vontade de falar
Sem vontade de sentir
Sem vontade de amar
Sem vontade de existir
Se as pessoas se dessem
Mais do que aparentam
Talvez menos perdessem
Mas, elas, nem comentam
Perdem-se na atmosfera
No Wi-Fi, cada um por si...
Ai, quem tanto me dera
Que vocês falassem MIDI
Blackiezato Ravenspawn
A dessincronia atroz
O metrónomo tão só
E Eu disfórico, sem voz
Sem vontade de falar
Sem vontade de sentir
Sem vontade de amar
Sem vontade de existir
Se as pessoas se dessem
Mais do que aparentam
Talvez menos perdessem
Mas, elas, nem comentam
Perdem-se na atmosfera
No Wi-Fi, cada um por si...
Ai, quem tanto me dera
Que vocês falassem MIDI
Blackiezato Ravenspawn
quinta-feira, 4 de abril de 2019
Fura-Nuvens
Ó, eterna ave triunfante e suprema
Que voas ágil acima da minha cabeça
Livre da gravidade deste planeta
Levando a glória nas tuas penas
Ninguém é como Tu, tão audaz
Nem mesmo, o mais evoluído dos caças
Pois, todos eles ficam para trás
Obsoletos pelo design das tuas asas
De todos os pássaros, Tu és o meu eleito
A melodia principal, o concertino
E no alto céu fazes o teu reino
Solando sublime como um violino
Nada consegue replicar o som
Da tua majestosa penugem
Porque só a ti, Deus deu o dom
De ir além e furar as nuvens
Blackiezato Ravenspawn
Que voas ágil acima da minha cabeça
Livre da gravidade deste planeta
Levando a glória nas tuas penas
Ninguém é como Tu, tão audaz
Nem mesmo, o mais evoluído dos caças
Pois, todos eles ficam para trás
Obsoletos pelo design das tuas asas
De todos os pássaros, Tu és o meu eleito
A melodia principal, o concertino
E no alto céu fazes o teu reino
Solando sublime como um violino
Nada consegue replicar o som
Da tua majestosa penugem
Porque só a ti, Deus deu o dom
De ir além e furar as nuvens
Blackiezato Ravenspawn
terça-feira, 19 de março de 2019
Caprichos D'um Homem Romântico
Passo por boutiques sensacionalistas
Que me observam em toda avenida
Eu não gosto nada de dar nas vistas
É por isso, qu'Eu dobrei a esquina
Debaixo da sombra destes edifícios
Que me resguardam do Deus, Apolo
Enquanto vagueio por estes sítios
Em direcção ao refúgio, no subsolo
E é olhando para vitrines e montras
Que vejo, nas manequins, a tua cara
Posso ter os sacos cheios de compras
Mas, no fundo, Eu não tenho, é nada
E apercebo-me o quanto esta saudade
Deixa-me apático, distante e lânguido
Perto da gente, face a mediocridade
Tudo por ser um homem romântico
Ai, se soubesses o quanto te desejo
E o quanto Eu sonho, feito um tonto
Ansiando pelo teu abraço, o teu beijo
E a tua cabeça... No meu ombro
Exausto-me de imaginar-te ao meu leito
Depois caio na real, suspiro e amuo
Abro os olhos com as mãos nos peito
Volto a pegar nos sacos e continuo
Com as mãos ainda frias, e tão vazias
Fixas ao materialismo, supérfluo e vão
Só com a vontade de agarrar a fantasia
Que capricho tanto. Oh!... meu coração...
Blackiezato Ravenspawn
Que me observam em toda avenida
Eu não gosto nada de dar nas vistas
É por isso, qu'Eu dobrei a esquina
Debaixo da sombra destes edifícios
Que me resguardam do Deus, Apolo
Enquanto vagueio por estes sítios
Em direcção ao refúgio, no subsolo
E é olhando para vitrines e montras
Que vejo, nas manequins, a tua cara
Posso ter os sacos cheios de compras
Mas, no fundo, Eu não tenho, é nada
E apercebo-me o quanto esta saudade
Deixa-me apático, distante e lânguido
Perto da gente, face a mediocridade
Tudo por ser um homem romântico
Ai, se soubesses o quanto te desejo
E o quanto Eu sonho, feito um tonto
Ansiando pelo teu abraço, o teu beijo
E a tua cabeça... No meu ombro
Exausto-me de imaginar-te ao meu leito
Depois caio na real, suspiro e amuo
Abro os olhos com as mãos nos peito
Volto a pegar nos sacos e continuo
Com as mãos ainda frias, e tão vazias
Fixas ao materialismo, supérfluo e vão
Só com a vontade de agarrar a fantasia
Que capricho tanto. Oh!... meu coração...
Blackiezato Ravenspawn
terça-feira, 12 de fevereiro de 2019
Sintetizadores (Estas Máquinas)
Estas máquinas mantêm-me vivo
Consciente, confiante e positivo
Dão-me um sentimento de crença
Um propósito, como as ferramentas
Para formar ondas e ajustar cortes
Para abrir o filtro e desenhar envelopes
Para cruzar sons e moldar frequências
Para esculpir batidas e reger cadências
E Eu exploro timbres, aplico efeitos
Até soarem bem, até achar perfeito
Pressionando nas teclas e nos botões
Criando patches com novas ligações
Rodando os diversos knobs para afinar
Os osciladores do meu amor modular
Enquanto divago pelo espaço sideral
Seja ele analógico, ou até mesmo, digital
Blackiezato Ravenspawn
Consciente, confiante e positivo
Dão-me um sentimento de crença
Um propósito, como as ferramentas
Para formar ondas e ajustar cortes
Para abrir o filtro e desenhar envelopes
Para cruzar sons e moldar frequências
Para esculpir batidas e reger cadências
E Eu exploro timbres, aplico efeitos
Até soarem bem, até achar perfeito
Pressionando nas teclas e nos botões
Criando patches com novas ligações
Rodando os diversos knobs para afinar
Os osciladores do meu amor modular
Enquanto divago pelo espaço sideral
Seja ele analógico, ou até mesmo, digital
Blackiezato Ravenspawn
quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019
Areia Na Boca
Encapsulado num momento
No interior da ampulheta
A desperdiçar o meu tempo
Fixado na mesma silhueta
A mercê d'um vil relógio
Que conta os meus passos
Como um Deus fiscalizatório
Cristalizado em quartzo
No inalcançável limbo dos evos
A sonhar em demasia, ausente
Mostrando um extremo desapego
Pelo passado, futuro e presente
E é a delirar a meio da passagem
Qu'Eu me apercebo que sou trouxa
E grito - Tu és mais uma miragem
Ainda com areia na boca
Blackiezato Ravenspawn
No interior da ampulheta
A desperdiçar o meu tempo
Fixado na mesma silhueta
A mercê d'um vil relógio
Que conta os meus passos
Como um Deus fiscalizatório
Cristalizado em quartzo
No inalcançável limbo dos evos
A sonhar em demasia, ausente
Mostrando um extremo desapego
Pelo passado, futuro e presente
E é a delirar a meio da passagem
Qu'Eu me apercebo que sou trouxa
E grito - Tu és mais uma miragem
Ainda com areia na boca
Blackiezato Ravenspawn
Oasis De Loucura
Debaixo da cólera do sol dourado
Eu clamei e implorei ao céu alado
Para me afastar do meu pecado
Pois, Eu admito... Eu sou culpado
Mas, nem o alto celeste me ouviu
Nem mesmo vivalma alguma me viu
Só o grande astro, que me sorriu
E olhando-me nos olhos, ele rugiu
Deixando-me no auge do desespero
Preste a cair cego, fatigado e ermo
Neste deserto com os lábios secos
Num dia tão claro, embora tão negro
Que alguém me quitou desta tortura
Algo terá ouvido o meu pedido d'ajuda
Revelando água diante da minha figura
Oh que maravilhoso, oasis de loucura
Blackiezato Ravenspawn
Eu clamei e implorei ao céu alado
Para me afastar do meu pecado
Pois, Eu admito... Eu sou culpado
Mas, nem o alto celeste me ouviu
Nem mesmo vivalma alguma me viu
Só o grande astro, que me sorriu
E olhando-me nos olhos, ele rugiu
Deixando-me no auge do desespero
Preste a cair cego, fatigado e ermo
Neste deserto com os lábios secos
Num dia tão claro, embora tão negro
Que alguém me quitou desta tortura
Algo terá ouvido o meu pedido d'ajuda
Revelando água diante da minha figura
Oh que maravilhoso, oasis de loucura
Blackiezato Ravenspawn
Este Mundo...
Este mundo está me a deixar maluco
Doidinho do cérebro, totalmente cuco
Pois, a vida continua sempre a mesma
Apesar d'Eu não saber da minha cabeça
Porque, eles quebraram algo em mim
Fizeram do meu ser, uma pessoa ruim
E Eu meti a minha vaidade de parte
Pois, o espelho partiu-se, fez *crack*
Fragmentei-me na minha decadência
Esqueci-me de viver , perdi a inocência
Deixei-me levar, deixei-me tão iludir
E acabei por vacilar, como por sucumbir
Este mundo cometeu um enorme erro
Fez a minha cama, planeou o meu enterro
E fingindo, Eu digo que está tudo bem
Embora minta e não diga a ninguém.
Blackiezato Ravenspawn
quinta-feira, 31 de janeiro de 2019
Perdendo-Me No Horizonte
Nem sabes o quanto sonho em ir
E jamais na vida, regressar
Nem o quanto penso em fugir
Para bem longe deste lugar
De deixar-me guiar pelo instinto
E largar a vida nas mãos da sorte
De viver sem precisar d'um destino
E sem receio algum da morte
Nem sabes o quanto, Eu desejo
Alcançar essa verdadeira pureza
Nem o quanto, imenso, invejo
A flora e a fauna da natureza
De estar em plena harmonia
De sentir os ares do monte
De correr livre pela pradaria
De me perder, no horizonte
Blackiezato Ravenspawn
E jamais na vida, regressar
Nem o quanto penso em fugir
Para bem longe deste lugar
De deixar-me guiar pelo instinto
E largar a vida nas mãos da sorte
De viver sem precisar d'um destino
E sem receio algum da morte
Nem sabes o quanto, Eu desejo
Alcançar essa verdadeira pureza
Nem o quanto, imenso, invejo
A flora e a fauna da natureza
De estar em plena harmonia
De sentir os ares do monte
De correr livre pela pradaria
De me perder, no horizonte
Blackiezato Ravenspawn
Coração De Pedra
Nem sabes o quanto Eu gostava
De ter um coração de pedra
Para não cair na mesma cilada
E ser vítima da mesma merda
De ser robusto e bem composto
E resistente, às vicissitudes
Para não sofrer mais o desgosto
E escapar à tristeza, imune
De ser pesado e indiferente
Perdendo a habilidade de sentir
Negando o fluxo da corrente
Até ao dia qu'ela me erodir
De ser sólido como um mineral
Um seixo debaixo da ribeira clara
Eu juro que se tivesse um coração tal
Eu atirar-to-ia... À cara
Blackiezato Ravenspawn
De ter um coração de pedra
Para não cair na mesma cilada
E ser vítima da mesma merda
De ser robusto e bem composto
E resistente, às vicissitudes
Para não sofrer mais o desgosto
E escapar à tristeza, imune
De ser pesado e indiferente
Perdendo a habilidade de sentir
Negando o fluxo da corrente
Até ao dia qu'ela me erodir
De ser sólido como um mineral
Um seixo debaixo da ribeira clara
Eu juro que se tivesse um coração tal
Eu atirar-to-ia... À cara
Blackiezato Ravenspawn
domingo, 27 de janeiro de 2019
Roda Da Sorte
Tudo o que baila e gira
Não tem intenções de parar
E seria de novo, mentira
S'Eu não estivesse a pensar
Nas diversas expectativas
E no que pode acontecer
Pois, ninguém sabe da sua sina
Embora, deseje saber
Mas, o mundo é instável
E as suas variantes, voláteis
O futuro quase improvável
As previsões, desagradáveis
E como faz parte e é hábito
Aqui na roda da sorte
Tudo passa muito rápido
Entre a vida e a morte
Blackiezato Ravenspawn
Não tem intenções de parar
E seria de novo, mentira
S'Eu não estivesse a pensar
Nas diversas expectativas
E no que pode acontecer
Pois, ninguém sabe da sua sina
Embora, deseje saber
Mas, o mundo é instável
E as suas variantes, voláteis
O futuro quase improvável
As previsões, desagradáveis
E como faz parte e é hábito
Aqui na roda da sorte
Tudo passa muito rápido
Entre a vida e a morte
sábado, 26 de janeiro de 2019
Unhas Na Carne
Raiva e frustração
Sentimentos impuros
Olhos bicudos
Frenesim no coração
Tortura e perdição
Pensamentos obscuros
Gritos mudos
E joelhos no chão
Braços ao peito
Peso no queixo
A consciência, arde
Cinza e escombros
Mãos nos ombros
E unhas na carne
Blackiezato Ravenspawn
Sentimentos impuros
Olhos bicudos
Frenesim no coração
Tortura e perdição
Pensamentos obscuros
Gritos mudos
E joelhos no chão
Braços ao peito
Peso no queixo
A consciência, arde
Cinza e escombros
Mãos nos ombros
E unhas na carne
Blackiezato Ravenspawn
Mágoa Espectral
Dor que inflama
Frio que se sente
Tristeza que clama
Uma Alma doente
Angústia, desgosto
Cólera e alvoroço
Estacas no torço
Cordas no pescoço
Medo e ansiedade
A besta à mostra
Plasma, electricidade
A correr nas costas
Insectos na pele
Veneno paranormal
Oh, que destino cruel
Oh, que mágoa espectral
Blackiezato Ravenspawn
Frio que se sente
Tristeza que clama
Uma Alma doente
Angústia, desgosto
Cólera e alvoroço
Estacas no torço
Cordas no pescoço
Medo e ansiedade
A besta à mostra
Plasma, electricidade
A correr nas costas
Insectos na pele
Veneno paranormal
Oh, que destino cruel
Oh, que mágoa espectral
Blackiezato Ravenspawn
terça-feira, 22 de janeiro de 2019
Síndrome Florbela Espanca
Os meus olhos são dois buracos negros
As minhas mãos são como Bóreas, frias
Nada resta nelas, estão sempre vazias
Cheias de fome, cheias de sofrimento
A minha mente é um sinistro manicómio
O meu corpo é um gigante mausoléu
E Eu quem vive entre o inferno e o céu
Ziguezagueando por este pandemónio
Eu sofro do síndrome, Florbela Espanca
A minh'alma torcida, declama e sangra
Angustiadamente, mas, em piano
E Eu deito-me à beira do precipício
E fantasio com o dia do meu suicídio
Enquanto imagino o meu último ano
Blackiezato Ravenspawn
As minhas mãos são como Bóreas, frias
Nada resta nelas, estão sempre vazias
Cheias de fome, cheias de sofrimento
A minha mente é um sinistro manicómio
O meu corpo é um gigante mausoléu
E Eu quem vive entre o inferno e o céu
Ziguezagueando por este pandemónio
Eu sofro do síndrome, Florbela Espanca
A minh'alma torcida, declama e sangra
Angustiadamente, mas, em piano
E Eu deito-me à beira do precipício
E fantasio com o dia do meu suicídio
Enquanto imagino o meu último ano
Blackiezato Ravenspawn
Cagando Em Pé
Fragrância inconveniente
Manchas nas torneiras
Onde caga toda a gente
Não existem maneiras
Só a ausência da limpeza
Que pocilga! Que atentado!
Pois, onde a plebe se senta
Não sentar-se-à o meu rabo
Nessa ordinária retrete
Nessa maldita caverna
Nesse sítio que bem parece
Um trono de merda
Esta casa de banho é um antro
Para a mais nojenta das ralés
A sanita nem sequer tem tampo
Um gajo, tem de cagar em pé
Blackiezato Ravenspawn
Manchas nas torneiras
Onde caga toda a gente
Não existem maneiras
Só a ausência da limpeza
Que pocilga! Que atentado!
Pois, onde a plebe se senta
Não sentar-se-à o meu rabo
Nessa ordinária retrete
Nessa maldita caverna
Nesse sítio que bem parece
Um trono de merda
Esta casa de banho é um antro
Para a mais nojenta das ralés
A sanita nem sequer tem tampo
Um gajo, tem de cagar em pé
Blackiezato Ravenspawn
Espiral Descendente
Eu quis acabar com o sofrimento
Logo, fui ao fundo da questão
Desci ao submundo com alento
Para esfaquear a depressão
Mas, à medida qu'Eu descia
Mais degraus apareciam
Mais um andar surgiria
E mais as pernas me doíam
Pois, esta tortura, só acaba
No último segundo da vida
E Eu voltei a esquecer-me da faca
Outra vez, lá em cima
E é olhando com suplício
Questionando-me cheio de dor
«Porque razão este sítio
Ainda não tem um elevador?!»
Blackiezato Ravenspawn
Logo, fui ao fundo da questão
Desci ao submundo com alento
Para esfaquear a depressão
Mas, à medida qu'Eu descia
Mais degraus apareciam
Mais um andar surgiria
E mais as pernas me doíam
Pois, esta tortura, só acaba
No último segundo da vida
E Eu voltei a esquecer-me da faca
Outra vez, lá em cima
E é olhando com suplício
Questionando-me cheio de dor
«Porque razão este sítio
Ainda não tem um elevador?!»
Blackiezato Ravenspawn
Janela D'Escape
Além destas cortinas lavanda
Existe uma janela d'escape
Que tem uma enorme varanda
Onde o Sol, já não bate
E só de olhar causa vertigens
Sobressalto e nervosismo
Esta paisagem faz reféns
Porque só mostra o abismo
Aqui nada vais encontrar
Aqui o destino é trafulha
Mas, se optares por saltar
Fá-lo com graça e mergulha
Pois, esta é a torre mais alta
Não existe outra qualquer
A minha mente, diz - salta
Mas, nem o vazio me quer
Blackiezato Ravenspawn
Existe uma janela d'escape
Que tem uma enorme varanda
Onde o Sol, já não bate
E só de olhar causa vertigens
Sobressalto e nervosismo
Esta paisagem faz reféns
Porque só mostra o abismo
Aqui nada vais encontrar
Aqui o destino é trafulha
Mas, se optares por saltar
Fá-lo com graça e mergulha
Pois, esta é a torre mais alta
Não existe outra qualquer
A minha mente, diz - salta
Mas, nem o vazio me quer
Blackiezato Ravenspawn
Prisão Urbana
Ecossistema alterado
Máquina auto-suficiente
Satanás em todo o lado
Nos olhos da gente
Estufas de andaimes
Jardins de prédios
Vitrinas d'alto design
Para exibir remédios
Um pomar de habitações
Um campo para a plebe
Aqui não há condições
Pois, nenhum deles, serve
Vivo numa cela partilhada
Com os meus heterónimos
O meu quarto é a assoalhada
Onde dormem, demónios
Blackiezato Ravenspawn
Máquina auto-suficiente
Satanás em todo o lado
Nos olhos da gente
Estufas de andaimes
Jardins de prédios
Vitrinas d'alto design
Para exibir remédios
Um pomar de habitações
Um campo para a plebe
Aqui não há condições
Pois, nenhum deles, serve
Vivo numa cela partilhada
Com os meus heterónimos
O meu quarto é a assoalhada
Onde dormem, demónios
Blackiezato Ravenspawn
De Sonhos São Feitas As Desilusões
Os sonhos quebram-se na realidade
Tal e qual efémeras esferas de vidro
Tanta transparência, tanta fragilidade
Jaz fragmentada, no chão, sem brio
Tanto desejo, tanto para dizer
Tanta página, tanta folha
É a consequência de viver
Iludido, dentro d'uma bolha
É uma desilusão, mas, não é o fim
É mais um aviso para acordar
Mas, a criança dentro de mim
Não quer ceder, nem quer mudar
Ela só adormece de madrugada
Ela só sonha pela manhã
Ela diz-me que fala com fadas
E que à noite sai, com o Peter Pã
Blackiezato Ravenspawn
Tal e qual efémeras esferas de vidro
Tanta transparência, tanta fragilidade
Jaz fragmentada, no chão, sem brio
Tanto desejo, tanto para dizer
Tanta página, tanta folha
É a consequência de viver
Iludido, dentro d'uma bolha
É uma desilusão, mas, não é o fim
É mais um aviso para acordar
Mas, a criança dentro de mim
Não quer ceder, nem quer mudar
Ela só adormece de madrugada
Ela só sonha pela manhã
Ela diz-me que fala com fadas
E que à noite sai, com o Peter Pã
Blackiezato Ravenspawn
segunda-feira, 21 de janeiro de 2019
Workaholic
Admiro a tua grande disciplina
Nunca vi, demasiado pontualidade
Tanto zelo, como tanta mestria
Como tanto sacrifício e lealdade
Inspiras-me com a tua excelência
Surpreendes-me com a tua imagem
Embora, Eu odeie a tua obediência
Pois, repugna-me a tua vassalagem
E apesar de invejar o teu optimismo
Continuo sem perceber o teu orgulho
Tu nem sequer és o dono "disto"
És como Eu, outra peça no entulho
Sim, Tu és o exemplo a seguir
Tu és o colaborador extraordinário
Eu gostava imenso de te seguir
Mas, não... Com este salário
Blackiezato Ravenspawn
Nunca vi, demasiado pontualidade
Tanto zelo, como tanta mestria
Como tanto sacrifício e lealdade
Inspiras-me com a tua excelência
Surpreendes-me com a tua imagem
Embora, Eu odeie a tua obediência
Pois, repugna-me a tua vassalagem
E apesar de invejar o teu optimismo
Continuo sem perceber o teu orgulho
Tu nem sequer és o dono "disto"
És como Eu, outra peça no entulho
Sim, Tu és o exemplo a seguir
Tu és o colaborador extraordinário
Eu gostava imenso de te seguir
Mas, não... Com este salário
Blackiezato Ravenspawn
sábado, 12 de janeiro de 2019
Noctívago II
Desde de sempre que me lembro
De lutar para sobreviver ao dia
O tempo até pode estar ameno
Mas, não me traz grande energia
E quando os dias se tornam vazios
E a noite cheia do meu desdém
Só me resta percorrer o caminho
Aquele que jamais vagueia alguém
E embora Eu goste dos raios de sol
Eu prefiro muito mais os halos da lua
Os dias sedam-me, deixam-me mole
Enquanto as noites, trazem-me a rua
Elas atiçam a minh'alma, altivamente
E fazem dos meus espinhos, lindas foices
Porque as roseiras são bem diferentes
Debaixo da sombra misteriosa da noite
Blackiezato Ravenspawn
De lutar para sobreviver ao dia
O tempo até pode estar ameno
Mas, não me traz grande energia
E quando os dias se tornam vazios
E a noite cheia do meu desdém
Só me resta percorrer o caminho
Aquele que jamais vagueia alguém
E embora Eu goste dos raios de sol
Eu prefiro muito mais os halos da lua
Os dias sedam-me, deixam-me mole
Enquanto as noites, trazem-me a rua
Elas atiçam a minh'alma, altivamente
E fazem dos meus espinhos, lindas foices
Porque as roseiras são bem diferentes
Debaixo da sombra misteriosa da noite
Blackiezato Ravenspawn
Melodia Das Doze Badaladas (Entrando Na Vigésima Quinta Hora)
(C) Quando o relógio toca
(G) As doze mágicas badaladas
(D) E a criatividade sai fora...
(A) Uma melodia é entoada
(E) Composta pelas dozes notas
(B) Que bailam coordenadas....
(F#) E é girando em quintas
(C#) Que a música anda à roda
(G#) D'uma forma bem sucinta...
(D#) Três por quatro é a manobra
(A#) Que rege a inesperada vinda
(F) Da Vigésima quinta hora...
Blackiezato Ravenspawn
(G) As doze mágicas badaladas
(D) E a criatividade sai fora...
(A) Uma melodia é entoada
(E) Composta pelas dozes notas
(B) Que bailam coordenadas....
(F#) E é girando em quintas
(C#) Que a música anda à roda
(G#) D'uma forma bem sucinta...
(D#) Três por quatro é a manobra
(A#) Que rege a inesperada vinda
(F) Da Vigésima quinta hora...
Blackiezato Ravenspawn
sexta-feira, 11 de janeiro de 2019
Transpondo Dias
Adiante no prisma da minha visão
Onde os meus olhos pintam o incrível,
Vejo diversos futuros em antemão
Embora nenhum deles seja possível.
E é assombrado pelo meu fracasso
Agarrado nas mãos vis da dúvida,
Qu'Eu me desapego deste espaço
De forma mística, surreal e súbita.
E é perdendo-me no domínio do vazio
Onde o passado inútil acaba esquecido,
Qu'Eu teço de novo mais outro destino
Com os retalhos dos meus erros antigos.
E num piscar d'olhos escapo a esse horror
Renovado com outra ideia cheia de requinte,
Mesmo que o último passo do dia anterior
Acabe por ser o primeiro no dia seguinte...
Blackiezato Ravenspawn
Onde os meus olhos pintam o incrível,
Vejo diversos futuros em antemão
Embora nenhum deles seja possível.
E é assombrado pelo meu fracasso
Agarrado nas mãos vis da dúvida,
Qu'Eu me desapego deste espaço
De forma mística, surreal e súbita.
E é perdendo-me no domínio do vazio
Onde o passado inútil acaba esquecido,
Qu'Eu teço de novo mais outro destino
Com os retalhos dos meus erros antigos.
E num piscar d'olhos escapo a esse horror
Renovado com outra ideia cheia de requinte,
Mesmo que o último passo do dia anterior
Acabe por ser o primeiro no dia seguinte...
Blackiezato Ravenspawn
sábado, 5 de janeiro de 2019
Corvo-Marinho (No Lago Da Maria Da Fonte)
É fitando para o vasto horizonte
Para a linha que define o nível do mar,
Junto ao lago, em que a Maria da Fonte
Um dia teve a cortesia de chorar.
Qu'Eu vi pela primeira vez na vida
Uma ave, cativar-me por inteiro,
Quando pousou na cabeça de Maria
E fez da bela ninfa, o seu poleiro.
E Foi em cima dessa estátua de bronze
Qu'Ele majestoso, ousou se mostrar
Soberano e orgulhoso como um conde,
Debaixo do Sol invernal, da beira-mar
Com as suas asas bem estendidas
Num dia radiante, sem nevoeiro
A tua nobre presença é a alegria
Qu'Eu sentia falta, cá em Aveiro.
Blackiezato Ravenspawn
Para a linha que define o nível do mar,
Junto ao lago, em que a Maria da Fonte
Um dia teve a cortesia de chorar.
Qu'Eu vi pela primeira vez na vida
Uma ave, cativar-me por inteiro,
Quando pousou na cabeça de Maria
E fez da bela ninfa, o seu poleiro.
E Foi em cima dessa estátua de bronze
Qu'Ele majestoso, ousou se mostrar
Soberano e orgulhoso como um conde,
Debaixo do Sol invernal, da beira-mar
Com as suas asas bem estendidas
Num dia radiante, sem nevoeiro
A tua nobre presença é a alegria
Qu'Eu sentia falta, cá em Aveiro.
Blackiezato Ravenspawn
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