domingo, 4 de março de 2018

Ressonância Silenciosa (Ecos Do Vazio)

Digo-vos, que - nada me perturba mais!
Que a ausência do som - a indiferença!
Os enlanguescentes suspiros abismais
Que soam no interior da minha cabeça

O vazio que sinto ao não ser ouvido
Que ecoa no centro do meu ser
Mais o desejo de querer ser compreendido
Embora, ninguém queira mesmo saber

Ai... S'Eu estivesse mesmo à espera
Que vocês escutassem os meus lamentos
As quantas Lunas, as quantas Primaveras
Esperaria, Eu, em vão, sem alento!

Ai... S'Eu estivesse mesmo a contar
Que vocês entendessem o meu coração
O quanto Eu teria que depenar e murchar
Até morrer finalmente de solidão

Mas, não é por isso qu'Eu falarei mais alto
Nessa demanda tonta de ganhar mais relevo
Eu agora, sou mais paciente, menos incauto
E é por isso, qu'Eu tanto, mas tanto escrevo

Com esta devota melancolia
Com esta apaixonada decadência
Refém da minha agonia
Vítima da vossa negligência

Porque o mundo me ensinou a estar sozinho
E a guardar tudo dentro de mim
A estimar a poesia com um enorme carinho
E a tecê-la como se fosse cetim

«É por isso qu'Eu não solto um pio»
Perante seres turvos, sem profundeza...
- Nos meus olhos só verão um vazio!
Proporcional à vossa insensível frieza...

Blackiezato Ravenspawn

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