sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Velho do Restelo

Tu que miras o distante horizonte
Aí bem junto à torre de Belém,
Como um bravo em cima do monte
Embora não passes de ninguém.

Tu que és viciado em recordações
E que vives agarrado às antigas glórias,
Enquanto te afogas nas tuas lamentações
Como um historiador, nas suas histórias.

Tu que prevês pelos teus olhos cansados
As chagas d'uma outrora, grande nação,
Sofrendo com o teu orgulho magoado
Não encarado a inevitável transformação.

Enquanto vês os barcos a atracar e a zarpar
Tal e qual naquelas cartas onde tu metias um selo
E sem dares por ti, apodreces sem reparar
Como um autêntico velho do Restelo.

Blackiezato Ravenspawn

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