sábado, 19 de abril de 2014

Indivíduos Como Eu Morrem Cedo

Eu descendi bem fundo
Eu libertei-me das correntes,
Eu tributei-me ao submundo
E juntei-me aos insurgentes.

Pois eu tenho mais que tudo
Para ser um Supra-Camões,
Apesar de agir sempre mudo
Para ocultar as minhas intenções.

Eu tenho a magna genuinidade
E a paixão que vocês tanto desejam,
Como tenho a sacra insanidade
Que os são, secretamente invejam.

E o meu sangue é do mais carmim
E a minh'alma uma rosa-dos-ventos,
Que gira como uma roleta num all-in
Pois eu não me ralo com arrependimentos.

Eu sou o artesão de poemas
Eu sou o génio das palavras,
Eu sou o vírus dos sistemas
Quando me prostituo em quadras.

Porque o terceiro olho deixa-me psicótico
E o meu ego lava-se na decadência,
Em rituais místicos de narcóticos
Que fazem transcender a minha consciência.

Logo não sigo a ordem nem a desordem
Nem faço parte dos bons, nem dos maus,
Nem preciso da misericórdia de algum homem
Quando eu preso a discórdia e sou o caos.

Nem faço parte do vosso degredo
Nem sou regido pela vossa gente,
Porque indivíduos como eu morrem cedo
Embora fiquem... Para sempre.

Blackiezato Ravenspawn

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